Em mensagem de Natal, papa também mencionou conflitos no Afeganistão, Palestina e protestos no Irã. "O nosso tempo vive uma grave carestia de paz também noutras regiões, noutros teatros desta terceira guerra mundial."
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O papa Francisco fez um apelo neste domingo (25/12) para "silenciar as armas" na Ucrânia durante sua tradicional mensagem de Natal na Praça de São Pedro.
"Que o nosso olhar seja preenchido com os rostos dos irmãos e irmãs ucranianos, que vivem este Natal no escuro, sob a intempérie ou longe de suas casas, por causa da destruição provocada por dez meses de guerra", declarou o papa diante de milhares de fiéis reunidos na praça do Vaticano, incluindo alguns que portavam bandeiras ucranianas.
"Que o Senhor nos prepare a fazer gestos concretos de solidariedade para ajudar aqueles que estão sofrendo e ilumine as mentes daqueles que têm o poder de silenciar as armas e acabar de maneira imediata com esta guerra sem sentido", acrescentou.
"Lamentavelmente se prefere escutar outras razões, ditadas pelas lógicas do mundo", afirmou o sumo pontífice, antes de constatar "com dor que [...] os ventos cruéis da guerra continuam a soprar sobre a humanidade".
Antes de pronunciar a bênção "Urbi et Orbi" (à cidade e ao mundo), o papa destacou os conflitos que abalam o mundo, algo faz com frequência, e citou dez países afetados por violências ou tensões, que descreveu como "cenários desta Terceira Guerra Mundial".
"O nosso tempo vive uma grave carestia de paz também noutras regiões, noutros teatros desta terceira guerra mundial."
Francisco mencionou o Afeganistão, o conflito israelense-palestino, Iêmen, Síria, Mianmar, Líbano - nação assolada por uma grave crise econômica e social - e Haiti, onde mais de 1.400 pessoas morreram em episódios de violência este ano, segundo a ONU.
Pela primeira vez, o papa citou o Irã, cenário de uma onda de protestos sem precedentes desde a Revolução Islâmica de 1979, com mais de 14.000 detenções desde setembro, segundo a ONU, e 469 manifestantes mortos, de acordo com ONG Iran Human Rights, com sede em Oslo.
"Encaminhe para uma trégua duradoura no Iêmen e para a reconciliação no Mianmar e no Irã, para que cesse completamente o derramamento de sangue", disse o papa.
O papa Francisco também pediu que a comida não seja utilizada como "arma", em referência aos conflitos que afetam em particular a região do Chifre da África.
"Toda guerra - sabemos - provoca fome e usa a própria comida como arma, impedindo sua distribuição entre as pessoas que já estão sofrendo. Neste dia, aprendendo com o Príncipe da Paz, nos comprometamos todos - em primeiro lugar os que têm responsabilidades políticas - para que a comida não seja mais que um instrumento de paz", declarou.
jps (AFP, ots)
Sete curiosidades sobre o papa Francisco
Você sabe de onde veio a inspiração para o nome do atual pontífice? E que profissão Francisco escolheu primeiramente? Confira alguns fatos interessantes sobre a vida do papa argentino.
Foto: picture-alliance/dpa
Inspiração brasileira
Em 13 de março de 2013, o cardeal brasileiro Dom Cláudio Hummes estava sentado ao lado do argentino Jorge Mario Bergoglio quando este foi eleito papa. "Ele [Hummes] me abraçou, me beijou e disse: 'Não se esqueça dos pobres'. Eu me lembrei imediatamente de Francisco de Assis", revelou o próprio papa Francisco para contar a história da escolha de seu nome.
Foto: picture alliance/dpa/M. Kappe
Vida com só um pulmão
Nascido em Buenos Aires em 17 de dezembro de 1936, o papa Francisco vive com apenas um pulmão. Segundo o jornal "Clarín", a outra parte foi retirada quando o atual pontífice tinha 21 anos, por conta de uma pneumonia. Na ocasião de sua eleição, o Vaticano confirmou a cirurgia, mas disse que o problema, ocorrido há "muitos e muitos anos", não impediu que ele se dedicasse ao sacerdócio.
Foto: picture-alliance/Catholic Press Photo
Papa e sua Harley Davidson
Em junho de 2013, uma moto Harley-Davidson foi dada ao papa em comemoração ao 110° aniversário da marca. Em 2014, a motocicleta foi leiloada por 241 mil euros (cerca de R$ 1,3 milhão na cotação atual) num leilão em Paris. Francisco ainda ganhou uma jaqueta de couro, que também foi leiloada por 57,5 mil euros. O pontífice destinou os lucros do leilão a uma organização de caridade em Roma.
Foto: picture-alliance/dpa
Psicanálise semanal
No final da década de 1970, ainda como Jorge Mario Bergoglio, o atual papa teve sessões de psicanálise semanalmente, durante seis meses. A informação consta em um livro de entrevistas concedidas ao sociólogo francês Dominique Wolton. Na época, o pontífice estava com 42 anos, e sua analista era mulher e judia, relatou o Santo Padre.
Foto: Reuters
Técnico químico
O papa Francisco é filho de emigrantes piemonteses: o pai era funcionário ferroviário, trabalhando como contador, enquanto a mãe ocupava-se da casa e da educação dos cinco filhos. Segundo o Vaticano, o pontífice diplomou-se primeiramente como técnico químico, e depois escolheu o caminho do sacerdócio, entrando no seminário diocesano de Villa Devoto.
Foto: Reuters
Papa pioneiro
O papa Francisco é pioneiro em diversos campos: ele é o primeiro papa latinoamericano e primeiro jesuíta à frente da Igreja Católica da história. E também é o primeiro a assumir o nome Francisco. Ele somente se tornará Francisco 1° quando houver um Francisco 2°, informou o Vaticano.
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Sucessor natural
Aqui se vê Jorge Mario Bergoglio antes do conclave que o elegeu papa em 2013. De acordo com o jornal "Corriere Della Sera", ele recebeu mais de 90 votos dos 115 cardeais presentes. Consta que, na eleição do sucessor de João Paulo 2°, em 2005, ele já havia ficado em segundo lugar na votação dos cardeais. Assim, pode-se dizer que o atual pontífice é o sucessor natural de seu antecessor, Bento 16.