Orgasmo como descongestionante nasal vence Prêmio Ig Nobel
10 de setembro de 2021
Premiação, que é sátira do Prêmio Nobel, também destacou neste ano pesquisa sobre a melhor forma de transportar rinocerontes – de cabeça para baixo e pelas pernas – e o papel da barba na proteção do rosto dos homens.
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A edição de 2021 do Prêmio Ig Nobel, que celebra o lado cômico da ciência, divulgou nesta quinta-feira (09/09) os responsáveis por "avanços científicos" que "fazem as pessoas rirem, depois pensarem".
O prêmio na categoria Medicina foi para Olcay Cem Bulut, da Alemanha, e seu grupo de pesquisadores, que descobriram que sexo com orgasmo pode ajudar a descongestionar as vias nasais. A pesquisa, realizada com 18 casais, descobriu uma melhora na respiração por até 60 minutos após o orgasmo.
A categoria Paz foi vencida por Ethan Beseris, Steven Naleway e David Carrier, da Universidade de Utah, nos EUA, que descobriram que as barbas têm função de proteger os rostos humanos, e não apenas estética. Eles usaram um composto de resina epóxi para simular osso humano e pele de ovelha como substituto para a pele humana, enquanto a lã substituiu a barba.
"Se o mesmo é verdade para o cabelo facial humano, então ter uma barba cheia pode ajudar a proteger as regiões vulneráveis do esqueleto facial, como a mandíbula, de golpes prejudiciais", afirmou Beseris.
O veterinário Robin Radcliffe, que ganhou o prêmio na categoria Transporte, mostrou com sua pesquisa que transportar rinocerontes de cabeça para baixo e pelas pernas é muito melhor para a saúde dos animais do que transportá-los de lado.
"O que adoro nos veterinários da vida selvagem é que realmente precisamos pensar menos convencional", contou Radcliffe.
Pesquisas que descobriram que a obesidade de políticos pode ser um bom indicador do nível de corrupção de um país; que analisaram bactérias em chicletes grudados em calçadas; e que mostraram novos métodos de controle de baratas em submarinos também ganharam prêmios em suas categorias.
Devido às medidas de restrição por causa da covid-19, a cerimônia foi realizada pela internet e não em seu local habitual, a Universidade de Harvard, nos EUA.
Seguindo a tradição, vencedores do Prêmio Nobel "verdadeiro", como Frances Arnold (Química, em 2018) e Eric Maskin (Economia, em 2007), entregaram os prêmios aos ganhadores das dez categorias do Ig Nobel, que receberam um troféu de papel para montar e uma nota falsa de 10 trilhões de dólares do Zimbábue.
fc (DPA, AP, Reuters)
Marie Curie, a primeira mulher a ganhar o Nobel
Há 150 anos nascia cientista que foi pioneira na pesquisa da radioatividade. Num período em que a ciência era dominada pelos homens, ela também foi a primeira pessoa a ser laureada com dois prêmios Nobel.
Foto: imago/United Archives International
Filha de educadores
Maria Salomea Sklodowska (no meio da foto, ao lado dos irmãos mais velhos Zosia, Hela, Josef e Bronya), mais tarde conhecida como Marie Curie, nasceu em 7 de novembro de 1867 em Varsóvia, quando a Polônia ainda fazia parte do Império Russo. O pai, Vladislav, era professor de matemática e física, e a mãe, Bronislava, era diretora de um colégio interno para meninas.
Foto: imago/United Archives International
Morte da mãe
A mãe, Bronislava, estudou no mesmo colégio interno para meninas onde mais tarde foi professora e diretora. Quando ela morreu, Maria tinha 13 anos.
Foto: imago/United Archives International
Melhor da classe
Maria terminou o ensino médio em 1883. Aos 15 anos, foi a melhor da classe. Mas naquela época a universidade era tabu para garotas na Polônia. Como seu pai não podia financiar um curso no exterior, ela dava aulas particulares a filhos de famílias ricas e ensinava filhos de camponeses a ler e escrever. Enquanto isso, frequentavas cursos organizados clandestinamente.
