Produção sul-coreana é a grande vencedora da noite, se tornando a primeira não falada em inglês a vencer como melhor filme. Brasileiro "Democracia em vertigem" é superado por filme produzido por Barack Obama.
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O sul-coreano Parasita, dirigido por Bong Joon-ho, fez história neste domingo (09/02) no Dolby Theatre em Los Angeles, ao se tornar o primeiro filme a conquistar os prêmios de melhor filme internacional e melhor filme em uma edição do Oscar.
Até então, apenas dez filmes tinham sido indicados às duas categorias, mas nenhum havia conseguido a dobradinha. Parasita também se tornou a primeira produção não falada em inglês a levar o Oscar de melhor filme. Na modalidade mais aguardada da cerimônia, o filme asiático superou Ford vs Ferrari, O irlandês, JoJo Rabbit, Coringa, Adoráveis mulheres, História de um casamento, 1917 e Era uma Vez em...Hollywood.
Ao todo, Parasita obteve quatro estatuetas na 92ª edição do Oscar: melhor filme, melhor filme internacional, melhor roteiro original e melhor direção, para Bong Joon-ho. O longa é uma tragicomédia que conta a história de uma família da classe baixa coreana que "se infiltra" em uma família mais rica.
"Estou sem palavras. Nunca imaginamos que isto aconteceria. Estamos muito felizes", afirmou no palco Kwak Sin-ae, produtora de Parasita.
Os números tornam o sul-coreano o grande vencedor do evento em 2020, seguido por 1917, que havia chegado à cerimônia como favorito. O filme de guerra dirigido por Sam Mendes faturou três prêmios: melhor fotografia, melhores efeitos visuais e melhor mixagem de som.
Joaquin Phoenix ganhou o prêmio de melhor ator por Coringa, fazendo um discurso emocionante, Coringa também venceu a categoria melhor trilha sonora. Renée Zellweger levou o prêmio de melhor atriz por sua performance em Judy.
A noite também proporcionou o primeiro Oscar de atuação para Brad Pitt, como melhor ator coadjuvante em Era uma Vez em...Hollywood, de Quentin Tarantino. Foi a quarta indicação de Pitt a um Oscar de atuação, mas não é sua primeira estatueta, já que em 2014 ele foi um dos premiados como produtor de 12 anos de escravidão.
Laura Dern recebeu o prêmio de melhor atriz coadjuvante, por seu papel produção da Netflix História de um casamento.
Na modalidade melhor documentário, o ganhador foi Indústria americana, superando Democracia em vertigem, da diretora brasileira Petra Costa, que era um dos indicados. A produção da Netflix, dirigida por Steven Bognar e Julia Reichert e produzida pelo ex-presidente dos EUA Barack Obama e sua esposa, Michelle Obama, tematiza os contrastes entre a indústria americana e a chinesa, mostrando a vida de trabalhadores de uma fábrica no estado americano de Ohio.
A sátira da era nazista Jojo Rabbit, do diretor neozelandês Taika Waititi, levou a estatueta de melhor roteiro adaptado. A comédia conta a história de um menino de dez anos que vive na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Admirador do nazismo e cultivador de uma amizade imaginária com Adolf Hitler, o garoto descobre que sua mãe, interpretada por Scarlett Johansson, esconde uma jovem judia no sótão de casa.
Na corrida pelo troféu mais desejado do cinema mundial, "Coringa", "1917" e "Era uma vez... em Hollywood" são prediletos. Entre os intérpretes, Renée Zellweger e Joaquin Phoenix saem na frente.
Foto: Reuters
Abrem-se as cortinas para a 92ª festa do Oscar
Em 9 de fevereiro, Hollywood distribui os prêmios de cinema mais populares do planeta numa cerimônia de muito brilho realizada no Dolby Theatre, em Los Angeles. O evento é visto por telespectadores do mundo inteiro e tem grande importância econômica para candidatos e vencedores.
Foto: Reuters
"Coringa"
A categoria de melhor filme é, sem dúvida, a mais importante. Nove películas concorrem nessa seção. Entre os três favoritos está a produção dirigida por Todd Phillips e estrelada pelo ator Joaquin Phoenix (foto). "Coringa" lidera o número de indicações neste ano, com 11 no total.
O drama de guerra do diretor britânico Sam Mendes é outro forte candidato, com dez indicações. O filme sobre a perigosa missão de dois soldados ingleses nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial impressiona pelos refinados recursos técnicos. A obra foi grande vencedora do prêmio do cinema britânico Bafta.
Foto: 2019 Universal Pictures and Storyteller Distribution Co., LLC.
"Era uma vez em... Hollywood"
O diretor Quentin Tarantino também tem boas chances de levar uma estatueta. A comédia dramática tem um elenco de estrelas, que inclui Brad Pitt e Leonardo DiCaprio (foto). Na corrida pelo Oscar, obteve dez nomeações. Já no Globo de Ouro, a produção levou três prêmios, incluindo de melhor filme de comédia ou musical.
Foto: Imago Images/Zuma Press/Columbia Pictures
Disputa por melhor direção
Na categoria de melhor diretor, em que somente homens concorrem, fato que provocou reações adversas, não há um favorito. Martin Scorsese está na corrida com "O irlandês", estrelado por Al Pacino e Robert de Niro (foto). A película, que retrata o mundo da máfia nos Estados Unidos, também foi nomeada na categoria de melhor filme.
Foto: Imago Images/Netflix/STX Entertainment
Renée Zellweger entre as favoritas
Na categoria de melhor atriz, a americana Renée Zellweger é a clara favorita. Ela já recebeu o Globo de Ouro pela impressionante personificação da lendária estrela do cinema Judy Garland no filme "Judy". A maioria dos especialistas prevê que ela também ganhe o Oscar.
Foto: Imago/D. Hindley
Outro ator favorito: Joaquin Phoenix
Se outro intérprete ganhar a estatueta de melhor ator, a premiação surpreenderá, porque Joaquin Phoenix é o franco favorito na categoria. Sua performance, misturando loucura, gracejo e depressão, em "Coringa", já convenceu outros júris, incluindo os do Globo de Ouro, premiação considerada uma prévia para o Oscar.
Noah Baumbach com seu drama conjugal "História de um casamento" é um dos indicados na categoria. A produção da Netflix tem concorrentes de peso, como "O irlandês", de Scorsese, também produzido pela plataforma de streaming.
Foto: Marriage Story/W. Webb
"Parasita"
A categoria de melhor filme estrangeiro tem cinco filmes indicados: da Polônia, Macedônia do Norte, França, Espanha e Coreia do Sul. Desse país asiático vem a tragicomédia familiar do diretor Bong Joon-ho "Parasita" (foto). A produção é considerada uma das favoritas. A película também concorre a melhor filme.
Foto: picture-alliance/dpa/Koch Film
"Honeyland"
Esse filme da Macedônia do Norte concorre tanto a melhor filme estrangeiro como melhor documentário. A dupla de diretores Ljubomir Stefanov e Tamara Kotevska conta a história de uma apicultora preocupada com o ecossistema. A película conquistou prêmios em diversos festivais no mundo. Também na categoria de melhor documentário concorre o brasileiro "Democracia em vertigem", de Petra Costa.