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Parlamento rejeita governo de unidade na Líbia

25 de janeiro de 2016

Parlamentares do governo reconhecido internacionalmente argumentam que proposta com 32 ministérios, mediada pela ONU, não condiz com realidade do país e pedem administração menor.

Soldados líbios lutam contra o "Estado Islâmico" nas proximidades de SirteFoto: picture-alliance/Photoshot/Hamza Turkia

O Parlamento da Líbia reconhecido pela comunidade internacional rejeitou nesta segunda-feira (25/01) o governo de unidade proposto há uma semana, depois de negociações mediadas pela ONU. O acordo visava resolver a crise política e o conflito armado no qual o país mergulhou nos últimos anos.

A rejeição já era amplamente esperada. Dos 104 parlamentares presentes na votação que ocorreu em Tobruk, no leste do país, 89 votaram contra a administração definida na semana passada e deram um prazo de dez dias para que uma nova proposta seja apresentada.

Segundo os parlamentares, a proposta do Conselho Presidencial de Unidade de um governo composto por 32 ministros foi rejeitada devido à grande quantidade de cargos. Os legisladores pediram que a nova proposta preveja um número menor de ministérios.

Mapa da Líbia, com as localizações de Trípoli e Tobruk (em inglês)

O parlamentar Omar Tantoush disse que rejeitou a medida por ela não corresponder aos desafios atuais. "Eles não usaram critérios adequados para a escolha dos ministérios e para o tamanho do governo, especialmente agora que a economia está em colapso na Líbia", ressaltou.

Em outra votação, o Parlamento aprovou o acordo político para um novo governo, mas rejeitou uma cláusula que transferia para a nova administração o poder de nomear militares. A medida colocaria em risco o posto do general Khalifa Haftar, que foi nomeado chefe militar pelo governo reconhecido pela comunidade internacional e é rejeitado pelo Parlamento rival em Trípoli.

A Líbia mergulhou no caos após a deposição e morte do ditador Muammar Kadafi, em 2011. Desde 2014, a divisão do país somente aumentou, com a formação de dois governos e dois parlamentos – o reconhecido internacionalmente, no leste do país, e o apoiado pelos islamistas, na capital, Trípoli. Cada um dos lados conta com o apoio de uma série de milícias.

Em meio ao caos surgiu um grupo afiliado aos terroristas do "Estado Islâmico" (EI), o qual reivindicou responsabilidade por uma série de ataques mortais. O objetivo do grupo seria expandir seu território e assumir o controle sobre campos de petróleo – a única fonte de riqueza da Líbia.

O Conselho Presidencial de Unidade – baseado em Túnis, capital da Tunísia – inclui membros dos dois lados e tenta encontrar uma solução para o conflito. Em dezembro, líderes políticos dos grupos opostos assinaram, no Marrocos, um acordo que previa a formação de um governo de unidade nacional.

CN/rtr/afp/ap/lusa

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