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Piratas, ahoy!

6 de julho de 2009

Os piratas alemães ganham popularidade e o número de membros triplicou em semanas. Com os temas da campanha eleitoral definidos, partido está de olho nas eleições parlamentares, mas analistas vêem problemas elementares.

Mais de 200 membros participaram do congresso em HamburgoFoto: DPA

Eles defendem "o acesso à informação, o compartilhamento do conhecimento, a transparência na gestão pública e o direito à privacidade". Assim se define o Partido Pirata do Brasil, que pertence a uma rede internacional de partidos piratas que aos poucos se estabelecem no panorama político de diversos países.

O Partido Pirata sueco, por exemplo, obteve surpreendentes 7,1% nas eleições ao Parlamento Europeu, em junho último. Na Alemanha, os piratas obtiveram apenas 0,9% dos votos europeus, mas nas próximas eleições nacionais almejam ultrapassar a marca dos 5%, necessária para obter representação parlamentar.

No final de semana, uma convenção do partido em Hamburgo definiu o rumo a ser tomado tendo em vista as eleições parlamentares alemãs marcadas para setembro, além de eleger um novo presidente, o físico Jens Seipenbusch. Os números são significativos: enquanto no último congresso houve apenas 60 participantes, desta vez mais de 200 pessoas se reuniram em Hamburgo.

Recentemente, os piratas alemães vêm ganhando popularidade e o número de membros do partido triplicou em apenas poucas semanas, já passando de 3,3 mil, segundo o próprio partido.

Jens Seipenbusch é o novo presidente do partidoFoto: DPA

Crítica à política de internet do governo alemão

Em vez de papéis, os participantes da convenção tinham laptops sobre a mesa. Os resultados das votações internas eram divulgados imediatamente através da plataforma Twitter e imagens do evento, transmitidas em tempo real via live streaming. Muitos vestiam tapa-olhos, chapéus de pirata ou camisetas contendo a expressão "Zensursula", apelido dado à ministra alemã da Família, Ursula von der Leyen, a partir de "Zensur" (censura em alemão).

Uma das causas principais do Partido Pirata Alemão é justamente a crítica à política de internet da atual coalizão de governo alemã, personificada na figura da ministra, autora de uma lei que obriga operadoras de internet do país a bloquear o acesso a sites que contenham pornografia infantil.

Recentemente, a mídia destacou o ingresso no Partido Pirata do deputado Jörg Tauss, que durante 38 anos esteve no Partido Social Democrata (SPD). Ele alegou como motivo da troca a ignorância dos partidos políticos tradicionais em assuntos ligados à internet.

Com isso, os piratas conquistaram de forma automática, embora provisoriamente, uma vaga no Bundestag, a câmara baixa do Parlamento Alemão. Tauss, que disse não ter intenção de se candidatar à eleição de setembro, é alvo de uma investigação por porte de material pornográfico infantil.

Problemas elementares

Em Hamburgo, o partido definiu os temas centrais da campanha eleitoral. Os piratas decidiram, embora sem consenso, concentrar suas forças naquilo que entendem, não avançando em temas que fujam a sua principal competência, a internet.

A campanha terá como temas gerais os direitos civis, a proteção de dados e a liberdade de informação. O programa aprovado neste domingo (05/07) em Hamburgo inclui a recusa do armazenamento prévio de dados, o afrouxamento da proteção à propriedade intelectual para uso privado e o fim da cobrança de mensalidades no ensino superior.

No entanto, analistas políticos alertam que o partido, apenas três anos após sua fundação, ainda enfrenta problemas com formalidades, regulamentos, contabilidade e assessoria de imprensa.

RR/dpa/ap

Revisão: Roselaine Wandscheer

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