Pedra num jardim da Alemanha era na verdade um meteorito
16 de julho de 2020
Maior meteorito já encontrado no país ficou quase três décadas no jardim do homem que o desenterrou, perto de Ulm. Só este ano ele levou a pedra de 30 kg para análise de especialistas, que falam em sensação científica.
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Pesquisadores anunciaram nesta quarta-feira (15/07) a descoberta do maior meteorito já encontrado na Alemanha. O achado permaneceu por anos num jardim na cidade de Blaubeuren, nos arredores de Ulm, no sudoeste do país, de acordo com um comunicado do Centro Aeroespacial Alemão (DLR).
"A descoberta tem uma massa de 30,26 kg, o que o torna o maior meteorito rochoso já encontrado na Alemanha", disse Dieter Heinlein, especialista em meteoritos do DLR. Ele descreveu o achado como uma sensação científica.
A rocha foi desenterrada em 1989 no jardim de um homem em Blaubeuren, cidade com cerca de 12.500 habitantes. Ao desenterrar a rocha, ele notou como a pedra era incrivelmente pesada e percebeu seu alto teor de ferro, mas não comunicou seu achado. "Mesmo um profissional dificilmente teria percebido que a rocha é um meteorito à primeira vista", disse o DLR em comunicado.
O meteorito permaneceu no jardim até 2015, quando o homem quase se desfez dele, durante trabalhos em sua propriedade. "Na verdade, ele já estava dentro do reboque, para ser levado embora", disse o responsável pela descoberta, segundo o DLR.
Mas o homem mudou de ideia e decidiu guardar o achado no porão. Somente em janeiro passado ele comunicou a descoberta ao DLR. Após análises em três laboratórios, foi constatado que a pedra é um meteorito.
Agora, cientistas querem descobrir quando ele caiu, o que pode ter ocorrido há séculos.
O meteorito continuará em posse do homem que o encontrou. Porém, ele já disse que pretende doá-lo a um museu.
A organização internacional Meteoritical Society também confirmou a descoberta, que recebeu o nome de Blaubeuren, cidade onde o corpo celeste foi achado. Até então, o maior meteorito encontrado na Alemanha era o Benthullen, de 17,25 quilos, achado nos arredores de Oldenburg.
Fenômeno retorna todos os anos e desta vez contou com condições de observação ideais ao atingir seu ápice na Lua crescente, que garantiu céus mais escuros. Espetáculo é mais visível no Hemisfério Norte.
Foto: Reuters/D. Z. Lupi
Espetáculo de estrelas cadentes
A chuva de meteoros Perseidas, cujo pico de 2018 ocorreu na noite de 12 para 13 de agosto, ofereceu a observadores um espetáculo de estrelas cadentes visíveis a olho nu. Na imagem, garota admira o fenômeno na Macedônia.
Foto: Reuters/O. Teofilovski
Privilégio do Hemistério Norte
A chuva de meteoros é mais visível no Hemistério Norte, principalmente em áreas isoladas com pouca luz e poluição, como neste local no norte da Espanha. Nos países abaixo do Equador, o fenômeno é bem menos perceptível.
Foto: Reuters/P. Hanna
Rastro de poeira e rochas
O fenômeno ocorre todos os anos quando, em sua órbita ao redor do Sol, a Terra atravessa o rastro de poeira e rochas – os meteoroides – na cauda do Swift-Tuttle, cometa descoberto em 1862. Neste ano, as Perseidas também puderam ser observadas de Hong Kong, onde este meteoro cruzou o céu acima da barragem leste do reservatório de High Island.
Foto: Getty Images/AFP/P. Fong
Condições de observação
Em 2018, a chuva de meteoros teve condições de observação ideais, com uma média de 60 meteoros por hora em seu pico e maior visibilidade pelo fato de a Lua estar em sua fase crescente, sem obstruir a visão. Na imagem, vista da área do lago Pierre-Percee, no leste da França.
Foto: Getty Images/AFP/P. Hertzog
Meteoroides, meteoros e meteoritos
As partículas de poeira ou pequenos fragmentos de rocha que se encontram no espaço são os meteoroides. Os meteoros, conhecidos como estrelas cadentes, são meteoritos que se chocam com a atmosfera terrestre, entrando em incandescência. Os que conseguem resistir à fricção do ar e chegam até o solo passam a ser chamados de meteoritos. Na foto, as Perseidas vistas de Hong Kong.
Foto: Getty Images/AFP/P. Fong
Radiante
Os nomes de chuvas de meteoros derivam da localização de onde parecem se originar no céu, o chamado radiante. O radiante das Perseidas fica na Constelação de Perseu, no hemisfério celeste setentrional. Da mesma forma, a chuva de meteoros Geminidas, que pode ser observada em dezembro, tem seu nome derivado da Constelação de Gêmeos.