O papa Francisco pediu neste domingo (05/04) o fim da violência e da perseguição na África e no Oriente Médio, durante sua mensagem de Páscoa, diante de dezenas de milhares de fiéis, reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, apesar da chuva. O pontífice pediu que todas as "pessoas de boa vontade" rezem por aqueles que perderam a vida por causa da violência.
"Penso especialmente naqueles que jovens que foram mortos na quinta-feira na Universidade de Garissa, no Quênia", afirmou, se referindo ao massacre do grupo extremista Al Shabaab na quinta-feira passada, que matou 148 pessoas, a maioria, estudantes cristãos.
O papa exortou a comunidade internacional a "não ficar passiva diante da imensa tragédia humana na Síria e no Iraque" e de seus muitos refugiados. Ele expressou a esperança de que "as armas vão se calar" e de que "coexistência pacífica" dos grupos étnicos será restaurada. Ele pediu, ainda, pela paz na Nigéria, Sudão, Sudão do Sul e no Congo.
Ele disse também que o acordo fechado sobre o programa nuclear do Irã desperta esperança de que este seja "um passo definitivo rumo a um mundo mais seguro e mais fraterno". O pontífice condenou o derramamento de sangue na Líbia e pediu paz no conflito no Oriente Médio, no Iêmen e na Ucrânia, antes de fechar com a tradicional bênção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo).
Antes, o papa celebrou a missa da ressurreição de Cristo, sob chuva intermitente. Quando a chuva parou, ele deu algumas voltas na Praça de São Pedro e saudou os peregrinos.
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Celebrações unem tradição religiosa a costumes pagãos: há desde procissões até competições com ovos coloridos. A Páscoa também é usada como oportunidade para protestar pelo meio ambiente.
Foto: ImagoA Páscoa é, ao lado do Natal, a comemoração mais importante do calendário cristão. Mas os símbolos e costumes mais conhecidos da festa nem sempre possuem um caráter religioso. Ao longo dos anos, ovos, coelhos e cordeirinhos da Páscoa se tornaram populares, e a tradição se mesclou a costumes pagãos. A Páscoa enquanto celebração da ressurreição de Jesus Cristo é cada vez menos conhecida na Alemanha.
Foto: st-fotograf - Fotolia.comNesse dia, a Igreja católica relembra a última ceia que Jesus celebrou com seus discípulos. Ele partiu o pão e bebeu com todos do mesmo cálice. O ritual da Eucaristia se tornou a cerimônia central das missas e foi também imortalizado na arte e nos hinos religiosos.
Foto: imago stock&peopleÉ quando os cristãos relembram a morte de Jesus. Em algumas comunidades religiosas, fiéis realizam procissões que representam a Via Sacra. Na Igreja Católica, a Sexta-Feira Santa é um dia de abstinência. Na Alemanha, algumas comunidades preservam a quietude neste dia, inclusive restringindo horários de baladas. Não é permitido comer carne, pois lembra o sofrimento do corpo de Cristo.
Foto: picture-alliance/dpaPara cristãos ou não, não existe Páscoa sem ovos coloridos. No domingo, os pais escondem os ovos para que as crianças os procurem. Para os cristãos, o ovo de Páscoa simboliza a ressurreição de Jesus. Na Idade Média, além da carne, a Igreja proibia aos fiéis comer ovos durante a Quaresma. Para não estragar, eles passaram a ser cozidos e enfeitados e, também, dados como presente.
Foto: Fotolia/anoliDo ponto de vista biológico, não faz sentido que o coelho traga o ovo de Páscoa. Mas ele combina com essa época do ano, já que é considerado um mensageiro da primavera. O animal também é símbolo da fertilidade por se reproduzir de forma numerosa. Séculos atrás, se acreditava que também galos e cegonhas carregassem dádivas.
Foto: picture-alliance/ZBO cordeiro da Páscoa tem origem no ritual judaico de sacrifício do animal, que faz uma referência ao êxodo dos judeus do Egito. No cristianismo, o cordeiro é o símbolo do sofrimento de um inocente: Jesus. Na Alemanha, é tradicional este bolo em forma de cordeiro.
Foto: Fotolia/Thomas GeukingOriginalmente, as velas iluminavam a missa da noite de Páscoa. A luz representa a revelação da ressurreição de Cristo para os fiéis, e a vela simboliza a vitória de Jesus sobre a morte. Com a vela pascal, todas as outras são acesas. É dessa maneira que a simbologia da iluminação cristã é repassada.
Foto: AFP/Getty ImagesO costume de acender uma fogueira na Páscoa já era conhecido entre os povos germânicos. Segundo a tradição, as chamas espantavam não apenas as privações do inverno, mas também fantasmas e demônios. O brilho das chamas também poderia trazer sorte. Hoje, a fogueira pascal é acesa sobretudo por famílias e moradores de pequenas vilas, que celebram a data juntos.
Foto: picture-alliance/dpaNo domingo, os sinos das igrejas anunciam em alto tom a ressurreição de Cristo. Nas igrejas católicas, eles ficam em silêncio desde a Quinta-feira Santa. Depois, apenas os "Osterratschen" – espécie de chocalho de madeira – podem ser tocados. Por isso, em algumas regiões, crianças saem às ruas tocando o instrumento e batendo palmas para convocar os fiéis à missa e às orações.
Foto: picture-alliance/dpaAlguns costumes, como o de buscar a água pascal, estão quase extintos. Na noite anterior ao domingo de Páscoa, mulheres jovens colhem água no rio. A água pascal é considerada um símbolo de vida: conserva a juventude e a beleza, e protege a fertilidade, desde que se mantenha silêncio na ida e na volta. Esse costume ainda existe entre as minorias eslavas da Sérvia que vivem no leste da Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpaA brincadeira de bater um ovo no outro ocorre em diferentes regiões da Alemanha. Trata-se de um dos jogos populares prediletos no café da manhã de Páscoa, especialmente na Baviera e na região do Reno. Ganha quem permanece mais tempo com o ovo intacto. O costume não tem fundo religioso.
Foto: picture-alliance/dpaO que hoje os alemães praticam para ajudar na digestão do farto almoço de Páscoa, tem longa tradição. Depois do longo inverno europeu, neste passeio as pessoas saem para contemplar a primavera e o desabrochar das flores. O costume foi imortalizado por Goethe no romance "Fausto". Hoje, igrejas e clubes organizam a tradicional caminhada pascal.
Foto: picture-alliance/dpaA primeira marcha da páscoa alemã ocorreu em 1960. Desde então, se tornou uma grande tradição no país. Inicialmente, os participantes protestavam contra os planos do exército alemão de adquirir armas atômicas durante a Guerra Fria. Hoje em dia, grupos que lutam pela paz e ativistas do meio ambiente participam dos protestos.