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Pedidos de asilo na UE aumentam 85% em um ano

18 de setembro de 2015

Somente entre abril e junho, bloco europeu recebeu mais de 213 mil solicitações de refugiados, mais de um terço delas na Alemanha. Croácia se diz sobrecarregada e afirma que deixará migrantes atravessarem o país.

Foto: picture-alliance/dpa/A. Gebert

Mais de 213 mil pessoas pediram asilo na Europa entre abril e junho deste ano, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (18/09) pelo Departamento de Estatísticas da União Europeia (Eurostat). O número é 85% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado e 15% maior em relação aos três primeiros meses do ano. Desse total de pedidos, mais de um terço foi feito na Alemanha, que se tornou o principal destino dos migrantes que chegam à Europa.

Nos três meses avaliados, o país registrou 80,9 mil pedidos, o que equivale a 38% do total da UE. A Hungria está em segundo lugar, com 32,7 mil solicitações (15%), seguida da Áustria, com 17,4 mil (8%). Itália, França e Suécia registraram mais de 14 mil pedidos, ou seja, 7% do total.

A Hungria registrou a maior média de solicitações de asilo per capita: 3.317 por milhão de habitantes – à frente da Áustria, Suécia e Alemanha. Em comparação aos três primeiros meses do ano, o maior aumento no total de pedidos foi observado na Holanda e na Lituânia, onde os números mais do que dobraram.

Dos 213.200 pedidos de asilo feitos na UE, 43.995 foram de cidadãos da Síria, o que representa quase 20% dos requerentes. A maioria busca refúgio na Alemanha, Hungria, Áustria e Suécia. Em segundo lugar estão os refugiados afegãos, com 26.995 pedidos – 13% do total. Mais da metade deles pediu asilo à Hungria.

Os albaneses formam o terceiro maior contingente, com 17.665 pedidos (8%), ainda que o país seja candidato a se tornar membro da UE. Quase todos pediram asilo na Alemanha.

Entretanto, os cidadãos de países dos Bálcãs são os que têm maiores chances de terem seus pedidos negados, uma vez que muitos deles são os chamados "migrantes econômicos", que não têm direito à proteção internacional. Além disso, os países da região fazem parte de uma lista de "países seguros" que está sendo preparada pela UE, o que inviabilizaria a concessão de asilo a seus cidadãos.

Muitos membros do bloco europeu têm tido dificuldades para processar os pedidos de asilo. Até o final de junho, quase 600 mil requisições estavam pendentes, segundo o Eurostat – mais da metade na Alemanha.

Croácia "saturada" com grande número de refugiados

O primeiro-ministro da Croácia, Zoran Milanovic, declarou nesta sexta-feira que seu país está sobrecarregado com o número de refugiados que recebeu nos últimos dias e afirmou que irá redirecionar os migrantes para a Hungria e a Eslovênia.

"O que mais podemos fazer?", questionou Milanovic, explicando que seu país não consegue mais registrar as pessoas de acordo com as regras da EU. Ele disse, no entanto, que permitirá que os refugiados atravessem a Croácia.

"São bem-vindos aqui e podem passar pela Croácia, mas não fiquem aqui. Não porque não gostamos de vocês, mas porque a Croácia não é seu destino final", disse Milanovic. Não ficou esclarecido como o redirecionamento deverá ocorrer, uma vez que os governos húngaro e esloveno estão adotando medidas para impedir a entrada dos refugiados.

O ministro croata do Interior, Ranko Ostojic, informou que cerca de 13 mil migrantes entraram na Crácia desde quarta-feira. "Isso significa que nossa capacidade está mais do que saturada", observou.

Milanovic reitera que o país não irá selar suas fronteiras, mas disse que a situação está "além das nossas capacidades". Ele lançou um apelo à UE para que ajude Zagreb a lidar com o fluxo migratório.

RC/dpa/afp/ap

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