Parlamento da Irlanda aprova legalização do aborto
Louisa Wright
14 de dezembro de 2018
Parlamentares ratificam legislação inédita na predominantemente católica Irlanda, após voto favorável em referendo em maio. Premiê irlandês descreve aprovação como momento histórico para mulheres no país.
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O Parlamento da Irlanda adotou o projeto de lei que legaliza o aborto no país, na sequência de um referendo histórico realizado no início deste ano. O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, descreveu a aprovação do projeto como um "momento histórico para as mulheres irlandesas".
A legislação aprovada na quinta-feira (13/12) permite que os abortos sejam realizados até 12 semanas de gestação ou em condições em que haja risco à vida ou grave dano à saúde da mulher grávida.
O projeto também permitirá encerramentos de gestação em casos de anormalidade fetal que podem levar à morte do feto antes ou até 28 dias após o nascimento.
Em maio, a Irlanda votou num referendo sobre o fim da proibição dos abortos no país e 66,4% dos eleitores votaram a favor da nova legislação.
O primeiro-ministro da Irlanda escreveu em sua conta oficial no Twitter que a mudança representa um "momento histórico para as mulheres irlandesas". O tom de entusiasmo foi compartilhado com o ministro da Saúde, Simon Harris.
"Há pouco mais de 200 dias, vocês, o povo da Irlanda, votou pela revogação da Oitava Emenda [do Ato Constitucional de 1983, que reconhece o direito igual à vida da mulher do nascituro] para que pudéssemos cuidar das mulheres com compaixão", disse Harris.
"Hoje aprovamos a lei para tornar isso realidade. Uma votação para acabar com as jornadas solitárias, acabar com o estigma e apoiar as escolhas das mulheres em nosso próprio país", escreveu Harris em seu Twitter.
Desde 1980, cerca de 170 mil mulheres irlandesas foram forçadas a viajar para o vizinho Reino Unido para realizar abortos. Embora a Irlanda seja um país predominantemente católico, a influência da Igreja diminuiu nos últimos anos.
O passo final no processo legislativo é a assinatura cerimonial do projeto de lei em lei pelo presidente do país, Michael D. Higgins. O serviço de Saúde irlandês começou a ser preparado para praticar os primeiros abortos em janeiro de 2019.
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Ao longo da história, houve várias pioneiras, seja na ciência ou na luta pelo voto feminino e o direito à educação. Conheça algumas mulheres que se destacaram no seu tempo.
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Primeira rainha-faraó
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Mártir francesa
Na Guerra dos Cem Anos entre Inglaterra e França, Joana d'Arc, uma filha de camponeses de 13 anos, teve uma visão. Santos pediram a ela que salvasse a França e trouxesse Carlos 7º ao trono. Em 1430, ela foi presa durante uma missão militar. No julgamento, em que virou heroína da França, foi condenada a morrer na fogueira. Mais tarde, seria reabilitada e, em 1920, canonizada por Bento 15.
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Catarina, a Grande
Com um golpe audacioso, Catarina 2ª derrubou o odiado marido do trono e se proclamou imperatriz da Rússia. Ela provou sua capacidade de governar ao dominar todo o território russo e liderar campanhas militares até a Polônia e a Crimeia. Graças a isso, Catarina é a única governante do mundo com o epíteto "a Grande".
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Monarca perspicaz
Quando Elisabeth 1ª ascendeu ao trono britânico, ela assumiua supremacia sobre um país em revolta. Ela acabou conseguindo apaziguar a guerra religiosa entre católicos e protestantes, e trouxe uma era de prosperidade ao império britânico. A cultura viveu seu auge com Shakespeare e os navios britânicos derrotaram a armada espanhola.
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Feminista radical
Em 1903, Emmeline Pankhurst (1858-1928) fundou o movimento feminista no Reino Unido. Na luta para que as mulheres pudessem votar, fez greve de fome, incendiou casas e foi condenada. Em 1918, conseguiu que mulheres a partir dos 30 anos pudessem votar. Morreu em 1928, ano em que começou a vigorar na Inglaterra o sufrágio universal para as mulheres.
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Revolucionária alemã
Num tempo em que as mulheres ainda não podiam votar, Rosa Luxemburg estava à frente do revolucionário movimento social-democrático alemão. Cofundadora do movimento de esquerda Liga Espartaquista e do Partido Comunista da Alemanha, tentou acelerar o fim da Primeira Guerra Mundial com greves em massa. Após a repressão da revolta espartaquista, em 1919, ela foi assassinada por militares alemães.
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Grande pesquisadora
Marie Curie (1867-1934) foi uma das pioneiras na pesquisa da radioatividade, o que inclusive lhe rendeu um Nobel de Física, em 1903, mas também os sintomas da então ainda desconhecida doença provocada pela radiação. A descoberta dos elementos Rádio e Polônio lhe valeu o Nobel de Química em 1911. Após a morte do marido, Pierre, ela assumiu sua cátedra, tornando-se a primeira professora na Sorbonne.
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Diário revelador
"Sua Anne". Assim Anne Frank termina o diário que escreveu entre 1942 e 1944. Na última foto, a garota de 13 anos ainda sorri despreocupada. Dois meses mais tarde, em julho de 1942, ela se mudaria para o esconderijo em Amsterdã. Ali ela viveu na clandestinidade até ser deportada para Auschwitz, onde morreu em março de 1945. Seu diário é um dos mais importantes testemunhos do Holocausto.
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Primeira Nobel africana
"A primeira verde da África" escreveu um jornal alemão referindo-se a Wangari Maathai. Desde os anos 1970, ela se engajava tanto pelos direitos humanos quanto pela preservação do meio ambiente. Com a ONG Movimento Cinturão Verde ela plantou árvores para frear a desertificação. Em casa, no Quênia, ela muitas vezes foi ridicularizada. Mas, em 2004, seu trabalho foi coroado com o Prêmio Nobel da Paz.
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Símbolo do direito à educação
Ela tinha 11 anos em 2009 quando falou à imprensa sobre os horrores do Talibã no Paquistão. Quando sua escola para meninas foi fechada, ela lutou pelo direito à educação. Em 2012, sobreviveu a um atentado à bala. Já recuperada, escreveu a autobiografia "Eu sou Malala". Em 2014, com 17 anos, ganhou o Nobel da Paz por defender os direitos de meninas e mulheres.