Paquistão afirma ter matado cem após ataque a templo sufista
17 de fevereiro de 2017
Governo fecha cerco a insurgentes após ataque reivindicado pelo "Estado Islâmico" contra santuário sufista deixar 88 mortos. Fronteira com Afeganistão está fechada, e Exército tem ordens para não deixar ninguém passar.
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O Exército do Paquistão afirmou nesta sexta-feira (17/02) que mais de cem supostos insurgentes morreram em operações antiterroristas desde o ataque suicida a um templo sufista na cidade de Shewan, reivindicado pelo "Estado Islâmico" (EI), que deixou 88 mortos e mais de 300 feridos no dia anterior.
Segundo o Exército, as operações começaram na noite desta quinta-feira e estão em andamento. Refúgios de insurgentes na fronteira com o Afeganistão foram alvos da operação, com o confisco de "consideráveis" quantidades de armamento. Detalhes sobre os locais exatos e a identidade dos mortos não foram revelados.
O Exército lembrou que a fronteira com o Afeganistão se encontra fechada desde quinta-feira e que as forças de segurança têm "ordens especiais" para vigiá-la e não deixar ninguém passar.
Nesta quinta-feira, um suicida explodiu as bombas que carregava no templo sufista Lal Shahbaz Qalandar, na província meridional de Sindh, a cerca de 200 quilômetros de Karachi, quando um grande número de fiéis participava de uma cerimônia religiosa.
O massacre foi reivindicado pelo EI, que já assumiu outras ações terroristas em território paquistanês. O sufismo é uma corrente mística do islã que é muito popular no Paquistão. Os adeptos são considerados hereges pelo grupo terrorista e por talibãs paquistaneses.
O ataque de quinta-feira foi o sexto desta semana no Paquistão. A onda de violência ocorre após uma significativa diminuição dos atentados desde o início de 2014, quando as autoridades lançaram uma operação militar nas zonas tribais.
FC/efe/lusa/afp/rtr
A guerra particular das mulheres contra o "Estado Islâmico"
Em meados de 2014, a organização jihadista EI invadiu os territórios dos yazidis no norte do Iraque. Centenas de mulheres foram sequestradas, violentadas, escravizadas. Agora elas lutam contra os terroristas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Localizando o inimigo
Perto da cidade de Mossul, no Iraque, a combatente curda Haseba Nauzad examina de binóculo a linha de front que separa o território curdo daquele controlado pela organização terrorista "Estado Islâmico" (EI). Em cooperação com o Exército iraquiano, os curdos ganham cada vez mais terreno contra os jihadistas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Vanguarda da resistência
Inimigo localizado, é hora de atirar. Juntamente com a camarada yazidi Asema Dahir (3ª da dir.) e outras combatentes, Haseba mira os terroristas do EI. Como as ofensivas aéreas não bastam para derrotar os jihadistas, as yazidis e curdas formam a linha de frente no combate de solo.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Visão desimpedida
Haseba Nauzad prende os cabelos num rabo de cavalo: para mirar com exatidão, nada pode atrapalhar a visão. Para os ocidentais pouco mais do que um capricho da moda, o "military look" reflete uma sofrida realidade tanto aqui no Iraque como na Síria.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Companheiro fiel e símbolo de outros tempos
Asema Dahir faz uma pausa no combate. O ursinho de pelúcia vermelho que leva no braço é um símbolo de uma passado pacífico, encerrado abruptamente em meados 2014 com o ataque do EI. Para muitas mulheres yazidis começou aí uma época de sofrimento e de ruptura com tudo o que lhes era mais caro.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Imagem eloquente
O "Estado Islâmico" não teve piedade nem com os mais fracos. Implacavelmente perseguidos pelos fundamentalistas, em meados de 2014 centenas de milhares tiveram que procurar abrigo. Na época, esta foto de um ancião e suas acompanhantes deu a volta ao mundo como símbolo do sofrimento dos yazidis.
Foto: Reuters
Trauma de uma adolescente
Esta jovem yazidi não quis mostrar o rosto. Logo após a chegada do EI, ela foi forçada a se casar, aos 15 anos, com um militante do grupo. Dois meses mais tarde conseguiu escapar e agora vive novamente com a família. E relata horrores quase indizíveis.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Bennett
Depois da batalha
Meses a fio, os jihadistas do EI também sitiaram a cidade de Kobane, no norte da Síria, bem na fronteira com a Turquia. Lá os curdos ofereceram resistência desesperada, até conseguir vencer os terroristas com a ajuda da Força Aérea americana. Para trás ficou um mar de ruínas.
Foto: Getty Images/AFP/Y. Akgul
União que faz a força
O EI ataca a todos que não compartilhem sua ideologia. Ele aposta numa tática divisiva, tentando instigar as diferentes confissões religiosas e etnias umas contra as outras. Nem sempre funciona: há muito, curdas e yazidis tornaram-se aliadas – o que já representa uma vitória simbólica contra os jihadistas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Não à escravidão
Do ponto de vista militar, o "Estado Islâmico" ainda não está vencido, continuando a deter o controle sobre vastas regiões na Síria e no Iraque. As curdas e yazidis seguirão combatendo-o, e de quebra dão uma lição aos fundamentalistas: as mulheres não nasceram para ser escravas.