1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Partidos tradicionais se mobilizam contra a AfD

9 de março de 2016

A poucos dias das eleições regionais em três estados, Merkel e aliados iniciam campanha para tentar barrar partido populista de direita, que obteve êxito votação no domingo passado.

Türkei syrische Flüchtlinge laden Merkel ein
Foto: picture-alliance/AA/K. Kocalar

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e seus aliados se mobilizam para que eleitores indecisos não votem no partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) nas eleições regionais deste domingo.

Após o êxito da AfD no pleito regional no estado de Hesse no último domingo, Merkel afirmou que a sigla seria o partido "absolutamente errado" e disse que as legendas tradicionais devem evitar qualquer tipo de coalizão com os populistas.

Leia a cobertura completa sobre a eleição na Alemanha em 2017

Merkel disse à emissora pública SWR que aqueles que desejam votar na AfD, partido que, segundo ela, joga com as emoções em vez de apresentar soluções, devem se dar conta de que poderão acabar beneficiando os partidos de esquerda. No domingo, a AfD conseguiu 13% dos votos em Hesse.

Pesquisas indicam que a AfD, sigla criada em 2013 e que faz forte oposição à política migratória do governo Merkel, tem grandes chances de conseguir eleger membros para os Parlamentos dos estados da Saxônia-Anhalt, Baden-Württemberg e Renânia-Palatinado, nas eleições deste domingo. Cerca de 13 milhões de eleitores nos três estados estão aptos a votar.

Em Baden-Württemberg, porém, o Partido Verde contraria essa tendência. Com 33% das intenções de voto, segundo as pesquisas de opinião, a sigla poderá superar a União Democrata Cristã (CDU) de Angela Merkel.

Na segunda-feira, o porta-voz da AfD Christian Lüth rejeitou as tentativas de aproximação por parte do partido de extrema-direita NPD, que está sob risco de ser banido pelo Tribunal Constitucional da Alemanha.

O NPD havia recomendado a seus eleitores que dividissem os votos na Saxônia-Anhalt e na Renânia-Palatinado entre a própria legenda ultradireitista e a AfD. Lüth, porém, disse que tais ofertas devem ser ignoradas.

Muitos creditam o crescimento da AfD a temores em relação à política migratória do governo federalFoto: Getty Images/J. Koch

O jornal Rhein-Zeitung, da cidade de Koblenz, reportou nesta terça-feira que as principais autoridades da CDU, dos Verdes e do Partido Social-Democrata (SPD) do estado da Renânia-Palatinado ficaram "chocados" com os resultados obtidos pela AfD em Hesse.

A sigla direitista obteve 12,8% dos votos na capital do estado, Wiesbaden, localizada na margem oposta do Reno à cidade de Mainz, capital da Renânia-Palatinado.

Segundo o jornal, em uníssono, os líderes dos três partidos instaram "todos os democratas" a comparecerem às urnas neste domingo. Na Alemanha, o voto é facultativo.

Já o principal candidato da AfD na Renânia-Palatinado, Uwe Junge, disse que os resultados em Hesse deram impulso à sigla no estado vizinho.

Merkel, juntamente com o vice-chanceler Sigmar Gabriel e o ministro do Exterior Frank-Walter Steinmeier – ambos do SPD – foram aos três estados nesta quarta-feira realizar campanhas pelos partidos tradicionais.

Gabriel rejeitou a hipótese de que o pleito deste domingo poderia ser uma prévia das eleições federais, marcadas para o final de 2017. "Esta é uma eleição para as assembleias estaduais, onde as políticas dos governos regionais estarão sob escrutínio", afirmou o vice-chanceler.

Andreas Scheuer, secretário-geral do tradicional aliado da CDU na Baviera, a União Social Cristã (CSU), afirmou nesta terça-feira que o crescimento da AfD se deve a votos de protesto motivados pela crise dos refugiados. "Uma vez resolvida a crise, o AfD vai desaparecer tão rapidamente como surgiu", observou.

RC/kna/epd/dpa/afd

Pular a seção Mais sobre este assunto