Paris perde 1 milhão de turistas após ataques terroristas
23 de agosto de 2016
Número de turistas na capital francesa caiu 6,4% no primeiro semestre deste ano. Além de terrorismo, ministro cita clima, greves e crise econômica brasileira como fatores para essa queda.
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O número de turistas que se hospedou em Paris no primeiro semestre de 2016 diminui 6,4%, chegando a 14,9 milhões, ou seja, 1 milhão a menos em relação ao mesmo período do ano passado, divulgou nesta terça-feira (23/08) o Comitê Regional de Turismo (CRT). Os ataques terroristas foram apontados como o principal fator para essa queda.
A maior perda ocorreu entre os turistas estrangeiros, uma diminuição de 9,9%, enquanto entre os franceses a redução foi de 3,5%. Segundo o CRT, essa foi a maior queda no turismo registrada desde 2010, quando o retrocesso chegou a 8,5%.
Com menos turistas na cidade, os grandes monumentos e museus também receberam menos visitantes. No Arco do Triunfo a queda registrada chegou a 34,8% e no Palácio de Versalhes ficou em 16,3%.
Estima-se que a diminuição no número de turistas fez a capital francesa perder cerca de 750 milhões de euros.
Já o país registrou uma queda de 7% no número de turistas estrangeiros. O ministro francês do Exterior, Jean-Marc Ayrault apontou, além do terrorismo, o clima meteorológico desfavorável, as greves e a crise econômica de países como a Rússia e o Brasil como os principais motivos para essa redução.
Ayrault disse que convocará um comitê de emergência econômica voltado para o turismo e concentrado nas regiões do país mais impactadas essa queda. O setor é responsável por entre 7 e 8% do Produto Interno Bruto (PIB) francês e gera cerca de 2 milhões de empregos diretos e indiretos.
Apesar da queda, a França deve continuar sendo o principal destino turístico do mundo. O Ministério de Comércio Exterior francês estima que 80 milhões de turistas visitarão o país neste ano.
CN/efe/lusa/rtr
Os parques e jardins mais belos da Europa
Dos ostentativos parques renascentistas e barrocos até o "urban gardening", passando pela gentil arte da jardinagem inglesa: a paixão de configurar novas paisagens tem inúmeras facetas na Europa.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Stache
Flores, chá e bolinhos à inglesa
A Inglaterra é uma nação fanática por jardins. Em Londres e outras cidades, também do País de Gales, a cada verão centenas de propriedades particulares abrem seus jardins à visitação, muitas vezes com acompanhamento de chá e bolinhos. A entrada de algumas libras esterlinas serve a uma boa causa, pois reverte para a manutenção dos espaços. Uma ideia que fez escola em outras partes da Europa.
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Cranbrook: Sissinghurst Castle
O Sissinghurst Castle, em Cranbrook, no condado de Kent, é um dos mais famosos jardins da Europa. A escritora Vita Sackville-West criou em 1930, junto com o marido, o espaço que até hoje dita estilo. Com elegância, seus dez diferentes ambientes combinam sensualidade e rigor formal. Entre os mais apreciados está o "Jardim Branco": Sackville queria poder vislumbrar suas flores também à noite.
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Versalhes, o jardim do palácio
O Palácio de Versalhes, na França, é um dos maiores do continente. Seu jardim barroco serviu como modelo para muitos outros monarcas europeus. André Le Nôtre, o jardineiro de Luís 14, conta entre os paisagistas mais importantes de todos os tempos, e Versalhes foi sua obra-prima. As formas rigorosas simbolizam o triunfo da razão humana sobre a natureza selvagem: um monumento verde de poder.
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Villandry, arte florida no Loire
Apelidada "Jardim da França", a área verde do palácio renascentista Villandry, no vale do Loire, é uma das mais visitadas do país. Foi criada em 1906, quando parques de aspecto natural ditavam moda. Mas o ídolo do proprietário era o mestre da linguagem das formas André le Nôtre: em três níveis distintos, canteiros de flores e de legumes compõem um mosaico geométrico em perfeita harmonia de cores.
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Hannover: Jardins de Herrenhausen
Núcleo histórico dos Jardins de Herrenhausen, na Baixa Saxônia, o Grosse Garten é a única área verde barroca da Alemanha preservada no estado original. E só porque os reis de Hannover não ligavam para seus jardins: de 1714 a 1832, enquanto reinavam na Inglaterra, eles economizavam em casa. Assim, em vez dos jardins-paisagens naturais da moda, em Hannover tudo permaneceu como antigamente.
Roma: Villa d'Este
A Itália foi pioneira na instalação de jardins como cenário para mansões de luxo no campo. Os da Villa d'Este, em Roma, datam do século 16. Fontes ornamentais são elementos típicos dos jardins renascentistas, e neste caso a atração é a alameda das Cem Fontes. Desde 2001, esses jardins foram declarados pela Unesco Patrimônio Cultural da Humanidade.
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Potsdam: Sanssouci e outros
Um dos mais produtivos artistas da jardinagem no século 19 foi um paisagista que nunca teve seu jardim próprio: Peter Joseph Lenné, que de 1816 até sua morte, em 1866, serviu nos jardins da corte da Prússia. Seu estilo eram parques amplos, com bem engendrados eixos de visão. O parque do Palácio de Sanssouci, que ele ampliou e reprojetou, é hoje Patrimônio da Humanidade.
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Dessau-Wörlitz, o reino verde
O príncipe Leopoldo Francisco de Anhalt-Dessau criou no século 18 um parque paisagístico no estilo de jardim inglês na margem do rio Elba. E, num gesto revolucionário, o abriu a todos os súditos. Integrando cursos d'água naturais e artificiais, pontos de perspectiva, ilhas, pontos de visão, esculturas e arquitetura, o resultado é uma obra de arte total, cuja sutil elegância fascina até hoje.
Foto: KsDW Bildarchiv/Heinz Fräßdorf
Giverny, jardim de Monet
Mais de meio milhão de turistas viajam anualmente até a Normandia, na França, para visitar este jardim. Responsável por tal popularidade foi o pintor impressionista Claude Monet, cuja casa de campo ficava em Giverny. A jardinagem era sua paixão, e ele comprava novas plantas sem parar, até transformar o local numa colorida selva. Um motivo pictórico célebre é o laguinho de nenúfares, ou ninfeias.
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Por toda parte: "urban gardening"
A jardinagem é hoje um hobby democrático, e por todo o planeta iniciativas paisagísticas adornam as metrópoles. Por exemplo: no aeroporto desativado de Tempelhof, em Berlim desenvolveu-se um projeto de "urban gardening", um jardim de canteiros elevados, criativamente montado com os materiais mais simples. Um oásis na cidade grande, sempre aberto aos visitantes.