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Crise da Grécia

6 de maio de 2010

Em Atenas, Parlamento grego aprova programa de austeridade do governo. Em Lisboa, tema da Grécia e endividamento de países europeus acabaram dominando reunião do conselho do Banco Central Europeu (BCE).

Plano foi aprovado com 172 votos a favorFoto: AP

O Parlamento grego aprovou nesta quinta-feira (06/05) o programa de austeridade de Atenas. A anuência do Parlamento local era condição para liberação dos empréstimos bilionários de ajuda por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI) e dos países da zona do euro.

Para sua aprovação, era necessário que pelo menos metade dos 300 deputados votasse a favor do projeto. No final, o programa governamental foi aprovado com 172 votos a favor. Contra a proposta votaram 121 deputados gregos.

Após a aprovação do programa de austeridade governamental, um multidão de 3 mil manifestantes se reuniu em frente ao edifício do Parlamento. Na noite de quarta-feira, três pessoas morreram queimadas durante protestos na capital grega. Devido ao temor de novos protestos, a direção da polícia de Atenas ordenou a vinda de 2.500 guardas de outras partes do país.

Reunião do BCE

Jean-Claude Trichet (d) em coletiva de imprensa em LisboaFoto: AP

O tema da Grécia e a crise de endividamento acabaram dominando, nesta quinta-feira em Lisboa, o encontro da diretoria do Banco Central Europeu (BCE), inicialmente destinado à discussão de política monetária europeia.

Na coletiva de imprensa após o encontro, Jean-Claude Trichet, presidente do BCE, disse não acreditar em uma falência estatal da Grécia. "Uma inadimplência está fora de cogitação". O presidente do BCE afirmou também que seria improvável uma expansão da crise para outros países da zona do euro.

Em Lisboa, o BCE defendeu o apoio especial sem precedentes que está dando à endividada Grécia. "Conhecemos muito bem o pacote de austeridade grego e o consideramos apropriado", afirmou o presidente do Banco Central Europeu. Além disso, o BCE aconselhou os países da zona do euro a aprovarem o pacote de ajuda de 80 bilhões de euros a Atenas.

Ao contrário da expectativa de observadores, o BCE não aprovou, todavia, novas medidas de ajuda à Grécia. Trichet declarou que a compra direta de títulos do governo grego não esteve em discussão. O BCE decidiu manter a taxa básica de juros para a zona do euro em 1%, seu nível mais baixo até hoje.

"Portugal não é a Grécia, Espanha não é a Grécia"

O BCE saudou a anuência do governo grego ao programa de estabilidade acertado com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ao mesmo tempo, Trichet advertiu todos os outros Estados da zona do euro a reduzir suas dívidas. Quanto mais as correções necessárias forem postergadas, mais graves serão as medidas de adaptação, com o elevado risco de perda de reputação e confiança, explicou o presidente do BCE.

Trichet também rebateu o temor de que a crise, que no momento pressiona fortemente o euro para baixo, venha a se espalhar por outros países da união monetária. O presidente do Banco Central Europeu disse que fatos e números indicariam o oposto e que "Portugal não é a Grécia, Espanha não é a Grécia".

CA/dpa/rtr/apn
Revisão: Augusto Valente

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