Partido liberal da Alemanha aprova acordo de coalizão
5 de dezembro de 2021
Líder da legenda, que comandará o Ministério das Finanças, afirmou que acordo alcançado com social-democratas e verdes impulsiona políticas de centro. "Não empurra o país para a esquerda, mas pretende levá-lo adiante."
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O Partido Liberal Democrático (FDP) alemão aprovou neste domingo (5/12) o acordo de coalizão negociado com o Partido Social-Democrata (SPD) e o Partido Verde para formar o próximo governa da Alemanha.
Em uma reunião em Berlim, 92,4% dos membros do FDP votaram a favor do acordo. A decisão deixa o social-democrata Olaf Scholz, atual ministro das Finanças e vice-chanceler federal, um passo mais perto de substituir Angela Merkel no cargo de chanceler federal, o que deve ocorrer nesta semana.
FDP defende políticas de centro
O líder dos liberais, Christian Lindner, que será o ministro das Finanças no próximo governo, procurou dissipar preocupações da ala mais conservadora do FDP e descreveu o acordo de coalizão como um documento que impulsiona políticas de centro.
O acordo "não empurra nosso país para a esquerda, mas pretende levá-lo adiante", disse.
A votação foi realizada com a presença física de apenas alguns membros mais importantes do partido, enquanto os demais votaram de forma remota devido às restrições para combater a pandemia.
Ministérios importantes garantidos
Os social-democratas, os verdes e os liberais vinham negociando a coalizão há dois meses, desde que as eleições federais em 26 de setembro deram ao SPD o posto de maior partido no Bundestag, o Parlamento alemão.
A aprovação dos membros do FDP ao acordo já era esperada, pois o partido, o menor dos três que integram a nova coalizão, participou ativamente da negociação e garantiu, além da pasta das Finanças, o comando dos ministérios do Transporte, da Justiça e da Educação.
Os liberais conseguiram incluir no acordo de coalizão itens como não aumentar os impostos, não adotar limites de velocidade nos trechos de rodovias alemães onde hoje não há limite, e não acabar com a opção de os alemães contratarem seguro de saúde privado, modalidade utilizada por 11% da população do país.
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Só falta o Partido Verde
O SPD aprovou o acordo da coalizão de 177 páginas em uma conferência similar no sábado, com mais de 98% de aprovação dos delegados.
O Partido Verde também está realizando uma votação interna neste fim de semana, e o resultado deve ser divulgado na segunda-feira.
Se todos aprovarem o acordo, o texto deve ser assinado na terça-feira, e na quarta-feira Scholz deve ser formalmente eleito pelo Bundestag como novo chanceler federal. A Alemanha será então governada pela "coalizão semáforo", em alusão às cores dos partidos social-democrata (vermelho), liberal (amarelo) e verde.
A nova aliança substituirá a grande coalizão dos conservadores da União Democrata Cristã (CDU), partido de Merkel, a União Social Cristã (CSU), legenda-irmã da CDU na Baviera, e o SPD. Merkel, por sua vez, irá se aposentar da política após 16 anos como chanceler federal.
bl/lf (AFP, dpa, Reuters)
Os 16 anos da era Merkel em imagens
A longeva chefia de governo de Angela Merkel deixou o cargo em 2021. Reveja alguns momentos que marcaram os quatro mandatos da chanceler federal.
Foto: Georg Wendt/dpa/picture alliance
O primeiro juramento
Em 22 de novembro de 2005, Angela Merkel prestou juramento perante o então presidente do Bundestag, Nortbert Lammert, como a primeira mulher e a primeira representante do leste alemão a se tornar chanceler federal. Àquela altura, ninguém podia prever que ela permaneceria na chefia de governo por 16 anos.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Bergmann
O cachorro de Putin
Esta imagem ficará na memória: Merkel se mostrou inabalável durante uma visita ao presidente russo, Vladimir Putin, em 2007 - até mesmo quando o cachorro dele apareceu. Houve quem interpretasse a presença do animal como uma provocação: é fato conhecido que Merkel tem medo de cães desde que foi mordida certa vez.
