1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Parlamento Europeu vota para adotar direito ao aborto na UE

7 de julho de 2022

Legislativo do bloco pede a inclusão da frase "todos têm direito ao aborto seguro e legal" na Carta dos Direitos Fundamentais da UE.

Manifestação em defesa do direto ao aborto em Berlim, em frente ao portão de Brandemburgo
Manifestação em defesa do direto ao aborto em Berlim, em frente ao portão de BrandemburgoFoto: Sean Gallup/Getty Images

Membros do Parlamento Europeu aprovaram nesta quinta-feira (07/07) uma resolução que pede a inclusão do direito ao aborto na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (UE).

Votaram a favor da proposta 324 europarlamentares, com 155 contra e 38 abstenções. Seria incluída na Carta a frase "todos têm o direito ao aborto seguro e legal".

A decisão não é final. Para incluir o direito ao aborto na Carta, será necessária a aprovação dos 27 países-membros do bloco. 

A votação no Parlamento em Estrasburgo veio na esteira da decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos que reverteu, em 24 de junho, uma decisão de cinco décadas atrás que garantia o direito ao aborto legal no país.

Na sessão desta quinta-feira, os parlamentares europeus expressaram solidariedade com as mulheres e meninas americanas

A resolução também pede que os Estados-membros da UE sejam orientados a descriminalizar o aborto e a remover os obstáculos que existem em cada país para o acesso a meios legais de interrupção da gravidez.

"Cada mulher europeia deve ter o direito de decidir sobre seu próprio corpo", afirmou em nota Helén Frizon, legisladora sueca do grupo parlamentar de centro-esquerda Socialistas e Democratas. "Não é questão de política, opinião ou religião. É, e deve permanecer, como a livre escolha de uma pessoa."

Comissária: UE tem que "caminhar para frente" 

A questão do acesso ao aborto legal também recebeu maior atenção na Europa após uma americana que passava férias em Malta ter sido forçada a viajar às pressas para Mallorca, na Espanha, para realizar o procedimento após sofrer um aborto espontâneo. Malta é o único país da UE a impor uma proibição total ao aborto.

A Polônia também proíbe o procedimento, mas inclui exceções para os casos de estupro, incesto ou se a vida da mãe estiver em perigo.

A comissária europeia para Igualdade, Helena Dalli, afirmou aos parlamentares, no início dos debates na segunda-feira, que a decisão americana serve como alerta de que "direitos duramente conquistados não podem ser considerados como estabelecidos, em qualquer parte."

Ela observou que, na Europa, deve-se "caminhar para frente, não para trás. O retrocesso não é opção para um continente que quer vencer no futuro."

rc/bl (DPA, AFP)

Pular a seção Mais sobre este assunto