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No Afeganistão

26 de fevereiro de 2010

Bundestag aprovou prorrogação da missão e envio de mais de 800 novos soldados para o Afeganistão, apesar de protestos da esquerda. Enquanto isso, série de atentados em Cabul mata 17 pessoas e fere 38.

Westerwelle e Merkel. Governo enviará mais de 800 soldados adicionaisFoto: AP

A câmara baixa do parlamento da Alemanha (Bundestag) aprovou nesta sexta-feira (26/02), em sessão atribulada, a prorrogação do mandato das Forças Armadas nacionais no Afeganistão, assim como o envio de mais de 800 novos soldados à região.

O legislativo aprovou com grande maioria a nova estratégia do governo alemão para o Afeganistão. Com isso, o Exército do país poderá estar operando futuramente no Afeganistão com até 5.350 homens. Até agora, o limite previsto era de 4,5 mil soldados.

Enquanto isso, um novo atentado matava pelo menos 17 pessoas em Cabul.

Protestos antes da votação

Pouco antes do início da sessão de votação, houve confusão, e o presidente da casa, Norbert Lammert, ordenou a expulsão do plenário de praticamente toda a bancada do partido A Esquerda, que ficou de fora dos debates, tendo retornado para a votação.

Os deputados protestavam, empunhando cartazes com nomes dos civis mortos em um controvertido bombardeio ocorrido no Afeganistão. A ação militar, ordenada por um oficial alemão, vitimou dezenas de civis e provocou a queda de um ministro do gabinete da chanceler federal alemã, Angela Merkel.

Quase três quartos dos deputados alemães votaram a favor do novo mandato para o Afeganistão: 429 de 586 votos. Somente o partido A Esquerda votou contra o novo projeto da coalizão de governo, composta por democrata-cristãos e liberais. Os verdes se abstiveram, e os social-democratas votaram, em sua maioria, a favor.

Maior peso à instrução e à reconstrução

Na missão que já dura mais de oito anos, deverá ser dada mais atenção à formação e instrução das forças de segurança afegãs. Além disso, as verbas para a reconstrução civil serão aumentadas neste ano de 260 milhões para 430 milhões de euros. Ainda não há, entretanto, uma data prevista para a conclusão da retirada total das tropas.

Protesto no parlamento alemão. Toda a bancada do A Esquerda foi expulsa do plenárioFoto: AP

Com o aval do Bundestag, o governo da Alemanha pode colocar em prática a nova estratégia referente ao Afeganistão, acordada pela comunidade internacional em fins de janeiro, em uma conferência em Londres.

O ministro do Exterior da Alemanha, Guido Westerwelle, classificou a aprovação como uma "vitória da responsabilidade". Ele não citou uma data para a retirada das tropas alemãs. Entretanto, Berlim tem deixado claro que pretende retirar os primeiros contingentes já a partir do próximo ano. O ministro da Defesa, Karl-Theodor zu Guttenberg, ressaltou que as preocupações principais são agora os quesitos "proteção e instrução", embora reconheça que a missão militar no país "continua perigosa".

Série de atentados mata estrangeiros em Cabul

Em uma série de ataques contra um hotel e dois outros edifícios em Cabul, praticada nesta sexta-feira por ativistas suicidas talibãs, foram mortas pelo menos 17 pessoas e 38 ficaram feridas. Segundo informações das autoridades locais, há entre os mortos quatro indianos e um italiano, além de um francês. Os prédios atacados ficam a poucos passos do Ministério do Interior.

Os terroristas explodiram um carro-bomba, que destruiu um hotel. Um outro homem-bomba se autodetonou defronte ao prédio. Dois outros terroristas suicidas atacaram um outro hotel. Um deles disparou seu explosivo, matando três policiais, e o outro foi morto pela polícia.

MD/dpa/lusa/apn
Revisão: Augusto Valente

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