Foto: picture-alliance/dpa
Estudo em Paris e descoberta da radioatividade
Em 1891, ela se mudou para Paris, para estudar Física na Sorbonne. Na época, havia 23 mulheres entre os 1.825 estudantes da universidade. Foi nesse período que começou a ser chamada de Marie. Embora tivesse dificuldades com o idioma, ela passou em todas as provas. Em 1896, ela descobriu com o colega Henri Becquerell que o sulfato de potássio e uranila provocava manchas em chapas fotográficas.
Foto: picture-alliance/dpa
Paixão pelo colega de pesquisas
Em 1894, ela conheceu Pierre Curie, que então chefiava o laboratório de pesquisas da Escola Superior de Física e Química Industrial de Paris. A paixão comum pela pesquisa os aproximou tanto que eles se casaram em 26 de julho de 1895.
Foto: imago/Leemage
Pesquisas com substâncias radioativas
Marie continuou pesquisando a radioatividade. Entre outros, com este equipamento, o eletrômetro piezoelétrico, que pode medir a condutividade elétrica do ar contendo o elemento rádio. Em 1898, Marie e Pierre, usando um espectroscópio, conseguiram provar a existência do Polônio. O nome da substância é uma homenagem ao país natal de Marie.
Foto: imago/United Archives International
A tese de doutorado
Em 1903, Marie Curie publicou sua tese de doutorado sobre substâncias radioativas, o que causou grande alvoroço na comunidade científica. Em questão de um ano, a tese foi traduzida para cinco idiomas e publicada 17 vezes. Nesta época começam a se manifestar no casal Curie os primeiros sintomas pela forte exposição à radiação.
Foto: gemeinfrei
O Nobel de Física
Ainda em 1903, o casal Curie recebeu o Prêmio Nobel de Física, "em reconhecimento aos extraordinários serviços que desenvolveram com suas pesquisas conjuntas sobre os fenômenos da radiação descobertos pelo professor Becquerel".
Foto: gemeinfrei
Duas órfãs de pai
A primeira filha de Marie, Irene, nasceu em 1897. A segunda, Ève, nasceu em 1904. O pai, Pierre, morreu dois anos mais tarde, atropelado por uma carruagem. Por recomendação da faculdade, Marie Curie assumiu a direção do laboratório dirigido pelo marido.
Foto: imago/United Archives International
Pioneira não só na pesquisa
Marie foi a primeira mulher no mundo a receber, em 1908, uma cátedra de Física. Ela lecionou no Instituto do Rádio, fundado por ela e o marido em Paris. O instituto foi fundamental na definição de padrões internacionais de medição da radioatividade. Em homenagem ao casal, a unidade de medida chama-se curie. Em 1911, ela ganhou o Nobel de Química pela descoberta dos elementos rádio e polônio.
Foto: Getty Images/Three Lions
Contribuição durante a 1ª Guerra
Durante a Primeira Guerra Mundial, de 1914 a 1918, Marie dedicou-se em seu instituto a pesquisas para a medicina. Ela desenvolveu, por exemplo, unidades móveis de raio X, que os paramédicos podiam usar na frente de batalha. Na foto, aparecem Marie e a filha Irene com a Força Expedicionária Americana.
Foto: imago/United Archives International
Visita aos Estados Unidos
Em 1920, ela viajou aos Estados Unidos. A imprensa da época a celebrou mais como curandeira do que como pesquisadora. Além de visitar a Casa Branca (na foto, com o então presidente Warren Harding) e fazer um programa turístico, ela fez palestras a universitários e visitou institutos de pesquisa e empresas químicas.
Foto: imago/United Archives International
Empenho pela cooperação internacional
Durante a viagem, Marie Curie recebeu nove títulos honoris causa de universidades americanas. De volta à França, ela usou a fama para apoiar a recém-formada Liga das Nações e solicitar uma maior cooperação internacional no campo da pesquisa. Entre outras coisas, ela defendia diretrizes vinculativas para publicações, a proteção de direitos autorais e bolsas de estudo.
Foto: imago/United Archives International
Filha também ganhou Nobel
Marie morreu em 4 de julho de 1934, deixando a uma das filhas a paixão pela pesquisa. Irene, a mais velha, também se tornou uma física famosa. Na foto de 1963, ela aparece ao lado do marido, Jean-Frederic Joliot-Curie. Ambos receberam o Nobel de Química de 1935 pela descoberta da radioatividade artificial.