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Paquistão teme escalada de violência após ataques a bomba

11 de janeiro de 2013

Atentandos atingiram principalmente minoria muçulmana xiita em ataques mais violentos desde 2011. Radicais sunitas reivindicaram autoria dos ataques. País realizará eleições gerais este ano.

Foto: Reuters

Ataques a bomba realizados por extremistas mataram pelo menos 120 pessoas no Paquistão e aumentaram a tensão nesta sexta-feira (11/01) sobre uma possível escalada da violência a poucos meses das eleições gerais no país.

Na quinta-feira, 92 pessoas morreram e outras 121 ficaram feridas em dois ataques suicidas em um bar na cidade de Quetta, em uma área ocupada por muçulmanos xiitas da minoria étnica hazara. O grupo radical sunita Lashkar-e-Jhangvi assumiu a responsabilidade pelo pior ataque já realizado contra xiitas – que respondem por 20% da população paquistanesa.

A primeira bomba estava instalada no prédio e, dez minutos após a explosão, um homem-bomba detonou um carro em frente ao local onde equipes de resgate, policiais e jornalistas atuavam. Partes de corpos humanos continuaram sendo retiradas do local nesta sexta-feira.

Este é o atentado mais violento no país desde a explosão de duas bombas em Shabqadar, em maio de 2011, pouco depois do assassinado de Osama bin Laden pelas tropas norte-americanas.

Mais cedo, ainda na quinta-feira, a explosão de um veículo causara a morte de 11 pessoas em uma área bastante movimentada de Quetta. A explosão de uma outra bomba durante um encontro religioso em Swat, no noroeste do país, matou 22 pessoas e feriu mais de 80.

Críticas ao Exército

Por causa dos ataques, o líder xiita Maulana Amin Shaheedi criticou publicamente o chefe do Exército paquistanês, Ashfaq Kayani – considerado um dos homens mais poderosos do país.

“Eu pergunto ao chefe das Forças Armadas: o que o senhor fez nestes três anos [no cargo]? O que o senhor nos deu, além de mais mortes?”, afirmou Shaheedi em uma entrevista coletiva. Segundo um grupo de defesa dos direitos humanos, a violência contra os xiitas no país está aumentando, o que tem levado muitas comunidades a viverem em estado de sítio.

As eleições agendadas para este ano marcarão a primeira vez em que um governo civil encerrará o mandato e passará o poder para as mãos de um novo regime eleito democraticamente. O Paquistão esteve sob regime militar durante décadas.

MSB/rtr/afp/dpa
Revisão: Francis França

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