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Paquistão decreta luto nacional após massacre em escola militar

17 de dezembro de 2014

Com bandeiras hasteadas a meio mastro, instituições governamentais estão fechadas, assim como escolas. Peshawar abriga centenas de funerais. Governo paquistanês promete combater terroristas "até a eliminação completa".

Foto: AFP/Getty Images/R. Tabassum

Após um sangrento ataque terrorista contra uma escola militar, o Paquistão decretou luto nacional de três dias. Nesta quarta-feira (17/12), bandeiras em prédios oficiais foram hasteadas a meio mastro, escolas foram fechadas e começaram centenas de funerais.

Ao todo, cerca de 150 pessoas morreram no massacre cometido pelo Talibã paquistanês em Peshawar, no noroeste do país. Segundo fontes diferentes, o número de mortos varia entre 141 e 153, incluindo mais de 130 crianças. De acordo com o governo da província Khyber-Pakhtunkhwa, outras 250 pessoas foram feridas no atentado, e muitas estão em estado grave.

Vigílias com velas e orações em mesquitas em homenagem às vítimas foram realizadas durante as últimas horas em diferentes cidades paquistanesas, enquanto em Peshawar as cerimônias fúnebres decorrem sob fortes medidas de segurança. Na capital Islamabad, instituições governamentais estão fechadas.

Retaliação "até a eliminação completa"

O governo paquistanês reúne-se nesta quarta-feira com os principais partidos políticos para discutir a situação após o ataque, que foi classificado pelo primeiro-ministro, Nawaz Sharif, como uma "tragédia nacional". "A luta vai continuar.

Ninguém deve ter qualquer dúvida sobre isso. Vamos levar em conta cada gota de sangue de nossos filhos que foi derramada", advertiu o premiê.

O chefe do Exército, Raheel Sharif, anunciou retaliação "até a eliminação completa" dos militantes islamistas no Paquistão. Durante a noite, a Força Aérea realizou vários ataques contra posições do Talibã, de acordo com a imprensa local.

Segundo o porta-voz do Exército Assim Saleem Bajwa, os terroristas tinham apenas um objetivo com o massacre, que durou oito horas: "Matar crianças inocentes". "Eles não queriam manter reféns", afirma.

Os sete homens que realizaram o ataque começaram a disparar de modo aleatório logo que entraram na escola e jogaram granadas em salas de aula e no auditório. Além de armados, eles estariam vestindo coletes com explosivos. Ao menos um deles teria cometido um ataque suicida. Todos os sete extremistas foram mortos na operação militar que encerrou o ataque.

Familiares de mais de 130 crianças vivem momentos de consternação, desespero e choqueFoto: Reuters/Z. Bensemra

Talibã afegão condena massacre

O Thereek-e-Taliban Pakistan (TTP, ou Movimento dos Talibãs do Paquistão) assumiu a autoria do atentado e declarou tê-lo executado em represália à operação militar lançada em junho e ainda em andamento contra os seus esconderijos e os dos seus aliados da Al Qaeda no Waziristão do Norte, zona tribal no noroeste junto à fronteira afegã.

O massacre na escola militar foi condenado pela comunidade internacional, inclusive pelo Talibã afegão. "Matar deliberadamente mulheres e crianças inocentes é contrário aos 'princípios do islã', que devem ser seguidos por todos os governos e movimentos islâmicos", declarou o grupo. O autonomeado "Emirado Islâmico do Afeganistão", fundado pelos talibãs, enviou suas condolências e comunicou que "está de luto com as famílias das crianças mortas".

O Talibã afegão ostenta uma aliança vaga com o Talibã paquistanês, mas ambos seguem o líder talibã, o mulá Mohammad Omar. O braço afegão do movimento procura se distanciar de atentados em que muitas pessoas são mortas, porém, também tem o hábito de atacar civis.

PV/lusa/dpa/afp/ap/rtr

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