1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Parlamento alemão terá deputadas transgênero pela 1ª vez

27 de setembro de 2021

Tessa Ganserer e Nyke Slawik, ambas do Partido Verde, fazem história ao conquistar assentos no Bundestag, que nunca teve representantes abertamente transgênero.

Foto combinada mostra Tessa Ganserer e Nyke Slawik, políticas do Partido Verde
Tessa Ganserer, de 44 anos, e Nyke Slawik, de 27, ambas do Partido Verde

Duas políticas do Partido Verde alemão farão história ao se tornar as primeiras mulheres abertamente transgênero no Bundestag (Parlamento da Alemanha), após garantirem assentos na eleição federal deste domingo (26/09).

Tessa Ganserer, de 44 anos, é de Nurembergue e integra a câmara regional da Baviera desde 2013. Ela obteve 22,6% dos votos de sua região. Na eleição federal, os alemães assinalam dois votos: o primeiro num canditato de seu distrito eleitoral e o segundo num partido.

Nyke Slawik, de 27 anos, obteve 11,3% dos chamados "primeiros votos". Originária de Leverkusen, ela assegurou sua cadeira concorrendo na lista regional dos verdes na Renânia do Norte-Vestfália.

O Partido Verde ficou em terceiro lugar na eleição alemã. Agora, a sigla deverá ser cortejada pelos dois primeiros colocados, o Partido Social-Democrata (SPD) e a União Democrata Cristã (CDU), de Angela Merkel, para formar uma coalizão, podendo assim ser parte do novo governo.

"Vitória histórica"

Para a advogada Tessa Ganserer, o resultado que ela obteve mostra que a Alemanha é um país aberto e tolerante. "É uma vitória histórica para os verdes, mas também para o movimento emancipatório transgênero e para toda a comunidade queer", disse, após a vitória.

Ganserer foi a primeira política numa assembleia legislativa alemã a declarar publicamente que era transgênero.

Entre as prioridades dela está implementar um procedimento que facilite a homologação de mudanças de gênero em documentos de identidade.

Uma legislação em vigor há 40 anos conhecida como Lei de Transsexuais só permite a mudança de nome e gênero nos documentos depois que o indivíduo passa por uma avaliação psicológica e um processo judicial, incluindo um inquérito com perguntas íntimas.

Por causa dessa lei, Ganserer se recusa a mudar seu nome e gênero na identidade. Nas eleições, ela apareceu na cédula de votação com o antigo nome masculino.

A política verde, que tem dois filhos, também quer alterar as leis para que mães lésbicas possam adotar crianças.

Já Slawik elaborou um plano de ação contra homofobia e transfobia a fim de melhorar a lei federal anti-discriminação atualmente em vigor.

Direitos LGBTQ na Alemanha

A homossexualidade era considerada um crime na Alemanha até 1969, enquanto o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi legalizado em 2017. Por outro lado, crimes de ódio contra pessoas LGBTQ aumentaram 36% no ano passado, segundo números divulgados pela polícia.

Gabrielï Nox Koenig, da Associação Federal para Pessoas Trans, afirmou que as eleições federais marcam "um momento histórico nesse contexto". Segundo ela, essa é a primeira vez que pessoas abertamente transgênero foram representadas em listas eleitorais.

rk/ek (DPA, Reuters)

Pular a seção Mais sobre este assunto

Mais sobre este assunto

Mostrar mais conteúdo