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Partido de Merkel sofre novo revés e vê ascensão da AfD

18 de setembro de 2016

Eleitores de Berlim dão à CDU o pior resultado da história na cidade-Estado e colocam populistas de direita em mais um parlamento regional alemão. Social-democratas seguem no governo, mas precisam de nova coalizão.

Angela Merkel
Depois da eleição em Berlim, Merkel deve sofrer novas críticas de aliados por sua política para refugiadosFoto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

Os resultados da eleição deste domingo (18/09) na cidade-Estado de Berlim indicam um desgaste da chamada grande coalizão liderada pela chanceler federal Angela Merkel e mostram que a direita populista continua em ascensão na Alemanha.

Apesar de os dois principais partidos da coalizão de governo terem sido os mais votados, o resultado da eleição têm um sabor amargo para ambos. O Partido Social-Democrata (SPD) saiu das urnas como o mais votado, com 21,5%, mas registrou uma queda de 6,8 pontos percentuais em relação à eleição anterior, em 2011.

É também a primeira vez que o partido mais votado obtém menos de 25% dos votos numa eleição regional alemã e ainda o pior resultado do SPD em Berlim no pós-Guerra.

Já a União Democrata Cristã (CDU), partido de Merkel, foi a segunda mais votada, mas caiu 5,7 pontos percentuais na preferências dos berlinenses e alcançou apenas 17,6%, também o pior resultado do partido em Berlim desde a fundação da República Federal da Alemanha.

Partidários da AfD festejam resultado em BerlimFoto: Reuters/F. Bensch

Esta é a segunda vez em poucas semanas que a CDU obtém o seu pior resultado histórico em eleições regionais. Em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, o partido da chanceler foi o terceiro mais votado, com 19%, atrás da AfD, que obteve 21%. A CDU registrou perdas em todas as eleições regionais realizadas este ano e, como consequência, está no poder em apenas seis estados alemães.

O novo revés deverá elevar ainda mais as críticas de aliados, principalmente da União Social Cristã (CSU), à política para refugiados de Merkel. A CSU é o partido-irmão da CDU e existe apenas na Baviera, onde a CDU não está representada.

Somados, os resultados de SPD e CDU não são suficientes para repetir a aliança que governa Berlim, o que obriga o SPD a buscar novos parceiros de governo. A formação mais provável é uma aliança com os verdes e A Esquerda, como já indicou o prefeito Michael Müller, o que significa também que a CDU deve deixar o governo em Berlim.

Prefeito Michael Müller fica no cargo, mas vai precisar de novos parceiros de coalizãoFoto: Reuters/H. Hanschke

Outro destaque da eleição regional em Berlim foi o partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que obteve 14,1% dos votos, um resultado que, segundo analistas, é ainda mais impressionante por se tratar de uma cidade de tradição liberal e esquerdista. Com isso, a AfD entrou em mais um parlamento regional alemão, o décimo de um total de 16. A AfD é o principal crítico da política para refugiados da grande coalizão.

A Esquerda chegou aos 15,7%, o que significa uma alta de quatro pontos percentuais, e o Partido Verde somou 15,2%, uma queda de 2,4 pontos percentuais. O Partido Pirata não conseguiu repetir o bom desempenho de 2011 e obteve apenas 1,7% dos votos, abaixo da votação mínima de 5%. Já os liberais do FDP retornam ao parlamento, com 6,7% dos votos.

AS/dpa/ard

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