Pontífice pede solução negociada para conflito e lembra vítimas de terrorismo no mundo, em mensagem de Natal no Vaticano, antes de pronunciar a tradicional bênção "Urbi et Orbi".
Anúncio
O papa Francisco lançou neste domingo (25/12) um apelo à paz "na Síria martirizada, onde tanto sangue foi já derramado" pedindo que "as armas se calem definitivamente".
"É tempo de as armas se calarem definitivamente e que a comunidade internacional se empenhe ativamente em um solução negociada", declarou o papa diante de milhares de fiéis na Praça de São Pedro, no Vaticano, durante a tradicional mensagem de Natal, antes da bênção Urbi et Orbi (à cidade e ao mundo).
Especialmente na cidade de Aleppo, que nas últimas semanas "foi palco de uma das batalhas mais terríveis", a população deve receber assistência e apoio, advertiu o pontífice.
O líder religioso apelou ainda à paz no Oriente Médio, pedindo que "israelenses e palestinos tenham a coragem e a determinação de escrever uma nova página da história", para que o ódio e a vingança possam dar lugar "à vontade de construírem juntos um futuro de compreensão recíproca e harmonia".
Poucos dias depois do atentado terrorista contra um mercado de Natal em Berlim, o chefe da Igreja Católica dirigiu ainda uma mensagem a todos os que perderam entes queridos em atos terroristas: "paz para quem perdeu um ente querido por causa de atos de terrorismo atrozes, que semearam o medo e a morte em tantos países e cidades".
MD/lusa/afp
Papa Francisco faz 80 anos
No aniversário do pontífice argentino, a DW relata alguns detalhes de sua trajetória, desde a vida familiar de Jorge Bergoglio, passando pelo arcebispado de Buenos Aires, a suas ideias reformistas para a Igreja Católica.
Foto: Reuters/T. Gentile
Descendente de imigrantes italianos
Jorge Mario Bergoglio (2º da esq.) nasceu em 17 de dezembro de 1936 na capital argentina, Buenos Aires, como o mais velho de cinco irmãos. Depois de trabalhar como técnico em química, aos 22 anos o descendente de imigrantes italianos filiou-se à Ordem dos Jesuítas e começou a estudar teologia e filosofia.
Foto: Reuters
Arcebispo democrático
Em 1998, aos 62 anos, Bergoglio foi nomeado arcebispo de Buenos Aires. O principal representante da Igreja Católica na metrópole argentina era conhecido por gostar de andar de metrô, sobretudo para conversar com os mais pobres.
Foto: picture-alliance/AP
Habemus Papam
Em 2013 o religioso argentino foi eleito pelo conclave no Vaticano, tornando-se o 266º líder da Igreja Católica. Como papa Francisco 1º, ele sucedeu ao alemão Bento 16, que renunciara por se sentir inapto a atender às exigências físicas e mentais do pontificado, devido à saúde frágil.
Foto: Reuters
Papa argentino
Jorge Bergoglio é o primeiro latino-americano a liderar, como bispo de Roma, os cerca de 1,2 bilhão de católicos em todo o mundo. Ele é também o primeiro jesuíta a ocupar o cargo.
Foto: picture-alliance/dpa
Avesso às formalidades
Ao contrário de seu predecessor, a aparência exterior papal não é tão importante para Francisco. Assim dispensou, por exemplo, os famosos sapatos vermelhos que Bento 16 tanto gostava de usar, como parte da vestimenta oficial do líder da Igreja.
Foto: Getty Images
Humilde
Em apenas três anos como líder da Igreja, Francisco já se destaca em relação aos antecessores por seu engajamento político. Durante as celebrações da Páscoa de 2016, ele lavou e beijou os pés de refugiados. Para o ritual de reconciliação, convidou também três muçulmanos que, no passado, haviam produzido armas para terroristas.
Foto: Reuters
Ponte entre as diferentes religiões
Em 2014 Francisco viajou ao Oriente Médio para reforçar a cooperação com clérigos muçulmanos e mobilizar contra a perseguição de cristãos e outras minorias religiosas na região. Na Turquia, prestou homenagem ao fundador da atual República, com uma visita ao mausoléu de Mustafa Kemal Atatürk.
Foto: Reuters/S. Nenov
Tolerante
Em 2015, Francisco se encontrou com Fidel Castro. O ex-ditador já deveria ter sido excomungado em 1960 por decreto papal, por estatizar todas as propriedades da igreja no país durante a Revolução Cubana. O papa conversou em Havana com o líder revolucionário de formação católica, morto em 25 de novembro de 2016.
Foto: picture-alliance/dpa/A.Castro
Rigoroso
Também em 2015, Francisco visitou os EUA e discursou perante o Congresso reunido no Capitólio, em Washington, como primeiro chefe da Igreja Católica. O argentino fez um apelo aos políticos para se lembrarem de suas raízes como imigrantes ao tratarem das questões dos refugiados, e defendeu a abolição da pena de morte no país.
Foto: Reuters/J. Ernst
Ativo na crise dos refugiados
Francisco visitou alguns campos de refugiados, como o localizado no porto de Mitilene, na ilha grega de Lesbos, em abril de 2016. Após a visita à Grécia, ele ofereceu a várias famílias de migrantes um novo lar no Vaticano.
Foto: Reuters/Press Office/Handout
Visão religiosa realista
Como papa, Jorge Bergoglio mantém o interesse pelas preocupações e necessidades do cotidiano humano. Ele se interessa por pesquisa e progresso científico – como nesta visita à unidade de terapia intensiva para prematuros de um hospital de Roma.
Foto: picture-alliance/ZUMAPRESS.com
Abertura da Igreja
Com propostas de reforma e uma visão conciliadora sobre homossexualidade, celibato e restrição do sacerdócio, Francisco inicia uma modernização da Igreja Católica, instituição frequentemente criticada como reacionária e alienada do mundo.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Spaziani
Ecumenismo vivo
Assim, em setembro de 2016 o papa convidou representantes internacionais de diferentes religiões para um congresso da paz – também com o fim de reforçar a cooperação entre os líderes espirituais no combate ao terrorismo de fanáticos religiosos.
Foto: picture-alliance/AA/R. De Luca
Papa da modernidade
Mais de 10 milhões seguem o papa no Twitter, nas enquetes ele é mais popular do que Barack Obama, Angela Merkel e muitos outros políticos internacionais. Em seus três anos como líder dos católicos, Francisco trouxe novos ares para a Igreja sediada em Roma.