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Paquistão anuncia execução de 500 extremistas após chacina em escola

22 de dezembro de 2014

Execuções deverão acontecer nas próximas semanas, afirma o governo paquistanês. Talibã ameaça com retaliações. Seis condenados já foram enforcados no fim de semana.

Foto: picture-alliance/dpa/B. Gilani

Depois do massacre do Talibã paquistanês que matou mais de 135 estudantes e 13 funcionários numa escola militar em Peshawar, o governo do Paquistão anunciou que planeja enforcar 500 extremistas condenados à morte nas próximas semanas. "Foi dada luz verde para as execuções", disse o porta-voz do primeiro-ministro Nawaz Sharif, Musadik Malik, nesta segunda-feira (22/12), na capital Islamabad.

"Cerca de 500 serão enforcados na primeira fase", afirmou Malik. A execução das sentenças de morte podem levar de duas a três semanas. O porta-voz citou ainda o primeiro-ministro: "Para aqueles que assassinaram nossas crianças, cidadãos e soldados, não haverá misericórdia".

Logo após o ataque do Talibã paquistanês, na semana passada, Sharif suspendeu uma moratória para execuções de penas de morte válida desde 2008. A suspensão vale para condenados por terrorismo. Desde então, seis insurgentes foram enforcados. Um deles havia sido condenado por um ataque ao quartel do Exército, em 2009, e cinco outros por um ataque ao antigo líder militar Pervez Musharraf, em 2003 – este último sem sucesso.

No Paquistão, há outras centenas de prisioneiros no corredor da morte. No fim de semana, o Talibã paquistanês ameaçou com retaliações caso as execuções continuem sendo realizadas.

Em conexão com o tiroteio na escola, a polícia paquistanesa prendeu várias pessoas. "Alguns suspeitos que, de uma forma ou de outra colaboraram, foram presos", comunicou o ministro do Interior, Chaudhry Nisar Ali Khan, também no fim de semana. Ele alertou para mais ataques dos extremistas. "Recebemos informações de inteligência de que eles estão planejando mais ataques como o de Peshawar", afirmou.

Talibã paquistanês afirma que estes são os militantes que atacaram a escola militar, em Peshawar. No centro, de azul, o califa Omar Mansoor HafzullahFoto: Reuters/Pakistan Taliban

As autoridades do Paquistão estão vendo a chacina de Peshawar como seu próprio 11 de Setembro e dizem que ela é um divisor de águas na luta contra o terrorismo no país.

Alemanha repudia execuções

O governo alemão pediu ao Paquistão que pare com as execuções de terroristas. "O governo alemão rejeita a pena de morte em quaisquer circunstâncias", disse uma porta-voz do Ministério do Exterior, em Berlim.

Na última terça-feira (16/12), sete extremistas invadiram uma escola militar em Peshawar e cometeram o pior ataque da história do país. O Thereek-e-Taliban Pakistan (TTP, ou Movimento dos Talibãs do Paquistão) disse que o atentado era uma represália a uma ofensiva do Exército contra os insurgentes nas áreas tribais ao longo da fronteira com o Afeganistão. Segundo o Exército paquistanês, cerca de 1.700 rebeldes foram mortos desde a metade deste ano.

PV/afp/dpa

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