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Parlamento escocês vota a favor de referendo

28 de março de 2017

Legislativo da Escócia aprova moção para impulsionar nova consulta popular sobre independência, mas Reino Unido rejeita negociações sobre o pleito. Premiê escocesa argumenta que circunstâncias mudaram com Brexit.

Bandeira da Escócia diante do Parlamento britânico
Em referendo sobre o Brexit, 62% dos escoceses votaram por permanecer na UEFoto: Getty Images/AFP/A. Dennis

O Parlamento escocês aprovou nesta terça-feira (28/03) a proposta da primeira-ministra Nicola Sturgeon de realizar um novo referendo sobre a independência do Reino Unido. O aval para a iniciativa foi dado na véspera da data prevista para o governo britânico iniciar oficialmente o Brexit, o processo de saída da União Europeia (UE).

Por 69 votos a favor e 59 contra, os parlamentares aprovaram a moção de Sturgeon para a realização de um referendo entre o final de 2018 e início de 2019, assim que as condições do Brexit forem conhecidas, mas antes de entrarem em vigor.

Leia mais: Nacionalistas da Escócia apostam em novo referendo

"As pessoas da Escócia têm o direito de escolher entre o Brexit, possivelmente um Brexit muito duro, ou se tornarem um país independente para escolher nosso próprio curso", disse a premiê aos parlamentares. 

No referendo em que foi aprovada a saída do Reino Unido do bloco europeu, realizado em junho do ano passado, 62% dos escoceses votaram pela permanência na UE.

"Espero que o governo britânico respeite a vontade deste Parlamento e, se o fizer, iniciarei a discussão com boa-fé e vontade de achar um meio termo", afirmou a primeira-ministra, após a votação.

Reino Unido diz não

A realização do referendo de independência depende do aval do governo britânico, que descartou nesta terça-feira, após a votação do Parlamento escocês, negociar a proposta. 

"Seria injusto pedir aos escoceses para tomar uma decisão crucial sem as informações necessárias sobre nossa relação futura com a Europa ou como seria uma Escócia independente", disse o governo britânico.

Num referendo sobre a independência em 2014, a Escócia optou por permanecer no Reino Unido. Porém, a primeira-ministra argumenta que as circunstâncias mudaram com o Brexit e afirma que os escoceses não podem ser obrigados a deixar a UE contra a sua vontade.

Uma pesquisa de opinião divulgada neste mês pelo ScotCen apontou que 46% dos escoceses são a favor da independência. Este é o maior nível já registrado na avaliação anual sobre o tema, realizada desde 1999. 

CN/rtr/afp

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