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Comissão do Senado dos EUA aprova ação militar na Síria

5 de setembro de 2013

Com vitória apertada, Obama vence primeiro obstáculo para ganhar apoio do Congresso para ação punitiva contra o suposto uso de armas químicas por Damasco. China ressalta risco de guerra contaminar economia mundial.

Foto: Reuters

A resolução aprovada pela Comissão de Relações Exteriores do Senado americano autoriza o presidente dos EUA, Barack Obama, a usar a força para impedir a Síria de usar armas químicas e também para prevenir a transferência dessas armas para grupos terroristas.

Num aparente adendo de última hora que teria sido acrescentado por insistência do senador republicano John McCain (adversário de Obama quando ele foi eleito pela primeira vez, em 2008), a resolução da comissão também declara a intenção dos EUA de "alterar a configuração do campo de batalha na Síria" para criar condições para uma solução negociada do conflito.

O texto da comissão do Senado dos EUA, adotado na quarta-feira (04/09), significa, segundo observadores, que Obama superou o primeiro obstáculo para ter aprovada no Congresso americano a autorização para atacar a Síria.

O pedido de Obama passou apertado na Comissão de Relações Exteriores do Senado americano, com dez votos favoráveis – sete democratas e três republicanos – e sete contrários – cinco republicanos e dois democratas. O placar mostra que o presidente ainda deve encontrar grande resistência dos senadores quando a proposta for a plenário, provavelmente no início da semana que vem.

A Casa Branca emitiu uma nota elogiando a ação dos dois partidos na aprovação do pedido. Obama continuará trabalhando junto ao Congresso para obter apoio dos membros de seu Partido Democrata e também dos republicanos, num momento em que o apoio internacional à sua intenção de dar uma resposta punitiva ao suposto uso de armas químicas pelo regime do presidente sírio, Bashar Al-Assad, diminui.

Sem forte apoio internacional para a ação militar, Obama busca agora suporte junto ao CongressoFoto: REUTERS/Jonas Ekstromer/Scanpix Sweden

Na semana passada, o Parlamento do Reino Unido rejeitou uma proposta do primeiro-ministro David Cameron de intervir na Síria. Nesta quarta-feira, a Assembleia Nacional da França se mostrou cética sobre o envolvimento de Paris, durante um debate parlamentar.

Pouco antes da votação, o secretário norte-americano de Estado, John Kerry, reunira-se com o secretário de Defesa, Chuck Hagel, e o general Martin Dempsey, chefe do Estado Maior das Forças Armadas. Os três seguiram juntos para a Congresso, onde responderam uma dura rodada de perguntas feitas pelos políticos.

Kerry defendeu que "o risco de agir é bem maior do que o risco de não agir". O secretário de Estado defendeu que os EUA devem se manter firmes na "defesa de normas e leis do mundo civilizado."

Preocupação com o petróleo

O preço do petróleo subiu nos mercados asiáticos nesta quinta-feira (05/09). Horas depois, o vice-ministro chinês de Finanças, Zhu Guangyao, alertou os líderes mundiais sobre os riscos para a economia global de uma possível intervenção militar na Síria, liderada pelos Estados Unidos. Em seu discurso durante a reunião de cúpula do G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta), na Rússia, Zhu frisou que uma investida militar deverá causar um impacto negativo, especialmente no preço do petróleo.

Segundo o vice-ministro chinês, cujo governo, juntamente com a Rússia, é aliado da Síria, estimativas mostram quem um aumento de 10 dólares no preço do petróleo, por exemplo, pode puxar o crescimento econômico global para baixo em 0,25%.

Ele apelou para uma saída diplomática para o impasse criado a partir das alegações de que o governo de Bashar al-Assad teria usado armas químicas contra civis no dia 21/08, durante ataque na periferia de Damasco. Zhu diz esperar que o "balanço econômico global se torne mais estável, em vez de mais complexo e desafiador."

Protestos contra intervenção militar acontecem em várias cidades nos EUAFoto: AFP/Getty Images

Para Teoh Say Hwa, chefe de investimentos da Philip Futures em Singapura, afirmou que o sinal de apoio mandado pelo Senado aumenta as expectativas de ataques na região e a preocupação de que os "distúrbios possam se espalhar para a região do Oriente Médio, que responde por um terço do petróleo bruto do mundo, e causar interrupções no abastecimento".

Chua Hak Bin, economista para o sudeste asiático do Bank of America Merrill Lynch em Singapura, avalia que o aumento do custo do petróleo pode afetar o crescimento econômico. "Uma onda de aumento dos preços viria em uma hora particularmente ruim, quando vários países asiáticos, principalmente Índia e Indonésia, já estão enfrentando pressão de alta na inflação, aumento de subsídio dos combustíveis e aumentando déficits com o comércio petrolífero", afirma.

O presidente Obama já chegou a Moscou, onde encontra vários líderes nesta quinta-feira a fim de obter apoio na intervenção militar na Síria, que segundo Washington seria uma reposta ao suposto uso de armas químicas pelo governo Assad – o que, em 2012, havia sido definido pelo presidente americano como uma "linha vermelha" que não deveria ser ultrapassada.

MSB/dpa/afp/rtr

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