Norte da capital francesa terá centro de acolhimento provisório para oferecer atendimento médico e orientação a requerentes de asilo recém-chegados. Objetivo é tirar migrantes das ruas.
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A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, anunciou nesta terça-feira (06/09) que vai inaugurar em meados de outubro o primeiro campo de refugiados da capital francesa. O objetivo é tirar centenas de migrantes sem assistência das ruas.
A unidade em Porte de la Chapelle, no norte de Paris e não muito longe da estação de trem Gare du Nord, terá capacidade para 400 homens. Um segundo abrigo será aberto no final do ano em Ivry-sur-Seine, no sul da capital, para acolher cerca de 300 mulheres e crianças.
Os centros servirão como um ponto de atendimento temporário, onde os requerentes de asilo receberão tratamento médico e orientação, antes de serem levados a abrigos permanentes em outros lugares da França. Eles poderão ficar abrigados nos campos de emergência somente "entre cinco e dez dias".
Cerca de 80% do complexo de Porte de la Chapelle, orçado em 6,5 milhões de euros, foram financiados pela prefeitura de Paris, que será responsável por metade das despesas com a gestão.
Atualmente, cerca de 40% das solicitações de asilo são realizadas na região parisiense de Île-de-France. Hidalgo tinha anunciado a intenção de criar um campo de refugiados em Paris em maio, dizendo que a França tem o dever de acomodar os migrantes em condições humanas. O campo de Porte de la Chapelle deve ser ampliado até o ano que vem para receber outras 200 pessoas.
Hostilidade contra migrantes
Na semana passada, o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, prometeu remover completamente o acampamento de migrantes na cidade de Calais, no norte da França, conhecido como "A Selva" e que abriga cerca de 7 mil pessoas. Segundo o político, a remoção será gradativa, conforme novos abrigos forem construídos em toda o país.
Nesta segunda-feira, caminhoneiros, agricultores e empresários locais bloquearam uma rodovia importante da região para protestar contra o acampamento ilegal. Eles reclamam das tentativas dos migrantes de se esconderem nos caminhões para atravessar o Canal da Mancha, em direção ao Reino Unido.
Na madrugada desta terça-feira, um edifício destinado a abrigar um centro de migrantes em Forges le-Bains, ao sul de Paris, foi incendiado. A Promotoria francesa considerou a ação como criminosa. O local teria capacidade para 200 pessoas e receberia os primeiros refugiados em outubro.
KG/efe/afp
Uma prisão como abrigo para refugiados
Shazia Lutfi, de 19 anos, não praticou nenhum crime. Ela somente fugiu. Seu alojamento agora é um antigo prédio de prisão na Holanda. Fotógrafo Muhammed Muheisen registra vida dos moradores na velha cadeia de Haarlem.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Uma cama, duas cadeiras, um teclado
Eles vêm do Afeganistão: Hamed Karmi (27) e sua esposa Farishta Morahami (25) se instalaram em "sua cela" na cidade holandesa de Haarlem. Enquanto ele faz música no teclado, ela escuta. Nenhuma guerra. Será que eles poderão permanecer na Europa?
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Pouca luz natural
Aqui se tem uma visão geral da prisão De Koepel em Haarlem. Ali estão abrigados centenas de refugiados. Um deles é Reda Ehsan (25), do Irã. Ele faz uma pausa sobre uma mesa no pátio – e pode ver seu novo lar a partir de outra perspectiva.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Uma prisão permanece uma prisão
Mesmo que o edifício seja tombado e as pessoas recebam bons cuidados: uma prisão continua a ser uma prisão. Isso é o que esta imagem documenta. A foto mostra ainda Mohammed Ben Salem (36, esq.) da Argélia e Amine Oshi (22) da Líbia numa pausa para fumar.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Chá no corredor
Em frente à porta de sua cela, Siratullah Hayatullah, do Afeganistão, prefere o chá ao café. Podem-se imaginar cantos mais acolhedores, mas ao menos pela expressão de seu rosto, o jovem de 23 anos parece estar contente com o lugar que escolheu para tomar uma xícara da bebida.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Alojamento para solteiras
Mulheres solteiras estão alojadas numa ala separada. Por essa janela, o fotógrafo Muheisen descobriu uma mulher da Somália. Ijaawa Mohamed tem 41 anos e está diante, como muitos outros, de um futuro incerto. Ela deixou para trás a violência em seu país.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Microcosmo da crise
A antiga prisão na Holanda é um microcosmo do que na Europa se chama "crise migratória". Ali estão alojadas pessoas de regiões de crise em todo o mundo. Yassir Hajji (24) e sua esposa Gerbia (18) vêm do Iraque. Gerbia não vai ao cabeleireiro nem ao salão de beleza. Suas sobrancelhas são tratadas por seu marido.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Uma espécie de lavanderia
Os refugiados vivenciam aqui novamente um mundo em ordem. Sem guerra, sem caos, sem confusão, mas justamente o contrário: muitos nunca puderam usar uma lavanderia como essa em seus países.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Alívio e medo
Este jovem não quer dizer seu nome nem mostrar seu rosto. A razão poderia estar na sua homossexualidade. Mas sabemos que ele vem do Marrocos.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Rezar ajuda
Fatima Hussein, de 65 anos, é uma das refugiadas mais idosas que o fotógrafo Muhammed Muheisen conheceu em Haarlem. Hussein permitiu que ele desse uma olhada em sua cela e até mesmo a fotografasse enquanto rezava. Ela também vem do Iraque.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Passe livre
Naaran Baatar (40), da Mongólia, também veio para Haarlem. Ele joga basquetebol no pátio externo. Os gestores e administradores de abrigos como esse tentam fazer com que as pessoas se acostumem com uma vida em liberdade. Isso se elas puderem ficar e não forem deportadas.