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Parlamento Europeu reitera apoio a Guaidó

17 de janeiro de 2020

Deputados europeus condenam "tentativa de golpe" do regime chavista - que impôs outro presidente na Assembleia Nacional da Venezuela - e denunciam "atos contínuos de intimidação, violência e tortura" no país.

Venezuela Caracas | Juan Guaido, Oppositionsführer
No dia 5, Guaidó e deputados opositores foram impedidos de entrar na Assembleia Nacional por tropas do regime chavistaFoto: picture-alliance/AP Photo/M. Delacroix

O Parlamento Europeu aprovou nesta quinta-feira (16/01) uma resolução que reitera o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela e condena a "tentativa de golpe", no último dia 5, quando Guaidó foi impedido de presidir uma sessão da Assembleia Nacional.

Em uma resolução apoiada por 471 deputados, rejeitada por 101 e com 103 abstenções, o Parlamento Europeu "reconhece e apoia Juan Guaidó como presidente legítimo da Assembleia Nacional e presidente legítimo da República Bolivariana da Venezuela".

Além disso, "condena veementemente a tentativa de golpe de Estado de Maduro e seus aliados", bem como seus esforços para impedir que a Assembleia Nacional "cumpra corretamente o mandato constitucional a ela estendido pelo povo venezuelano".

No comunicado, o Parlamento Europeu "lamenta essas graves violações que são incompatíveis com o processo legítimo de eleger o presidente da Assembleia Nacional e são mais um passo na crise na Venezuela que continua a piorar".

No último dia 5, dia em que a presidência da Assembleia Nacional seria renovada, a Guarda Nacional Bolivariana impediu a entrada de Juan Guaidó e parte dos deputados da oposição no prédio. Guaidó buscava ser reeleito para mais um mandato como presidente da Assembleia.

Com os opositores de fora, um grupo rival de Juan Guaidó tomou a presidência do órgão com apoio do regime chavista. Nessa sessão, o deputado Luis Parra se autoproclamou presidente da Assembleia Nacional, com apoio do grupo minoritário de deputados chavistas. O órgão tem 167 deputados, dos quais 112 de oposição e 55 pertencentes ao chavismo. Segundo os oposicionistas, a sessão não contou sequer com a presença de metade dos deputados.

No mesmo dia, Guaidó foi eleito presidente da Assembleia por um grupo de 100 deputados que se reuniram em uma sessão paralela na sede do jornal El Nacional, sem acesso ao Palácio Legislativo.

A eleição na Assembleia era considerada crucial para Guaidó. Em 23 de janeiro de 2019, ele foi proclamado presidente interino da Venezuela pela Assembleia Nacional, então dominada pela oposição. Essa reivindicação, reconhecida por 50 países que rechaçaram a última eleição de Nicolás Maduro, estava justamente apoiada no fato de Guaidó chefiar a Assembleia Nacional.

Em sua resolução, a Eurocâmara rejeitou "as violações do funcionamento democrático, constitucional e transparente da Assembleia Nacional" e também denuncia os "atos contínuos de intimidação, suborno, extorsão, violência, tortura e desaparecimentos forçados".

Após a iniciativa dos deputados europeus, a Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, um órgão paralelo composto apenas por chavistas criado para enfraquecer a Assembleia Nacional, acusou o Parlamento da União Europeia (UE), de querer desestabilizar o país com a decisão de manter o reconhecimento a Juan Guaidó como presidente interino.

"Fizeram isso com o manifesto objetivo de desestabilizar nossa nação e gerar um estado de guerra com catastróficas consequências para os venezuelanos", disse a Assembleia Nacional Constituinte em comunicado, no qual afirma que a decisão é uma interferência na política interna da Venezuela.

JPS/efe/lusa

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