Há semanas que não se fala de outra coisa: o lançamento de um CD pelo Vaticano com trechos de orações e discursos do Sumo Pontífice, acompanhados de ritmos pop, rock, latinos, eletrônicos e canto gregoriano.
A revista especializada em música Rolling Stone foi a primeira a anunciar a novidade. A repercussão na mídia foi enorme: jornais, rádios e sites se superavam nos comentários mais irônicos. "O papa Francisco", escreveu o jornal alemão Die Welt, "está lançando uma espécie de novo álbum do Pink Floyd". Era esperar para ver, afirmou o diário.
Quem quiser ter uma ideia das inesperadas aptidões de Francisco para o rock pode procurar no YouTube a música que dá nome ao álbum, Wake up! (desperte!, em inglês). "Wake up, wake up!" também são as primeiras palavras do papa, que podem ser ouvidas após um prelúdio de guitarras de quase dois minutos.
Até este ponto, a teoria de semelhança com o Pink Floyd parece plausível – se não fosse a participação do Santo Padre. "A voz de Francisco parece como se ele tivesse gravado o seu single de estreia numa fita K7 na garagem do Vaticano, ao lado do Fiat 500", escreveu um crítico.
Trata-se do registro de um discurso papal. E, além de espanhol, italiano e até português, o papa também fala em inglês: "Um pré-requisito importante para o sucesso internacional", analisam os críticos.
Mais seguidores que o AC/DC
Dom Giulio Neroni, diretor artístico do CD, disse à Rolling Stone que os arranjos do CD tentaram fazer jus à personalidade de Francisco – "o papa do diálogo, das portas abertas, da hospitalidade."
Neroni relatou que chegou à ideia do álbum ao escutar pela primeira vez o papa recém-eleito saudar com um "Buona sera" (Boa noite), da varanda da Basílica de São Pedro, a multidão que o esperava na praça. No disco, o "Boa noite" de Francisco é acompanhado de um hino com arranjos contemporâneos.
O álbum Wake up! está à disposição dos interessados na loja online iTunes Store. A lista de faixas engloba 11 músicas, em vez de 10, como o número de mandamentos, ou 12, como o de apóstolos. "Mas talvez haja uma faixa escondida", suspeitou o Die Welt, prevendo um sucesso duradouro para o líder da Igreja Católica.
Francisco, afinal, já faz apresentações em estádios, observou o diário. E, como experiente amante do tango, ele também sabe dançar, acrescentou. "E ele tem duas vezes mais seguidores no Twitter do que o AC/DC."
O álbum de Francisco com músicos internacionais, incluindo um coro chinês, já foi lançado na Itália e, na próxima semana, será a vez da Espanha. O lançamento mundial está previsto para 27 de novembro.
Em sua primeira viagem oficial como novo pontífice, papa Francisco vai ao Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude e tomar parte em uma série de outros compromissos religiosos e oficiais.
Foto: ReutersQuase 1 milhão de pessoas acompanharam a missa do papa Francisco na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. O papa chamou a atenção para que os jovens não coloquem o dinheiro no centro de suas vidas e não acreditem que só o dinheiro e o poder trazem felicidade.
Em visita à favela da Varginha, em Manguinhos, o papa Francisco disse aos políticos que as áreas mais pobres do Rio precisam de mais que apenas pacificação. A comunidade visitada por ele é uma das menores da cidade, com cerca de 400 famílias.
O papa Francisco recebeu nesta quinta-feira (25/07) a chave da cidade do Rio de Janeiro das mãos do prefeito Eduardo Paes.
Em missa no Santuário Nacional de Aparecida, o pontífice surpreendeu ao prometer voltar ao Brasil em 2017 – quando serão celebrados os 300 anos da descoberta da imagem de Nossa Senhora Aparecida no rio Paraíba.
A missa em Aparecida foi a primeira de Francisco no Brasil e também a primeira dele fora do Vaticano. Logo que chegou à cidade paulista, o papa desfilou em carro aberto.
No Palácio Guanabara, a presidente Dilma Rousseff presenteou o papa com uma pintura retratando a paisagem do Rio de Janeiro e com uma escultura de São Francisco de Assis.
Manifestantes correm para se proteger da ação policial que reprimiu protesto próximo ao Palácio Guanabara, onde o papa foi recebido pela presidente Dilma. O protesto era contra a utilização de verbas públicas na organização da visita de Francisco.
Policiais reprimem protesto próximo ao Palácio Guanabara, que terminou com nove detidos e ao menos quatro feridos. Antes da viagem do pontífice, os organizadores da Jornada Mundial da Juventude e as autoridades brasileiras já estavam receosos de que pudesse haver manifestações violentas.
O Rio de janeiro deverá receber em torno de 1,5 milhões de fiéis durante a Jornada Mundial da Juventude. No Brasil, país com o maior número de católicos do planeta, a ansiedade pela chegada do papa foi grande.
Francisco foi recebido no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, pelo prefeito Eduardo Paes (esq.), pelo governador Sérgio Cabral e pela presidente Dilma Rousseff (dir.). Depois, discursou em português e pediu que os jovens sejam ouvidos.
O papa desfilou em carro aberto pelas ruas do centro do Rio de Janeiro. Ele havia recusado a utilização de um papamóvel blindado. Na foto, ele acena para a multidão que o aguardava nas ruas da cidade.
Em alguns momentos, quando já se aproximava da Catedral do Rio após deixar o aeroporto, a comitiva do papa ficou retida no trânsito e foi quase obrigada a parar devido à imensa multidão que queria aproximar-se do veículo para saudar Francisco.
A presidente Dilma Rousseff recebeu o pontífice no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim. Ainda na pista de pouso, ele tirou fotos com autoridades civis, religiosas e militares, antes de seguir, em carro comum (um Fiat Idea), em direção ao centro do Rio.
O papa Francisco chegou ao Rio na tarde de segunda-feira e ficará na cidade até domingo. É a sua primeira grande viagem oficial após ter sido escolhido o novo pontífice, no dia 13 de março. De acordo com o Vaticano, aparições a bordo do papamóvel e contato com os fiéis estão previstos em praticamente todos os compromissos no Brasil.
O papa Francisco embarcou às 8h45 de segunda-feira (22/07) no aeroporto de Roma com destino ao Rio de Janeiro. A bordo estavam quase 70 jornalistas. No voo, ele fez uma brincadeira: "Vocês já têm Deus brasileiro, e ainda querem o Papa brasileiro. Vocês não se conformam com nada, não?"
