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Parlamento do Irã classifica Pentágono como terrorista

7 de janeiro de 2020

Medida é resposta a ataque dos Estados Unidos que matou principal comandante militar iraniano. Parlamentares aprovam também reforço de 200 milhões de euros para a Força Quds da Guarda Revolucionária do Irã.

Parlamento iraniano
Parlamento iraniano determinou que todos os responsáveis pelo martírio do general Soleimani são considerados terroristasFoto: picture-alliance/dpa/Tasnim News Agency/M. Hassanzadeh

Em retaliação ao assassinato do comandante Qassim Soleimani, o Parlamento do Irã aprovou nesta terça-feira (07/01), por unanimidade, uma moção para classificar o Pentágono, o comando militar dos Estados Unidos, como organização terrorista. Agentes que atuaram na morte de Soleimani a cargo do Pentágono também estão sujeitos a sanções iranianas.

O presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, disse na sessão que, com a medida, "todos os membros do Pentágono, comandantes, agentes e responsáveis pelo martírio do general Soleimani são considerados terroristas".

Em seu discurso, o presidente do Parlamento afirmou que "o ato brutal do presidente dos Estados Unidos é uma operação de guerra terrorista que esconde em seu coração um total desrespeito à nação do Iraque".

"O povo iraniano não vai perdoá-lo. Você vai sentir o gosto do castigo por esse ato cruel pelo qual é responsável e pelo qual colocou em risco a segurança da região. Você deve ser responsabilizado", acrescentou Larijani, dirigindo-se a Donald Trump.

Além da resposta à morte do principal comandante militar iraniano, a medida parece ser de reciprocidade pela inclusão da Guarda Revolucionária do Irã por Washington em abril passado na lista de grupos terroristas. O Pentágono utilizou essa classificação para apoiar o ataque que matou Soleimani.

O general, de 62 anos, era líder da poderosa Força Quds da Guarda Revolucionária iraniana, unidade de elite responsável pelo serviço de inteligência e por conduzir operações militares secretas no exterior. Para justificar o bombardeiro que matou o general, os Estados Unidos o acusaram de matar soldados americanos e de estar planejando a ataques a tropas do país.

Os parlamentares iranianos aprovaram também um reforço de 200 milhões de euros, cerca de 910 milhões de reais, no orçamento da Força Quds.

O chefe da comissão jurídica do Parlamento, Alahyar Malekshahi, informou ainda que eles estão preparando uma queixa contra o governo dos EUA e Trump, que enviarão à Corte Penal Internacional e ao secretário-geral da ONU.

Soleimani, figura-chave da crescente influência iraniana no Oriente Médio, morreu na última sexta-feira, juntamente com Abu Mehdi al-Muhandis, o número dois da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, conhecida como Mobilização Popular (Hachd al-Chaabi), além de outras seis pessoas.

O assassinato aumentou as tensões entre os arqui-inimigos Teerã e Washington. O Irã prometeu vingança e anunciou que deixará de respeitar os limites impostos pelo acordo nuclear assinado em 2015, já enfraquecido desde que os EUA se retiraram unilateralmente do pacto, em maio de 2018.

Na sexta-feira, Khamenei prometeu "vingança severa" ao declarar três dias de luto. Trump respondeu no sábado, avisando que os militares dos EUA fizeram uma lista de 52 locais no Irã que podem ser atacados e que as forças americanas os atingiriam "muito rápido e com muita força" se a república islâmica atacasse pessoal ou bens americanos.

CN/efe/ap/dpa

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