Parlamento alemão aprova Acordo de Paris sobre o clima
23 de setembro de 2016
Documento recebe luz verde do Bundestag e do Bundesrat e segue agora para ratificação do presidente da Alemanha. Governo espera que pacto entre em vigor antes da próxima Conferência do Clima, em novembro.
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Os parlamentares alemães concluíram nesta sexta-feira (23/09) a aprovação do Acordo de Paris sobre o clima, maior compromisso mundial conjunto para desacelerar as mudanças climáticas. O texto segue agora para sanção do presidente Joaquim Gauck, que deve firmá-lo em outubro.
O acordo, que já tinha aprovação unânime do Bundestag (Parlamento), recebeu nesta sexta também o aval do Bundesrat (Conselho Federal), espécie de segunda câmara do Legislativo alemão, formada por representantes dos governos estaduais.
A ministra do Meio Ambiente, Barbara Hendricks, afirmou que a aprovação do documento envia um grande sinal de esperança e de determinação aos parceiros internacionais da Alemanha. Ela ressaltou que o Acordo de Paris não é o fim, mas sim o início de um longo caminho.
O Partido Verde pediu que o governo federal leve agora a proteção climática a sério. Para o líder da bancada da legenda no Parlamento, Anton Hofreiter, os ministros da Economia, da Agricultura e do Transporte precisam finalmente encarar o assunto como uma tarefa conjunta do governo federal e não podem "ceder a interesses do lobby".
Com o Acordo de Paris, a comunidade internacional se compromete a limitar a subida da temperatura "bem abaixo dos 2ºC" e a "continuar os esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC" em relação à era pré-industrial. O pacto implica uma redução drástica das emissões de gases de efeito estufa, com medidas como economia de energia, maiores investimentos em energias renováveis e reflorestamento.
O governo federal alemão acredita que o acordo entrará em vigor antes da próxima Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP22), marcada para novembro deste ano, em Marrakech. Para isso, o documento precisa ser ratificado por pelo menos 55 nações que somem, no mínimo, 55% de todas as emissões globais.
Atualmente, 60 países ratificaram o Acordo de Paris, mas eles representam juntos 47,76% do total de emissões. Inicialmente, a previsão era de que o pacto entrasse em vigor em 2020.
LPF/dw/afp/dpa/epd
Dez ações contra as mudanças climáticas
Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
Foto: Getty Images/J. Sullivan
Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.