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Partido Pirata elege nova liderança e refuta ideias nazistas

28 de abril de 2012

Congresso do Partido Pirata alemão escolhe novo líder e reitera compromisso com a democracia, em momento de alta popularidade e à sombra de acusações de tolerância com ideias neonazistas.

Bundesparteitag der PiratenparteiFoto: dapd

O Partido Pirata alemão abriu neste sábado (28/04) sua convenção anual para escolher uma nova liderança, reiterando seu compromisso com a democracia direta, num momento em que goza de alta popularidade, mas também à sombra de acusações de ser tolerante com a existência de ideias neonazistas dentro da agremiação.

Depois que, no ano passado, os Piratas alemães praticamente saíram do anonimato para ocupar cadeiras nas assembleias legislativas dos estados do Sarre e de Berlim, eles podem, segundo as últimas sondagens, conseguir cerca de 10% dos votos em eleições regionais nos estados de Schleswig-Holstein e na Renânia do Norte-Vestfália, a serem realizadas em maio.

Novo líder também tem mandato de um ano

Cerca de 1.500 membros do partido presentes na cidade de Neumünster, no norte da Alemanha, elegeram Bernd Schlömer, de 41 anos, como novo líder da facção. E rejeitaram a prorrogação, de um para dois anos, do mandato de seus líderes partidários, argumentando que mudanças frequentes de liderança fazem com que os líderes permaneçam em contato com a base do partido.

"Carregamos uma grande responsabilidade, pois sabemos que a sociedade
mudará de forma radical", disse umas das líderes dos Piratas, Marina Weisband, acrescentando que a agremiação é ainda novata no panorama político, mas "já fez história".

Bernd Schlömer, novo líder do Partido PirataFoto: dapd

Os membros do partido aproveitaram a ocasião para refutar
acusações recentes de que o compromisso do Partido Pirata com a liberdade de expressão o levou a ser tolerante demais com neonazistas. Alguns distribuíram panfletos condenando o extremismo de direita.

Moção contra negação do Holocausto

Em uma moção aprovada por unanimidade, os participantes da convenção condenaram a negação do genocídio dos judeus pelo regime nazista. Segundo o texto, negar ou relativizar o Holocausto, sob o pretexto da liberdade de expressão, “contraria os princípios do nosso partido". Membros da liderança dos Piratas também manifestaram seu repúdio a tendências neonazistas dentro da facção. O motivo do debate foram as afirmações recentes de alguns membros do partido, que provocaram controvérsia no país.

Após alguns integrantes insinuarem simpatia por ideias nazistas sem serem punidos, muitos críticos acusaram a direção do partido de ser condescendente com o radicalismo de direita em suas fileiras. O deputado berlinense Oliver Höfinghoff afirmou não ver riscos de inflitração de neonazistas no partido. "Caminhamos muito para a esquerda", disse Höfinghoff.

MD/afp/dpa
Revisão: Soraia Vilela

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