Papa leva mensagem de reconciliação e paz à Colômbia
7 de setembro de 2017
Após desembarcar em Bogotá, Francisco pede a jovens que não percam a esperança e a fé. Primeira viagem do pontífice ao país sul-americano ocorre em momento histórico para os colombianos.
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O papa Francisco desembarcou na Colômbia nesta quarta-feira (06/09) para uma visita de quatro dias, sua primeira ao país-latino americano. Além de Bogotá, o papa também irá às cidades de Villavicencio, Medellín e Cartagena, levando uma mensagem de "reconciliação e paz".
Nesta quinta-feira, o pontífice tem uma reunião com o presidente do país, Juan Manuel Santos, e reza uma missa em Bogotá. O pontífice foi recebido por Santos logo ao pousar na área militar do aeroporto de El Dorado. Também estavam presentes a esposa do presidente, María Clemencia Rodríguez, e o núncio apostólico Ettore Balestrero.
A bordo do papamóvel, Francisco passou pela Avenida El Dorado, que liga o aeroporto internacional da capital colombiana ao centro da cidade, e onde foi festejado por milhares de pessoas que gritavam seu nome, agitavam bandeiras e lenços brancos.
O pontífice não se cansou de cumprimentar a multidão e, por vários momentos, o percurso se transformou em uma maratona de fiéis, que tentavam acompanhar a comitiva a pé ou de bicicleta. Em determinado momento, Francisco pediu que o veículo passasse da pista central da avenida para a da direita, para ficar mais perto das pessoas.
Apesar do grande número de fiéis e curiosos, não houve acidentes, nem mesmo quando a multidão ocupou toda a extensão da avenida na altura da Universidade Nacional, o que obrigou a caravana papal a ficar parada por alguns minutos. A multidão começou a entoar cânticos religiosos, e algumas pessoas conseguiram até tocar no pontífice, lhe entregar flores ou dar imagens para que ele as abençoasse.
"Obrigado por sua valentia e coragem, não deixem que roubem sua alegria nem a esperança, não deixem que ninguém os engane, não percam o sorriso nem a fé”, pediu o papa a um grupo de jovens que o recebeu em uma pequena festa na sede da Nunciatura Apostólica, onde ficará hospedado.
Rumo à paz
A viagem do pontífice à Colômbia ocorre em um momento histórico para a Colômbia, em que começa a ser implementado o acordo de paz que o governo assinou novembro passado com o grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) – que já entregou armas e formou um partido político.
O encontro entre o papa Francisco e o presidente Santos nesta quinta-feira ocorre na Casa de Nariño, sede do governo colombiano. Em seguida, o papa participa de um encontro com bispos e, depois, reza uma missa para cerca de 700 mil pessoas no Parque Simón Bolívar, em Bogotá.
Papa Francisco faz 80 anos
No aniversário do pontífice argentino, a DW relata alguns detalhes de sua trajetória, desde a vida familiar de Jorge Bergoglio, passando pelo arcebispado de Buenos Aires, a suas ideias reformistas para a Igreja Católica.
Foto: Reuters/T. Gentile
Descendente de imigrantes italianos
Jorge Mario Bergoglio (2º da esq.) nasceu em 17 de dezembro de 1936 na capital argentina, Buenos Aires, como o mais velho de cinco irmãos. Depois de trabalhar como técnico em química, aos 22 anos o descendente de imigrantes italianos filiou-se à Ordem dos Jesuítas e começou a estudar teologia e filosofia.
Foto: Reuters
Arcebispo democrático
Em 1998, aos 62 anos, Bergoglio foi nomeado arcebispo de Buenos Aires. O principal representante da Igreja Católica na metrópole argentina era conhecido por gostar de andar de metrô, sobretudo para conversar com os mais pobres.
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Habemus Papam
Em 2013 o religioso argentino foi eleito pelo conclave no Vaticano, tornando-se o 266º líder da Igreja Católica. Como papa Francisco 1º, ele sucedeu ao alemão Bento 16, que renunciara por se sentir inapto a atender às exigências físicas e mentais do pontificado, devido à saúde frágil.
Foto: Reuters
Papa argentino
Jorge Bergoglio é o primeiro latino-americano a liderar, como bispo de Roma, os cerca de 1,2 bilhão de católicos em todo o mundo. Ele é também o primeiro jesuíta a ocupar o cargo.
Foto: picture-alliance/dpa
Avesso às formalidades
Ao contrário de seu predecessor, a aparência exterior papal não é tão importante para Francisco. Assim dispensou, por exemplo, os famosos sapatos vermelhos que Bento 16 tanto gostava de usar, como parte da vestimenta oficial do líder da Igreja.
Foto: Getty Images
Humilde
Em apenas três anos como líder da Igreja, Francisco já se destaca em relação aos antecessores por seu engajamento político. Durante as celebrações da Páscoa de 2016, ele lavou e beijou os pés de refugiados. Para o ritual de reconciliação, convidou também três muçulmanos que, no passado, haviam produzido armas para terroristas.
Foto: Reuters
Ponte entre as diferentes religiões
Em 2014 Francisco viajou ao Oriente Médio para reforçar a cooperação com clérigos muçulmanos e mobilizar contra a perseguição de cristãos e outras minorias religiosas na região. Na Turquia, prestou homenagem ao fundador da atual República, com uma visita ao mausoléu de Mustafa Kemal Atatürk.
Foto: Reuters/S. Nenov
Tolerante
Em 2015, Francisco se encontrou com Fidel Castro. O ex-ditador já deveria ter sido excomungado em 1960 por decreto papal, por estatizar todas as propriedades da igreja no país durante a Revolução Cubana. O papa conversou em Havana com o líder revolucionário de formação católica, morto em 25 de novembro de 2016.
Foto: picture-alliance/dpa/A.Castro
Rigoroso
Também em 2015, Francisco visitou os EUA e discursou perante o Congresso reunido no Capitólio, em Washington, como primeiro chefe da Igreja Católica. O argentino fez um apelo aos políticos para se lembrarem de suas raízes como imigrantes ao tratarem das questões dos refugiados, e defendeu a abolição da pena de morte no país.
Foto: Reuters/J. Ernst
Ativo na crise dos refugiados
Francisco visitou alguns campos de refugiados, como o localizado no porto de Mitilene, na ilha grega de Lesbos, em abril de 2016. Após a visita à Grécia, ele ofereceu a várias famílias de migrantes um novo lar no Vaticano.
Foto: Reuters/Press Office/Handout
Visão religiosa realista
Como papa, Jorge Bergoglio mantém o interesse pelas preocupações e necessidades do cotidiano humano. Ele se interessa por pesquisa e progresso científico – como nesta visita à unidade de terapia intensiva para prematuros de um hospital de Roma.
Foto: picture-alliance/ZUMAPRESS.com
Abertura da Igreja
Com propostas de reforma e uma visão conciliadora sobre homossexualidade, celibato e restrição do sacerdócio, Francisco inicia uma modernização da Igreja Católica, instituição frequentemente criticada como reacionária e alienada do mundo.
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Ecumenismo vivo
Assim, em setembro de 2016 o papa convidou representantes internacionais de diferentes religiões para um congresso da paz – também com o fim de reforçar a cooperação entre os líderes espirituais no combate ao terrorismo de fanáticos religiosos.
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Papa da modernidade
Mais de 10 milhões seguem o papa no Twitter, nas enquetes ele é mais popular do que Barack Obama, Angela Merkel e muitos outros políticos internacionais. Em seus três anos como líder dos católicos, Francisco trouxe novos ares para a Igreja sediada em Roma.