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Sociais-democratas alemães elegem primeira líder mulher

22 de abril de 2018

Primeira mulher a presidir a legenda em seus 155 anos de história, Andrea Nahles assume o cargo com o desafio de renovar o SPD. Mais antigo partido alemão obteve pior resultado do pós-Guerra nas últimas eleições.

Nova líder social-democrata alemã, Andrea Nahles
Andrea Nahles foi ministra do Trabalho de 2013 a 2017Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Probst

O Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) elegeu neste domingo (22/04) Andrea Nahles como presidente. É a primeira vez nos 155 anos de história da legenda, a mais antiga do país em funcionamento, que uma mulher assumirá sua liderança.

Nahles, de 47 anos, foi eleita com 66,35% dos votos dos delegados do partido (414 dos 624 votos válidos). A adversária Simone Lange obteve 172 votos. Houve 38 abstenções. Foi a primeira vez em mais de 20 anos que mais de dois membros do partido se candidataram ao posto.

A nova presidente do partido assume o cargo num momento de crise sem precedentes e com a promessa de renovar o partido, que já foi liderado por nomes como Willy Brandt e Gerhard Schröder.

Há pouco mais de um ano, Martin Schulz foi eleito por unanimidade, pelos delegados do SPD, como presidente do partido e candidato a chanceler federal. O resultado foi um desastre eleitoral contra os conservadores de Angela Merkel nas eleições de setembro passado, em que os social-democratas obtiveram seu pior resultado do pós-Guerra, com 20,5%. Em fevereiro, Schulz deixou a presidência da legenda.

Apesar da recusa inicial, o SPD acabou decidindo formar novamente uma coalizão com os conservadores da União Democrata Cristã (CDU), de Merkel, e da União Social Cristã (CSU). Agora, Nahles tem a tarefa de renovar o partido.

"Você pode reformar um partido enquanto ele está no governo, e eu pretendo provar isso a parti de amanhã", disse Nahles aos delegados do SPD reunidos neste domingo em Wiesbaden. "Mas os membros do governo precisam do nosso apoio. Não há dois partidos. Somos um partido."

As negociações de coalizão com os conservadores, que se estenderam por meses, provocaram divisões na legenda, sobretudo na ala jovem. O líder juvenil Kevin Kühnert apoiou a candidatura de Nahles, e, assim como a maioria dos delegados, espera que ela consiga unir o partido novamente.

"Precisamos de uma presidente que seja firme. Precisamos de mais jovens no partido, mas precisamos conciliar isso com a experiência de uma líder como Nahles", disse um dos apoiadores da social-democrata à DW.

Nahles, que foi ministra do Trabalho de 2013 a 2017, atribuiu a recente derrota eleitoral do SPD ao fato de ele não ter conseguido comunicar a seus eleitores como pretendia alcançar seus objetivos.

"Na minha opinião, há apenas um paradigma: o da solidariedade. Solidariedade é uma das principais coisas que faltam neste mundo globalizado, neoliberal e em rápida mudança", disse a política a seus correligionários.

Nahles anunciou como objetivos domar o capitalismo digital e cobrar mais de grandes empresas de internet, além de discutir reformas do sistema de assistência social alemão.

LP/rtr/dpa/dw

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