Foto: Imago/ITAR-TASS
Selfie com a chanceler federal
A selfie de Merkel com o jovem refugiado Anas Modamani, da Síria, rodou o mundo. Quando a chanceler federal visitou o abrigo em que Modamani se encontrava, em Berlim, ele inicialmente não sabia quem ela era. A foto acabou se tornando um símbolo da famosa frase de Merkel "Nós vamos conseguir", proferida no contexto da crise migratória de 2015.
Foto: Getty Images/S. Gallup
Registro diplomático
O governo Merkel é marcado sobretudo por uma série de difíceis encontros políticos - como este da foto, durante a cúpula do G7 de 2018, no Canadá. A imagem ocupou manchetes em todo o mundo. Será que Merkel estava explicando ao então presidente dos EUA, Donald Trump, como as coisas devem ser feitas?
Foto: Reuters/Bundesregierung/J. Denzel
Experiência com personalidades difíceis
Durante uma visita aos EUA em 2017, Merkel ficou visivelmente irritada com o recém-empossado presidente Trump. O encontro gerou especulações: será que o líder americano realmente se recusou a apertar a mão da chanceler federal alemã diante das câmeras? Posteriormente, apesar de todo o o burburinho, Merkel falou numa "troca boa e aberta" com o republicano.
Foto: Reuters/J. Ernst
Uma questão de estilo
Não apenas a política de Merkel, mas também suas roupas foram objeto de discussão: durante uma visita à ópera em Oslo, ela usou um vestido decotado - e assim provocou discussões que chegaram até o nível da coletiva de imprensa do governo federal. Mas, no geral, Merkel optou principalmente por vestir blazers e calças.
Foto: picture-alliance/ dpa
Caminhadas nas horas vagas
Pouco se sabe sobre a vida privada de Merkel - exceto, por exemplo, sobre seu gosto por caminhadas, muitas vezes ao lado do marido, Joachim Sauer, na ilha italiana de Ischia. Uma vez ela revelou que as caminhadas a permitiam se desconectar do trabalho.
Foto: picture-alliance/ANSA/R. Olimpio
Viva o futebol!
Normalmente transmitindo uma imagem bastante tranquila, Merkel mostrou diversas vezes um lado diferente quando se tratava de futebol, como neste momento registrado durante a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, em que ela comemora um gol da seleção nacional. Uma confidente próxima revelou há alguns anos que particularmente o Bayern de Munique agradava à chanceler federal.
Foto: imago/ActionPictures
Um gesto simbólico
O típico gesto de Merkel - um losango feito com as mãos diante da barriga - tornou-se marca registrada da líder alemã. O losango não foi apenas usado na campanha eleitoral de 2013, mas também transformado em emoji. Quem sentir falta do gesto talvez possa matar as saudades com Olaf Scholz: na campanha eleitoral de 2021, o candidato social-democrata a chanceler federal também adotou o losango.
Foto: REUTERS
Olha o passarinho
Merkel como nunca se viu: às vésperas das eleições federais de 26 de setembro de 2021, quando eleitores foram às urnas para selar o fim da era Merkel, a chanceler federal visitou o Parque de Aves Marlow, no estado alemão de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. Fotos divertidas da chefe de governo na companhia de passarinhos logo viralizaram, transmitindo uma imagem descontraída da líder alemã.
Foto: Georg Wendt/dpa/picture alliance
Lembrança inusitada
Com blazer vermelho, colar e o típico gesto de losango, este ursinho de pelúcia fabricado pela empresa familiar Hermann homenageia Merkel. Os 500 exemplares do bichinho logo se esgotaram, mas um deles ainda deverá ser presenteado a chanceler federal que em breve deixará o cargo.