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Religião

Papa participa de celebração da Reforma Protestante

31 de outubro de 2016

Em cerimônia ecumênica na Suécia, Francisco reza ao lado de líderes luteranos para marcar o início das comemorações dos 500 anos da Reforma. "O que nos une é maior do que o que nos separa", diz declaração conjunta.

Munib Younan (esq.), presidente da Federação Luterana Mundial, ao lado do papa Francisco na Suécia
Munib Younan (esq.), presidente da Federação Luterana Mundial, ao lado do papa Francisco na SuéciaFoto: picture-alliance/dpa/E. Ferrari

O papa Francisco desembarcou nesta segunda-feira (31/10) na Suécia para celebrar o início do ano comemorativo dos 500 anos da Reforma Protestante. O pontífice se reuniu e rezou com lideres da Igreja Luterana numa rara demonstração de unidade, na data que marca o início do protestantismo.

Francisco foi recebido com aplausos na catedral de Lund, onde foi realizada uma cerimônia ecumênica na qual as preces eram feitas alternadamente por ele e pelos líderes da Federação Luterana Mundial , na presença do rei da Suécia, Carl 16 Gustaf, e da rainha Silvia.

A Federação Luterana Mundial agrupa 145 igrejas, representando mais de 74 milhões de pessoas em 98 países.

Os líderes cristãos lamentaram as divisões e as culpas pelo passado e pediram perdão pelas mortes e pela dor causada pela divisão da Igreja. A reforma iniciada por Martinho Lutero há cinco séculos fez com que a Suécia punisse com rigor, até com mortes e deportações, aqueles que rejeitavam a fé luterana.

Enquanto o protestantismo se espalhava, ocorriam conflitos religiosos, como a Guerra dos 30 Anos, entre 1618 e 1648 – um dos episódios mais sangrentos da história europeia.  

Inicialmente, a visita do papa – a segunda de um pontífice à Suécia – gerou questionamentos, mas o Vaticano e a Igreja Luterana insistiram que não se trata de uma comemoração da revolta de Lutero. Segundo afirmaram, esta é uma celebração solene para pedir perdão pelo cisma que dividiu a cristandade ocidental e exaltar a melhora nas relações entre as duas Igrejas nas últimas cinco décadas.

"Nossa separação tem sido uma imensa fonte de sofrimento e incompreensão", disse Francisco. "Como católicos e luteranos, tomamos uma jornada comum de reconciliação", afirmou em seu sermão na catedral de Lund.

"Graças ao diálogo e testemunho compartilhado, já não somos desconhecidos; antes, aprendemos que aquilo que nos une é maior do que aquilo que nos separa", diz uma declaração conjunta assinada por Francisco e pelo presidente da Federação Luterana Mundial, Munib Younan.

No documento, Francisco e Younam recusam "energicamente todo o ódio e violência, passado e presente, especialmente a cometida em nome da religião". 

A visita histórica do papa, que integra os esforços de ambas as Igrejas para superar as divisões, ocorre na data que marca o Dia da Reforma e o 500º aniversário da publicação das controversas 95 teses de Martinho Lutero. Os documentos, que contestavam a doutrina da Igreja Católica, levaram ao cisma entre católicos e protestantes.

RC/dpa/ap/efe/ots

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