Chefe de diplomacia da UE afirma que, mesmo com resolução "milagrosa" da guerra síria, ainda seria preciso combater conflitos, fome e miséria em outras partes do mundo. Crise migratória é "problema europeu", defende.
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A chefe de diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, afirmou nesta sexta-feira (25/09) que, mesmo que se alcance a paz na Síria, o fluxo de migrantes em direção à Europa não irá cessar.
"Não vamos nos iludir. Hoje, a Síria está numa posição de destaque, com 4 milhões de refugiados no exterior e 8 milhões de deslocados no território sírio. Mas além da Síria há um mundo de guerras, fome e miséria", disse em entrevista ao jornal italiano La Repubblica.
Dos quase 500 mil requerentes de asilo que chegaram ao sul da Europa pelo Mediterrâneo desde o início deste ano, mais de 182 mil são da Síria.
"Mesmo se, por um milagre, resolvêssemos amanhã o problema na Síria, a Líbia continuaria sendo um corredor aberto e sem controle para a Europa, pelo menos até que consigamos reconstruir um Estado lá. E, além da Líbia, há toda a África", acrescentou Mogherini.
O coordenador regional do Alto Comissariado das Nações Unidas (Acnur), Amin Awad, também disse nesta sexta-feira não esperar que o afluxo de migrantes no continente europeu diminua.
"Temos que tratar essa questão [dos refugiados] como um problema europeu. Esperamos conseguir fazer isso de forma consensual", disse Mogherini.
KG/dpa/rtr
Iniciativas a favor dos refugiados
Muitos alemães têm acolhido os refugiados e oferecido apoio a eles. Isso inclui também pessoas famosas, como o músico Udo Lindenberg e o ator Til Schweiger.
Foto: picture-alliance/dpa/B. von Jutrczenka
"Aktion Arschloch"
Esta iniciativa criada por um professor de música tentou levar o antigo hino antinazista "Schrei nach Liebe" ("Grito por amor") de volta às paradas. A música havia sido lançada pela banda Die Ärtze em 1993 e, 22 anos depois, de fato voltou às paradas, chegando ao primeiro lugar. Tanto a banda como as lojas online querem doar o valor arrecadado à organização Pro Asyl, que se dedica a refugiados.
Foto: aktion-arschloch.de
"Agora seremos amigos"
O roqueiro Udo Lindenberg fez em Bremen um show para cerca de cem refugiados e voluntários que trabalham nos abrigos. Entre as músicas executadas está uma novidade, a canção "Wir werden jetzt Freunde" (Agora seremos amigos), cuja letra é uma calorosa recepção aos refugiados: "Venha, agora seremos amigos, esta é a tua casa, e ninguém vai te expulsar daqui", canta o velho roqueiro.
Foto: picture-alliance/dpa/W. Kastl
Curso de alemão
O ator Til Schweiger criou uma fundação – com seu próprio nome – para auxiliar os refugiados. Ela conta com diversos apoiadores, como o técnico da seleção alemã, Jogi Löw, o rapper Thomas D e o ator Jan Josef Liefers. Com a fundação, Schweiger quer apoiar um abrigo de refugiados em Osnabrück, por exemplo oferecendo cursos de alemão.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Kalaene
Roupas "Refugees Welcome"
O trio de rap e electropop Deichkind foi à cerimônia de entrega do prêmio de música alemã Echo, em marco, vestindo roupas com a frase "Refugees Welcome" ("Refugiados são bem-vindos"). Camisetas e moletons com a expressão são vendidos na loja online da banda, e os lucros são doados para a organização Pro Asyl.
Foto: Reuters/Michael Sohn
Instrumentos musicais
"Esporte e música são as coisas que as pessoas têm para tornar a sua vida mais alegre", afirmou o compositor Heinz Rudolf Kunze em entrevista ao jornal "Neue Presse". Ele fez um apelo às pessoas para que elas doem instrumentos musicais aos refugiados. "Essas pessoas tão humilhadas não precisam apenas de roupas e alimentos, elas também precisam de algo para se ocupar", afirmou.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Weihs
Marcha para refugiados
A atriz Katja Riemann declarou ao jornal "Welt am Sonntag" que está planejando uma marcha em prol dos refugiados. Ela disse já estar em contato com a Anistia Internacional e a Pro Asyl. "Nós temos de voltar às ruas", ressaltou. "Não devemos deixá-las para os neonazistas ou para o Pegida."
Foto: picture-alliance/dpa/Wagner
"De saco cheio dos nazistas"
"O direito de asilo não é negociável, é um direito humano", afirma a campanha Kein Bock auf Nazis – expressão equivalente a "de saco cheio dos nazistas". A iniciativa conta com o apoio de 24 bandas e músicos alemães. Entre muitos outros estão nomes como Die Toten Hosen, Die Ärzte, Deichkind, Fettes Brot, Jan Delay, Tocotronic e Die Beatsteaks.