Papa defende maior cooperação entre igrejas cristãs
7 de fevereiro de 2017
Francisco recebe presidente do conselho da Igreja Evangélica da Alemanha no Vaticano e pede esforços para alcançar o ecumenismo. Visita faz parte das celebrações dos 500 anos da Reforma Protestante.
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O papa Francisco recebeu o presidente do conselho da Igreja Evangélica da Alemanha (EKD), Heinrich Bedford-Strohm, no Vaticano nesta segunda-feira (06/02). No encontro, o pontífice pediu que o aniversário dos 500 anos da Reforma Protestante seja uma oportunidade para aumentar os esforços para alcançar o ecumenismo.
"Precisamos, com oração e com todas as nossas forças, lutar para superar os obstáculos que ainda existem", disse o papa.
Francisco encorajou protestantes e católicos ao diálogo teológico para superar as diferenças presentes na doutrina da fé e destacou que essas divisões persistentes são especialmente dolorosas para casamentos e famílias de confissões mistas.
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O papa elogiou ainda o diálogo existente entre católicos e protestantes na Alemanha e o classificou como "o caminho para a cooperação fraternal". Cristãos em todos os lugares do mundo têm uma grande responsabilidade durante "um período no qual a humanidade é ferida por rachaduras profundas e experimenta novas formas de exclusão e ostracismo", destacou.
O encontro entre Francisco e Bedford-Strohm foi o segundo em menos de um ano. Em abril passado, o presidente do conselho da EKD foi recebido também no Vaticano.
Na visita desta segunda-feira, Bedford-Strohm foi acompanhado pelo cardeal Reinhard Marx presidente da Conferência dos Bispos Alemães – união dos bispos de todas as dioceses católicas do país.
Bedford-Strohm expressou também o desejo de uma comunhão comum entre católicos e protestantes. Antes do encontro, ele descreveu a reunião com o papa como mais um passo na jornada de celebração do jubileu da Reforma Protestante.
O cardeal Marx disse que o discurso do papa foi encorajador e revigorante. "Todos sabemos que isso não irá acontecer da noite para o dia e que o ano de 2017 não solucionará todos os problemas. Mas há um momento certo e um momento que precisamos usar", acrescentou.
Como casa da Reforma, a Alemanha tem uma responsabilidade especial de agora unir as denominações cristãs, ressaltou Marx. Bedford-Strohm e o cardeal afirmaram ainda que convidaram Francisco para visitar a Alemanha neste ano.
CN/dpa/afp/epd
Nas pegadas de Martinho Lutero
A igreja em Wittenberg onde o mentor da Reforma Protestante fixou suas teses reabre oficialmente após amplo saneamento. Veja outros pontos que marcaram a vida de Martinho Lutero nessa cidade do leste da Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Schmidt
Igreja do castelo de Wittenberg
Se ainda vivesse, Martinho Lutero não teria dificuldades para se orientar na cidade de Wittenberg: as ruelas, a praça central e as casas, tudo continua como há 500 anos. Até mesmo a vista para a igreja do castelo, em cujas portas ele pregou suas teses, continua a mesma.
Foto: picture-alliance/ZB
Porta das teses
Em 31 de outubro de 1517, Lutero pregou nas portas da Igreja do Castelo suas 95 teses contra o comércio de indulgências. Esse dia marca o início da Reforma Protestante, que mudou a Europa. Em 2 de outubro de 2016, a igreja é reinaugurada oficialmente, depois de passar por um amplo saneamento.
Assim como outras cidades por onde Lutero passou, Wittenberg se prepara para os 500 anos da Reforma, em 2017. Martinho Lutero foi enterrado na igreja do castelo, assim como seu amigo e apoiador Philipp Melanchthon.
Foto: picture-alliance/dpa/H.Schmidt
Casa de Lutero
Além da igreja, outra referência a Martinho Lutero em Wittenberg, no leste da Alemanha, é a casa onde ele morou, um presente do príncipe Frederico, o Sábio, que protegia o arquiteto da Reforma. A casa onde ele e sua família moraram por 38 anos. era suficientemente grande para hospedar visitantes e estudantes de fora interessados na obra luterana.
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Sala de palestras
Enquanto a esposa de Lutero, Katharina von Bora, cuidava da hospedagem, o reformador fazia palestras a estudantes vindos de vários países. Há 500 anos, Wittenberg, o berço da Reforma, era um centro intelectual na Europa.
Nesta sala aconteciam as conversas mais informais com Lutero. Muitos visitantes faziam anotações, assegurando para a posteridade frases famosas de Lutero como: "Wer nicht liebt Wein, Weib und Gesang, der bleibt ein Narr sein Leben lang!" (Quem não ama o vinho, as mulheres e a música fica tolo por toda a vida!)
Foto: picture-alliance/dpa/P. Endig
Casa de Melanchthon
Philipp Melanchthon morava perto de Lutero. O estudioso mudou-se para Wittenberg para aprender mais sobre as teses revolucionárias do pensador da religião, tornando-se uma das forças que levaram à Reforma. Na Casa de Melanchton podem-se visitar as salas de estudos e o quarto onde ele morreu.
Foto: picture-alliance/DUMONT Bildarchiv
Casa de Cranach
Outra personagem famosa que morou nas vizinhanças foi Lucas Cranach, o Velho, pintor, farmacêutico e, por algum tempo, prefeito. Sua propriedade tinha 80 cômodos, uma escola de pintura, uma farmácia e uma gráfica, onde foram impressas obras importantes da Reforma.
Foto: picture-alliance/ZB
Praça central Marktplatz
Ainda hoje, a Marktplatz é o coração da cidade. A igreja de Santa Maria é considerada a "mãe" da Reforma, pois ali foi celebrada pela primeira vez uma missa em alemão. O púlpito de onde Lutero fazia suas pregações está preservado.
Foto: picture alliance/dpa/P. Endig
Personagens da Reforma
Esta é uma vista do interior da igreja de Santa Maria. Lucas Cranach imortalizou neste quadro os principais protagonistas da Reforma: Martinho Lutero (sob o pseudônimo Junker Jörg), Melanchthon e Lucas Cranach no batismo, e Katharina von Bora como membro da comunidade.
Foto: Evangelische Stadtkirche St. Marien Wittenberg/Fokus/KSKK
Monumento de Lutero
Em 1821, esta estátua na Marktplatz de Wittenberg causou sensação: pela primeira vez, um monumento era dedicado a alguém que não era rei nem príncipe. O reformador Martinho Lutero traz nas mãos a Bíblia, aberta no fim do Velho e começo do Novo Testamento: o símbolo do início de uma nova era.