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Paris dá largada à Eurocopa em meio a série de greves

10 de junho de 2016

Setor ferroviário, da aviação e coleta de resíduos realizam paralisações. Prefeitura corre contra o tempo para remover montanhas de lixo, e ministro dos Transportes critica planos do sindicato de pilotos da Air France.

Lixo se acumula nas ruas de Paris durante greve dos funcionários da coleta de lixo
Lixo se acumula nas ruas de Paris durante greve dos funcionários da coleta de lixoFoto: Reuters/C. Platiau

A Eurocopa deste ano começa em meio ao caos na capital francesa, afetada por uma série de greves no setor público. A poucas horas do início da competição, as autoridades francesas começaram a correr contra o tempo nesta sexta-feira (10/06) para remover o lixo acumulado nas ruas de Paris.

A prefeitura enviou às ruas da cidade caminhões de coleta de lixo de empresas particulares, afirmando a funcionários públicos em greve que não permitirá que eles causem distúrbios no torneio de seleções da Europa.

França reforça segurança para a Eurocopa

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"Todo o lixo será removido", afirmou a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, informando que 50 caminhões foram despachados durante a noite e outros 30 na manhã desta sexta-feira. "Levará alguns dias, obviamente", explicou.

Sem trabalhar há quatro dias, os funcionários da coleta de lixo prometeram prosseguir com a paralisação até a próxima semana. A greve é parte da resposta do setor público à proposta de reforma nas leis trabalhistas, que facilitaria a contratação e a demissão de empregados. O presidente François Hollande afirmou diversas vezes que não irá ceder em seus planos.

Pilotos da Air France

Não apenas o setor de resíduos ameaça o bom funcionamento da Eurocopa, que deveria mostrar a habilidade da França de conduzir um grande evento internacional após ser abalada por ataques terroristas no ano passado. Ciente dos possíveis danos à imagem do país no exterior, o ministro dos Transportes, Alain Vidalies, condenou os planos do sindicato de pilotos da Air France de iniciar uma greve de quatro dias a partir deste sábado.

Vidalies disse que, se necessário, os condutores de trens serão forçados a assegurar o funcionamento do transporte público para os torcedores. "Não haverá mais negociações. Não há mais razões para continuar a greve, a não ser razões políticas", disse o ministro.

Os funcionários da empresa ferroviária estatal SNCF entraram no décimo dia de greve, mas a empresa prometeu garantir o transporte em momentos cruciais, como antes da primeira partida da Eurocopa, nesta sexta-feira.

A Air France afirmou que deseja garantir em torno de 80% dos voos neste sábado, cancelando um em cada quatro voos de média distância e um em cada dez de longa distância ou domésticos.

Vidalies disse que o governo não irá tolerar quaisquer formas de protestos ilegais, como os bloqueios de linhas férreas realizados nos últimos dias. Uma das maiores preocupações eram as ameaças de alguns sindicatos de interromper os trens entre Paris e o subúrbio de Saint-Denis, onde fica o Stade de France. Com capacidade para 80 mil pessoas, o estádio será palco da partida de abertura da Eurocopa entre França e Romênia, às 21h (hora local) desta sexta-feira.

Além das greves, Paris foi afetada por enchentes nos últimos dias, e os efeitos do medo do terrorismo também ainda se fazem sentir na cidade. O governo reforçou a segurança para a Eurocopa, destacando mais de 90 mil soldados e policiais para a capital.

RC/rtr/ap

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