Partidos alemães maiores rejeitam grande coalizão
3 de junho de 2002A proposta foi feita pelo governador de Brandemburgo, Manfred Stolpe (SPD), em plena campanha eleitoral, com o argumento de que os programas do seu partido e das legendas irmãs CDU/CSU não são muito diferentes. O chefe de governo, Schröder, mostrou-se surpreso, atribuiu a proposta do correligionário a "um escorregão com a imprensa" e destacou que continua valendo o que foi decidido na convenção nacional do SPD no dia anterior (2/6)).
O maior partido governista (SPD) havia se apresentado na convenção muito resoluto, combativo e confiante de que vai manter-se no poder, depois da eleição do novo Parlamento em 22 de setembro, em coalizão com o Partido Verde. Mas todas as pesquisas sobre intenção de voto prevêem vantagem da CDU e CSU sobre a coligação.
Os convencionais social-democratas haviam aprovado no domingo o programa eleitoral, uma espécie de metas do governo para depois das eleições parlamentares que vão determinar a nova constelação de poder. Schröder rejeitou a idéia de grande coalizão dizendo que vai prosseguir a aliança com o Partido Verde. O seu concorrente na disputa pela chefia do governo, o candidato da CDU/CSU, Edmund Stoiber, também rejeitou: "Eu não quero grande coalizão, mas uma nova política para mais crescimento econômico, mais empregos e menos encargos para os cidadãos", disse o candidato e governador da Baviera.
A presidenta da CDU, Angela Merkel, comentou em tom jocoso: "É triste que a meta eleitoral de um governador tão experiente como Stolpe reduza tanto o seu próprio partido, mas talvez ele reconheça a melhor a realidade". E acrescentou: "Para nós a meta eleitoral não é uma grande coalizão, mas conquistar maioria na eleição para governar".
O Partido Liberal (FDP), que tem como meta obter 18% dos votos e com isso participar de uma coalizão de governo, está muito ocupado com uma polêmica com o Conselho Central dos Judeus sobre o anti-semitismo e consigo próprio. O seu presidente, Guido Westerwelle, disse que "Gerhard Schröder não fechou a porta para uma coalizão com o FDP porque sabe que a do SPD com o Partido Verde não pode mais conseguir uma maioria no Parlamento". Westerwelle criticou o SPD por causa do imposto ecológico sobre combustíveis e a manutenção do serviço militar obrigatório. Ele reclamou também da falta de um programa para ampliar o Estado social.