Tragédia em Mianmar
7 de maio de 2008O presidente do Parlamento Europeu, o alemão Hans-Gert Pöttering, criticou duramente o procedimento do governo de Mianmar (antiga Birmânia) antes e após a catástrofe provocada pelo ciclone Nargis, que varreu o país asiático no sábado. "A junta militar não conseguiu controlar a situação de forma adequada", disse Pöttering nesta quarta-feira (07/05) em Bruxelas, na abertura da seção do Parlamento.
"Não foram oferecidas medidas preventivas, nem a população recebeu a ajuda necessária a tempo. Por outro lado, é positiva a aceitação da ajuda internacional", acrescentou. Pöttering advertiu esperar do governo que facilite as condições de trabalho da ajuda internacional.
Por outro lado, o presidente do Parlamento Europeu voltou a exigir a libertação da líder oposicionista Aung San Suu Kyi da prisão domiciliar. Em 1990, Aung recebeu o Prêmio Sakharov de Direitos Humanos, concedido pelo Parlamento Europeu.
Alemanha duplica ajuda financeira de emergência
Quatro dias após o ciclone Nargis varrer Mianmar, organizações de ajuda internacional começaram a distribuir alimentos nas regiões mais atingidas. Entidades internacionais criticam a falta de cooperação do governo local e acusam a junta militar de não dominar a situação.
Muitos voluntários de organizações que prestam ajuda humanitária estão retidos na Tailândia, à espera da concessão de visto para entrar em Mianmar. As Nações Unidas apelaram ao governo mianmarense que afrouxe as exigências para ingresso no país.
A dimensão da tragédia que abalou o país e o número total de vítimas do ciclone ainda não foram contabilizados. A junta militar informou que houve 22 mil mortos e mais de 40 mil pessoas continuam desaparecidas.
O governo alemão anunciou nesta quarta-feira a duplicação, para 1 milhão de euros, da ajuda de emergência prometida a Mianmar.