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Partido de Uribe consolida liderança na Colômbia

12 de março de 2018

Direitista Centro Democrático se transforma na primeira força do Congresso após eleições legislativas e sai à frente na disputa pela presidência. Em seu pleito de estreia, Farc têm desempenho fraco.

Iván Duque, candidato à presidência pelo Centro Democrático, comemora o resultado das eleições
Iván Duque (c), candidato à presidência pelo Centro Democrático, comemora o resultado das eleições Foto: Reuters/C. Julio Martinez

O partido de direita Centro Democrático, liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, obteve uma grande vitória nas eleições legislativas na Colômbia neste domingo (11/03), se tornando a maior força no Congresso do país. 

Com mais de 866 mil votos, Uribe, um dos críticos mais severos do acordo de paz assinado com o antigo grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), foi o senador mais votado.

Seu partido obteve o melhor resultado para o Senado, cerca de 2,5 milhões de votos, e ficou  em segundo lugar na Câmara dos Deputados (2,35 milhões), atrás do Partido Liberal (2,42 milhões).

Assim, o Centro Democrático ficou com 19 dos 102 assentos no Senado e com 32 dos 166 na Câmara, onde possuía apenas 19. A votação obtida pela legenda ficou abaixo do esperado. As pesquisas indicavam que a legenda uribista, atualmente com 20 representantes no Senado, deveria ao menos manter o número atual ou aumentar sua bancada para 24 representantes.

O Partido Social de Unidade Nacional (De la U), do presidente Juan Manuel Santos, amargou uma dura derrota, tendo sua representação no Senado reduzida de 21 para 14 senadores. Os governistas também perderam espaço na Câmara, caindo de 37 para 25 deputados.

Além das eleições legislativas, foram realizadas neste domingo as eleições partidárias primárias, para definir os candidatos para o pleito presidencial de 27 de maio.

Iván Duque, o pré-candidato à presidência do partido de Uribe, conquistou 67,71% dos votos, superando a conservadora Marta Lucía Ramírez, que obteve 25,81% e deverá ser a candidata a vice na chapa uribista.

"É bom para a Colômbia que Iván Duque seja candidato à presidência, e Marta Lucía Ramírez, para a vice-presidência", afirmou Uribe após Duque ratificar a aliança com o setor conservador para as eleições de maio.

A votação obtida pelo Centro Democrático para o Senado e a Câmara ficou 1,5 milhão de votos abaixo dos votos recebidos individualmente por Iván Duque, o que serve como sinal da fragmentação dos partidos políticos colombianos. Entretanto, Uribe, há oito anos na oposição, se manteve como o campeão de votos no país.

Estreia das Farc

O pleito contou com a primeira participação em um processo eleitoral democrático das Farc, convertidas em partido político após o processo de paz no país finalizado em novembro de 2016.  

As Farc tiveram desempenho fraco na votação, com 52.112 votos (0,34%) para o Senado e 32.429 votos, (0,22%) para a Câmara. Ainda assim, o grupo terá no cinco senadores e cinco deputados, garantidos por um período de oito anos graças à assinatura do acordo de paz.

A campanha eleitoral na Colômbia foi marcada por atos de violência, incluindo ataques físicos. Ela deveria estar entre as votações mais tranquilas da história recente do país devido à assinatura do acordo de paz com as Farc, que durante décadas foram um fator desestabilizador na política nacional. 

RC/lusa/efe

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