Espessas nuvens de poluição em Paris quase escondem a vista pitoresca da Torre Eiffel. Durante diversos dias em março de 2014, o nível de contaminação do ar na capital francesa excedeu o máximo permitido de partículas poluentes.

Em 17 de março de 2014, as autoridades parisienses restringiram a circulação de carros na capital: veículos com placa de número par não podiam trafegar. No dia seguinte, foi a vez dos de placa ímpar. Foi a primeira restrição de tráfego na cidade em mais de 15 anos. Apenas carros elétricos, híbridos ou com mais de três passageiros ficaram excluídos da interdição.

Bruxelas perde em tamanho para Paris, mas compete com ela de igual para igual em termos de poluição. Em 14 de março, seu smog – nevoeiro contaminado por fumaça – era tão denso quanto o da capital francesa. Para melhorar a qualidade do ar, um limite de 50 quilômetros por hora foi imposto na cidade, que além de capital belga é sede da União Europeia e da Otan.

A concentração de partículas poluentes na capital da Bósnia-Herzegóvina, Sarajevo, é a mais alta da Europa, chegando a 117 microgramas por metro cúbico por ano (a média anual permitida pela UE é de 40 microgramas). O clima contribui: sem ventos regulares, o smog e as emissões dos exaustores se acumulam. Os altos preços do gás também levam os habitantes a se aquecerem com carvão de baixa qualidade.

Na China, os níveis de poluição bateram recordes durante dias em 2014. Na capital Pequim, famosa por seu ar espesso, foi estabelecido um alerta de smog. Seus níveis das especialmente perigosas micropartículas de poeira estão 14 vezes acima do limite recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Ahwaz, no Irã, tem a pior classificação no ranking de smog da OMS, o que faz dela, oficialmente, a cidade com o ar mais sujo do mundo. O fato se deve à quantidade de indústrias, na região, que usam petróleo, metais e gás natural em seus processos de produção.

Ulan Bator, na Mongólia, não é apenas uma das capitais mais geladas da Terra: seu ar é o segundo pior no mundo. Durante os meses de inverno, lareiras domésticas alimentadas com carvão e madeira contribuem para até 70% da poluição atmosférica na cidade.

A poluição atmosférica é uma das principais preocupações ambientais do Paquistão, no momento. A situação é particularmente dramática em Lahore, segunda maior cidade do país. Lá, o smog se deve sobretudo à combinação entre alto volume de tráfego motorizado, incineração de lixo e poeira dos desertos circundantes.

Na indiana Nova Délhi, o número de automóveis aumentou de 180 mil para 3,5 milhões, nos últimos 30 anos. No entanto, o maior problema ainda são as fábricas movidas a carvão, que contribuem com cerca de 80% da poluição atmosférica total da cidade.

Tempestades de areia como as que ocorrem em Riad podem contribuir para a formação de smog, por aumentar a quantidade de partículas no ar. Num lugar como a Arábia Saudita, os intensos raios ultravioleta também transformam em ozônio as emissões de veículos e indústria.

De acordo com um estudo do Instituto Max-Planck de Mainz, cerca de 15 mil pessoas morrem todos os anos em Dhaka, Bangladesh, devido à poluição do ar. Os cientistas encontraram lá a maior concentração de dióxido de enxofre do mundo.

Apesar de o smog ter a mesma aparência pelo mundo afora, sua composição difere de cidade para cidade. Em Moscou, por exemplo, ele é caracterizado por níveis elevados de hidrocarbonetos. Graças aos ventos que sopram do Ocidente, a região oeste da capital russa geralmente tem uma qualidade de ar melhor.

A localização geográfica da Cidade do México, cercada de montanhas por três lados, piora sua poluição atmosférica. Devido a seus altos níveis de dióxido de enxofre e hidrocarbonetos, a capital mexicana foi considerada uma das mais poluídas do mundo por longo tempo. A situação agora está melhorando, em decorrência de novas políticas de transporte e do fechamento de determinadas fábricas.