Paris ganha novo museu de arte moderna e contemporânea
27 de abril de 2016
Após procurar por décadas uma locação para sua coleção particular, François Pinault anuncia um museu de arte, a ser aberto em 2018. Instituição de caráter pedagógico é grande presente para capital francesa, diz prefeita.
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O mecenas e homem de negócios francês François Pinault instalará parte sua coleção particular de arte moderna e contemporânea na Bourse de Commerce de Paris, segundo anunciou nesta quarta-feira (27/04), juntamente com a prefeita da cidade, Anne Hidalgo.
Com um total de 13 mil metros quadrados, o novo museu, com inauguração prevista para fins de 2018, situa-se em frente ao recém-inaugurado complexo Les Halles e a meio caminho entre o Museu do Louvre e o Centro Pompidou.
O edifício é a antiga bolsa de comércio de cereais e outros produtos básicos, arrendado por Pinault pelos próximos 50 anos como parte de um projeto de restauração orçado em cerca de 1 bilhão de euros. Somente os trabalhos de reforma do prédio deverão custar 100 milhões de euros, ficando a cargo do arquiteto japonês Tadao Ando.
Vontade de partilhar a paixão pela arte
Pinault é ex-presidente do grupo Kering (antigo Pinault-Printemps-Redoute –PPR) ao qual pertence a cadeia de livrarias FNAC e a prestigiosa casa de leilões Christie's. Ele tem sido descrito como "a pessoa mais importante do mundo da arte". Sua coleção particular inclui entre 3 mil e 4 mil peças de artistas como Mark Rothko, Jeff Koons, Damien Hirst ou Takashi Murakami, com valor total calculado em 1,2 bilhão de euros.
Há décadas, o empresário de 79 anos procurava um local de exposição na capital francesa para o acervo artístico. Dez anos atrás acabou renunciando a seu projeto de fundar um museu de arte às portas da cidade. No meio tempo, vinha expondo as obras em museus de arte de Veneza, no nordeste da Itália.
Ao anunciar o novo museu, a prefeita Hidalgo revelou-se "encantada", descrevendo-o como "um imenso presente no coração de Paris" e "um grande ganho para a cidade".
Em declaração à imprensa, Pinault reafirmou a intenção de "partilhar com um número maior de pessoas" sua paixão pela arte. O futuro museu da Bourse de Commerce abrigará "uma coleção em permanente evolução, com a intervenção dos artistas e com uma vocação educativa e pedagógica, sobretudo para aqueles distantes da arte contemporânea", prometeu.
AV/afp/dpa
As obras de arte mais caras do mundo
Colecionadores pagam fortunas por obras de artistas famosos. Poucos trabalhos, no entanto, foram comprados por mais de 100 milhões de dólares. Veja as dez obras mais valiosas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Wenig
O mais caro do mundo
A pintura "Salvator mundi" (Salvador do Mundo), de Leonardo da Vinci, foi leiloada em Nova York em 15 de novembro de 2017 por 450 milhões de dólares, tornando-se o quadro mais caro de todos os tempos. A pintura a óleo representando Cristo foi feita em madeira há 500 anos e mede 66 x 46 cm. Não foi revelado quem adquiriu o quadro, que era a última obra conhecida do autor em mãos privadas.
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Picasso está na lista quatro vezes
O quadro "As mulheres de Argel (versão 0)", de Pablo Picasso, foi leiloada em 11 maio de 2015. Por mais de 179 milhões de dólares, a tela mudou de dono na casa Christie's de Nova York. Com essa transação, o pintor moderno espanhol aparece quatro vezes na lista das obras de arte que alcançaram os lances mais altos. E está em excelente companhia.
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Vice-campeão italiano
O pintor italiano Amedeo Modigliani pintou este "Nu deitado" em 1917, três anos antes de morrer. Em novembro de 2015, a tela foi arrematada na Christie's de Nova York por 170,4 milhões de dólares. O novo proprietário é Liu Yiqian, negociante e bilionário de Xangai, China.
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Bacon, o ex-número um
"Três estudos de Lucian Freud" de Francis Bacon era, até maio de 2015, o quadro mais caro já leiloado. Em 2013, os retratos que o inglês fez do também pintor Freud foram arrematados por 142,4 milhões de dólares. O tríptico pertence à colecionadora americana Elaine Wynn.
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Venda privada
O quadro "Adele Bloch-Bauer I" foi pintado pelo austríaco Gustav Klimt em 1907 e é mais conhecido como "Adele Dourada". Em 2006, o empresário americano Ronald Lauder o adquiriu por 135 milhões de dólares para uma galeria em Nova York, onde está exposto. Trata-se de uma venda particular, mas que foi organizada pela casa de leilões Christie's.
Em maio de 2012, a versão em pastel de "O grito", feita pelo norueguês Edvard Munch em 1985, foi leiloada por 119,9 milhões de dólares. Poucos sabem, no entanto, que há quatro versões deste quadro. Ao lado de "Mona Lisa", de Da Vinci, e "Girassóis", de Van Gogh, é um dos quadros mais conhecidos no mundo. O comprador foi o americano Leon Black.
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Monet: recorde do Impressionismo
Em maio de 2019, uma pintura da série "Meules", do pintor francês Claude Monet, foi vendida por US$ 110,7 milhões em um leilão em Nova York, marcando um recorde para o artista e para o Impressionismo. Pintada no inverno de 1890 na casa do artista em Giverny, na região francesa da Normandia, a obra é considerada um dos ícones do Impressionismo.
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Nudez milionária
Pablo Picasso pintou "Nu com folhas verdes e busto" num único dia de 1932, retratando sua amante da época. Em termos atuais, um salário-hora milionário. Em 2010, um colecionador incógnito arrematou a tela pelo telefone, por 106,5 milhões de dólares. Em 2011, foi emprestada à galeria Tate, de Londres.
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"Acidente com carro prata", de Andy Warhol
Em 1963, o artista americano Andy Warhol produziu esta obra, que mostra várias imagens de um acidente de carro. A obra-prima foi leiloada por 105,4 milhões de dólares pela Sotheby's em 2013.
Foto: AUSSCHNITT: picture-alliance/dpa/Sotheby's
Outra obra de Picasso
O óleo "Rapaz com cachimbo" foi pintado por Pablo Picasso em 1905. Ele marca a transição do período azul para rosa do pintor. O quadro foi leiloado em Nova York em 2004 por 104,2 milhões de dólares.
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Escultura mais cara
O modernista suíço Alberto Giacometti também quebrou o próprio recorde no leilão de maio de 2015 em Nova York. Sua escultura "Homem apontando" alcançou 141,3 milhões de dólares.
Outra escultura de bronze de Giacometti, "Homem caminhando I" foi arrematada por 103,7 milhões de dólares pela filantropa brasileira Lily Safra. A escultura, de 1960, é considerada uma das mais destacadas obras de arte suíças no século 20. Ainda hoje ela estampa a cédula de 100 francos suíços.