Parque alemão troca nome de javali que se chamava Putin
20 de abril de 2022
Após a eclosão da guerra na Ucrânia, operador do parque ficou desconfortável em chamar o animal pelo nome do presidente russo. Depois de uma votação online, o javali foi rebatizado de "Eberhofer", uma opção apolítica.
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Um parque de animais selvagens no estado alemão da Baviera optou por mudar o nome de um de seus javalis. Anteriormente chamado Putin, em alusão ao presidente russo, Vladimir Putin, o animal foi "rebatizado" em uma cerimônia nesta terça-feira (19/04) e passou a se chamar "Eberhofer", nome escolhido em uma votação online.
Há algumas semanas, o parque de vida selvagem Mehlmeisel planejava mudar o nome do javali, após o começo da invasão da Ucrânia pela Rússia.
O operador do parque, Eckard Mickisch, explicou que deu o nome de Putin ao javali há três anos, quando o animal chegou ao local. O nome foi escolhido por se tratar de uma raça puro-sangue russa. Na época, ele pesava quase 200 kg, cerca de três vezes mais do que um javali normalmente encontrado na Alemanha.
No entanto, desde a eclosão da guerra na Ucrânia, Mickisch disse que ficou desconfortável em chamar o javali de Putin. Por essa razão, até que um novo nome fosse anunciado, ele chegou a se referir ao animal por um tempo como "ninguém".
Mickisch também estava preocupado em não deixar desconfortáveis os visitantes ucranianos. Centenas de milhares de ucranianos fugiram para a Alemanha desde o começo da guerra. Os refugiados têm entrada gratuita em Mehlmeisel.
"Somos uma pequena reserva harmoniosa e bonita e tal nome simplesmente não se encaixava", disse Mickisch.
Nomes ucranianos no páreo
Para a escolha do novo nome, foi aberta uma pesquisa online, que recebeu cerca de 2.700 sugestões. Nomes como Zelenski, em alusão ao presidente ucraniano, e Klitschko, em referência ao prefeito de Kiev, estavam entre os mais populares. No entanto, ambas as opções foram descartadas, pois o parque não queria politizar novamente o nome do javali.
Assim, cinco sugestões apolíticas foram escolhidas e foi aberta uma votação popular. Eberhofer foi o vencedor. O nome é uma referência a Franz Eberhofer, famoso policial de uma série de livros da autora Rita Falk, bastante popular na Baviera.
A cerimônia festiva de "rebatismo" teve bolo de marzipan e biscoitos decorados, além de um caldo feito com especiarias que Eberhofer adora.
le/bl (Reuters, dpa)
Lázaro e Romeu: Animais que ressuscitaram da extinção
Todos os anos, espécies de animais são extintas. Mas, ocasionalmente, espécies também são consideradas erroneamente extintas ou redescobertas. Os pesquisadores falam então de "erro de Romeu" ou de "espécies de Lázaro".
Foto: Diego Bermeo/Parque Nacional Galápagos/dpa/picture alliance
Colobus vermelho de Bouvier
Este primata está classificado como "em perigo" na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Curiosidade: até 2015, quando alguns foram vistos no Congo, acreditava-se que a espécie estava extinta. Isto é chamado de "O erro de Romeu" - quando uma espécie é declarada extinta embora ainda viva, uma referência ao trágico engano de Romeu no romance de Shakespeare.
Foto: CC by N3ddo!/Wikipedia
Rã-pintada-de-Hula
Animais que ressurgem da (falsamente presumida) extinção são as chamadas espécies de Lázaro, em homenagem ao homem ressuscitado por Jesus na Bíblia. Entre eles está a Rã-pintada-de-Hula, um anfíbio endêmico dos pântanos do Lago Hula em Israel e foi considerado extinto como resultado da drenagem do lago e seus pântanos na década de 1950. Segundo a Lista Vermelha, está "criticamente ameaçado".
Foto: cc-by-sa-3.0/Mickey Samuni-Blank
Tartaruga-gigante-de-Fernandina
Esta espécie de tartaruga de Galápagos também está "criticamente ameaçada", de acordo com a IUCN. Foi considerada extinta por mais de um século até que uma única fêmea foi encontrada na Ilha Fernandina em 2019. Ela tem mais de 100 anos de idade. Pesquisadores descobriram a espécie em 1906, quando encontraram um único macho, que morreu prontamente, levando a crer que a espécie estava extinta.
Foto: Diego Bermeo/Parque Nacional Galápagos/dpa/picture alliance
Takahe
Esta ave criticamente ameaçada de extinção só é encontrada na Ilha Sul da Nova Zelândia. Seu parente da Ilha Norte está extinto e, por muito tempo, acreditou-se que o da Ilha Sul também estava. Sua população diminuiu depois que ratos, gatos e cães foram levados por colonos à Nova Zelândia. Mas em 1948, meio século após ser declarada extinta, a ave não voadora foi redescoberta num vale isolado.
Foto: M. Guyt/blickwinkel/AGAM/picture alliance
Taguá
O taguá vive na região do Gran Chaco que se estende por Paraguai, Bolívia e Argentina. Quando pesquisadores descobriram um fóssil de taguá em 1930, acreditavam se tratar de um animal extinto. Mas foram desmentidos nos anos 1970. Os indígenas da região sabiam que o taguá ainda estava vivo, mas os pesquisadores levaram décadas para encontrá-lo. O taguá está ameaçado de extinção.
Foto: W. Layer/blickwinkel/picture alliance
Colibri do Sol de Antioqua
Este beija-flor com um nome glamoroso vive em grandes altitudes no oeste dos Andes na Colômbia. Por muito tempo, pesquisadores sabiam de sua existência apenas por meio de um espécime exposto num museu e acreditavam que estivesse extinto. Foi redescoberto em 2004. Atualmente, sua população está aumentando, embora ainda esteja em perigo de extinção, segundo a IUCN.
Foto: Luis Mazariegos/Science Advances/dpa/picture alliance
Rã-arlequim
Esta espécie de rã está criticamente ameaçada de extinção. Seu habitat natural fica na Costa Rica (na imagem, duas rãs-arlequim numa fazenda de anfíbios na Colômbia), onde foi redescoberto em 2003. Por mais incrível que seja encontrar uma "espécie de Lázaro", pesquisadores enfatizam que muitas espécies redescobertas provavelmente serão extintas sem árduos esforços de conservação.