Pedidos de asilo na Europa aumentam 44% e registram recorde
21 de março de 2015
Ao todo, 626 mil pessoas pediram asilo em países da União Europeia, sendo 123 mil cidadãos da Síria, maior grupo entre os requerentes – seguidos por Afeganistão e Kosovo. Alemanha concentrou um terço das solicitações.
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Aproximadamente 626 mil pessoas entraram com pedido de asilo nos países da União Europeia (UE) no ano passado, um recorde, segundo revelou o Departamento de Estatísticas da UE (Eurostat) nesta sexta-feira (20/03). Houve um aumento de 44% com relação ao ano anterior.
A maior parte das solicitações partiu de cidadãos sírios, que responderam por quase um quinto de todos os pedidos. Em 2014, 123 mil pessoas fugindo da guerra civil do país, que já dura três anos, buscaram refúgio na Europa. Em segundo lugar ficou o Afeganistão, seguido pelo Kosovo.
Quase um terço de todos os pedidos de asilo foi registrado na Alemanha, a maior economia europeia. Já a Suécia apresentou o maior índice se comparado ao tamanho de sua população. Foram 8,4 pedidos para cada mil habitantes.
A Itália, que frequentemente recebe em sua costa embarcações ilegais trazendo refugiados, viu o volume de pedidos de asilo crescer 143% no ano passado, chegando a 63,6 mil.
Ainda segundo a Eurostat, 163 mil pedidos de asilo foram concedidos em 2014.
A Europa tem sido um dos destinos mais procurados de refugiados de países em guerra e de cidadãos em busca de uma vida melhor. Muitos arriscam a vida cruzando o Mar Mediterrâneo em viagens extremamente perigosas, que deixam muitos mortos pelo caminho. Quando conseguem chegar ao destino, os refugiados enfrentam processos longos e incertos.
Durante a cúpula da UE em Bruxelas nesta sexta-feira, líderes discutiram a possibilidade de envio de uma missão de segurança à Líbia, cuja instabilidade política desde a queda do ditador Muamar Kadafi, em 2011, preocupa. Países do norte da África poderiam ser usados por grupos extremistas para chegar mais facilmente ao continente europeu, alertou o primeiro-ministro belga, Charles Michel.
MSB/dpa/afp/rtr
Síria: patrimônio histórico destruído na guerra civil
Cerca de 300 locais de interesse histórico já foram danificados, saqueados ou totalmente destruídos na guerra civil da Síria. Uma excursão aos patrimônios culturais ameaçados do país.
Foto: Fotolia/Facundo
Destruição
Em quase quatro anos, a guerra civil síria contabilizou centenas de milhares de mortos e o deslocamento de cerca de dez milhões de pessoas. Análises do Instituto das Nações Unidas para a Formação e Pesquisa (Unitar, em inglês) feitas por satélites mostram a destruição de patrimônios culturais no país. Nesta foto, o centro histórico de Damasco.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Tödt
Mesquita dos Omíadas
A análise revelou que 290 sítios culturais foram fortemente atingidos. Do ano 708, a Mesquita dos Omíadas, em Damasco, teve o mosaico de sua fachada destruído por tiros.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/Neukirchen
Imagem de destruição
Especialmente atingida foi a metrópole de Aleppo, que, com 7 mil anos de história de assentamentos, faz parte das cidades mais antigas do mundo. A imagem de satélite à direita mostra a destruição na região próxima à cidadela.
Foto: US Department of State, Humanitarian Information Unit, NextView License (DigitalGlobe)
Antes dos tiros
A Mesquita dos Omíadas, em Aleppo, também foi fortemente danificada. A mesquita, do ano 715, foi reconstruída diversas vezes nos séculos seguintes à sua construção. Especialmente o minarete, do ano de 1092, é considerado uma obra-prima arquitetônica. Aqui, uma foto da mesquita antes de ser destruída.
Foto: picture alliance/Bibliographisches Institut/Prof. Dr. H. Wilhelmy
Troca de acusações
O minarete da Mesquita dos Omíadas foi destruído durante uma batalha, em 2013. Hoje sobrou somente o escombro, já que grande parte da edificação foi gravemente danificada. O governo e os rebeldes acusam-se mutuamente.
Foto: J. Al-Halabi/AFP/Getty Images
Luta implacável
A batalha entre o governo e rebeldes por Aleppo ocorre desde 2012 e faz com que os danos sejam proporcionais ao tempo do confronto. O hotel Carlton, de 150 anos, em frente à cidadela de Aleppo, era famoso, entre outros motivos, por seu interior histórico e bem conservado.
Foto: CC-SA-BY-Preacher lad
Totalmente destruído
Hoje não sobrou nada do hotel. Em maio de 2014 foram acionados explosivos em um túnel localizado embaixo da construção. De 210 prédios históricos analisados pela Unitar em Aleppo, a metade foi danificada e um quinto foi totalmente destruído.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Mercado de "conto de fadas"
Visitantes do mercado de Aleppo se sentiam num conto de fadas das mil e uma noites. O bazar, que permaneceu inalterado desde o século 16, consistia de uma longa rede de vielas totalizando sete quilômetros.
Foto: AP
Perdido para sempre
Em 2012, um incêndio causou danos irreversíveis ao mercado. De acordo com números oficiais, 1.500 das 1.600 lojas no bazar foram danificadas ou destruídas.
Foto: AP
Inconquistável, mas…
Numa fortaleza curda, foi construído durante os séculos 12 e 13 o chamado Forte dos Cavaleiros, um castelo para cavaleiros das Cruzadas. A edificação era conhecida por nunca ter sido conquistada por meio de guerra ou de cerco.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Vranic
… não indestrutível
O castelo, que se localiza ao leste de Homs e próximo à fronteira com o Líbano, foi submetido novamente à artilharia de fogo e ataques aéreos. A luta deixou o teto e muros destruídos, como também partes da edificação desmoronadas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Vranic
Impossível de se reconhecer
Dura Europos foi fundada no ano 300 a.C. como uma colônia militar. Aqui não somente as batalhas, mas também os constantes saques foram responsáveis para que muitas edificações da chamada "Pompeia síria" não sejam mais reconhecíveis.
Foto: picture-alliance/akg-images/Leo G. Linder
Templo destruído
A cidade de Palmira é considerada um dos centros culturais da antiguidade. Lutas, saques e o roubo de pedras afetaram consideravelmente as atrações históricas. De 2 mil anos, o templo de Baal – na foto, antes da guerra civil – perdeu uma de suas colunas.