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PolíticaTurquia

Parlamento da Turquia aprova adesão da Suécia à Otan

23 de janeiro de 2024

Após 20 meses de atraso, parlamentares turcos dão aval à expansão da aliança militar. Decisão deixa Hungria como único país-membro que ainda não ratificou candidatura sueca.

Plenário do Parlamento turco
A votação na Assembleia turca, onde a aliança de Erdogan detém maioria, terminou com 287 votos a favor, 55 contra e quatro abstençõesFoto: Gülsen Solaker/DW

O Parlamento da Turquia aprovou nesta terça-feira (23/01), após 20 meses de atraso, a adesão da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) – eliminando, assim, um dos últimos obstáculos para a expansão da aliança militar ocidental.

A votação na Assembleia turca, em que a aliança governista do presidente Recep Tayyip Erdogan detém maioria, terminou com 287 votos a favor, 55 contra e quatro abstenções.

Com a aprovação na Casa, Erdogan deve agora assinar o chamado protocolo de adesão, que precisa ser publicado no Diário Oficial para se tornar lei.

A decisão turca desta terça-feira deixa a Hungria como o único dos 31 países-membros da Otan que ainda não aprovou a entrada sueca na aliança. Todos os países que integram o grupo precisam ratificar a adesão de um novo membro.

O primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, saudou a decisão do Parlamento turco em mensagem nas redes sociais. "Hoje estamos um passo mais próximos de nos tornarmos um membro da Otan", escreveu.

O chefe da Otan, Jens Stoltenberg, também comemorou a aprovação de Ancara, dizendo que agora "conta com a Hungria para concluir sua ratificação nacional o mais rápido possível".

Já os Estados Unidos disseram que a "Suécia é um parceiro de defesa forte e capaz, cuja adesão à Otan tornará os EUA e a aliança mais seguros e mais fortes".

A entrada da Suécia como 32º membro da Otan tornaria toda a costa do Báltico território da aliança, exceto a costa russa e seu exclave de Kaliningrado.

Ucrânia caminha para guerra longa

05:36

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Meses de suspense

A Suécia apresentou sua candidatura à aliança transatlântica ao mesmo tempo que a Finlândia, logo após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, a fim de reforçar sua segurança.

A Finlândia aderiu à Otan em abril do ano passado, expandindo amplamente a fronteira terrestre entre a Rússia e a aliança. Enquanto aprovou a adesão finlandesa, a Turquia, juntamente com a Hungria, deixou a Suécia esperando.

O governo turco havia criticado as autoridades do país nórdico pelo que chamou de "clemência" com os militantes curdos refugiados em seu território, exigindo a extradição de dezenas deles.

Após um amargo processo que durou mais de um ano e contou com uma série de exigências, Erdogan finalmente levantou seu veto à adesão da Suécia em julho de 2023, depois de Estocolmo tomar medidas contra grupos curdos considerados "terroristas" por Ancara.

"Apoiamos a expansão da Otan a fim de melhorar os esforços de dissuasão da aliança. Esperamos que a atitude da Finlândia e da Suécia para o combate ao terrorismo sirva de exemplo para nossos demais aliados", disse Fuat Oktay, presidente da comissão de relações exteriores do Parlamento, durante os debates na Casa.

E a Hungria?

Nesta terça-feira, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, anunciou que enviou uma carta ao premiê Ulf Kristersson convidando-o a Budapeste para discutir a candidatura da Suécia.

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores sueco, Tobias Billstrom, disse que não via "nenhuma razão" para negociar com a Hungria "neste momento".

Tanto a Turquia quanto Hungria mantiveram laços diplomáticos e comerciais estreitos com a Rússia apesar da invasão da Ucrânia, e têm sido críticas às sanções ocidentais contra Moscou. O restante da Otan apoia a Ucrânia na guerra.

ek/le (AP, DPA, Reuters)

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