Animais perdem peso e ficam sob estresse quando isolados, o que dificulta a sobrevivência, aponta estudo. Segundo cientistas, vida em grupo acalma e ajuda os peixes a economizar energia.
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Peixes que vivem em recifes de coral gostam de companhia. Eles ficam estressados e perdem peso quando estão separados uns dos outros, o que afeta sua capacidade de sobreviver, revelou um estudo publicado nesta quinta-feira (22/09).
Cientistas da Universidade James Cook, na Austrália, estudaram peixes-donzela capturados na Grande Barreira de Corais australiana. Para tentar saber por que os animais preferiam se socializar, os pesquisadores isolaram alguns deles e mantiveram outros juntos em cardumes.
"Os peixes que foram isolados perderam peso após a primeira semana, o que significava que eles estavam menos saudáveis do que os em grupos", disse o autor do estudo, Lauren Nadler.
A equipe de cientistas mediu a taxa metabólica – que é um indicador de estresse – tanto nos peixes em cardume quanto nos sozinhos e confirmou o que suspeitava: ficar em grupos tem um "efeito calmante".
"Os peixes ficavam mais calmos e menos estressados quando tinham seus companheiros de cardume ao redor, com diminuição de 26% na taxa metabólica em comparação com os indivíduos testados isoladamente", explicou Nadler.
Distúrbios naturais, como ciclones tropicais, às vezes podem dispersar companheiros de cardume. Mas se se mantêm juntos, peixes não queimam energia tão rapidamente, o que os ajuda a sobreviver e se reproduzir.
"Se esses peixes estivessem sozinhos no oceano, eles precisariam de mais alimentos para manter sua energia e sobreviver ", disse o coautor do estudo, Mark McCormick. "Quando eles não têm os companheiros por perto para ajudar a vigiar se predadores se aproximam, a busca por alimentos se torna mais arriscada."
Os resultados do estudo, publicado no Journal of Experimental Biology, mostram a importância da convivência em grupo para manter populações de peixes saudáveis, dizem os cientistas.
Drones lançam novo olhar sobre a Grande Barreira de Corais
Imagens de robôs voadores contribuem para a ciência e também para a preservação ambiental. A DW mostra fotografias aéreas fascinantes do maior recife de corais do mundo.
Foto: Karen Joyce/James Cook University
Visão ampla para a ciência
Durante o seu trabalho, a pesquisadora ambiental Karen Joyce pode apreciar uma bela vista da vida marinha na Grande Barreira de Corais, na Austrália. Esta fotografia mostra a Ilha de Heron. No canto inferior direito da imagem podem ser vistos os corpos achatados de duas arraias.
Foto: Karen Joyce/James Cook University
Missão de descobrimento
Joyce envia seu robô voador a uma missão previamente programada. Ela opera o drone com um controle remoto e um computador. As imagens tiradas pelo aparelho eletrônico podem ser baixadas após a missão. Esta mostra a parte sul do recife de Heron e o mar aberto em direção ao recife de Wistari.
Foto: Karen Joyce/James Cook University
A natureza como artista
A Grande Barreira de Corais reúne diferentes habitats marinhos. Esta imagem mostra corais e algas em frente à Ilha de Heron, vistos de uma altura de 20 metros. A transmissão ao vivo daquilo que o drone avista é mostrada no computador de Joyce, porém somente em baixa resolução.
Foto: Karen Joyce/James Cook University
Tubarões a uma distância segura
Na parte esquerda da imagem pode-se ver tubarões nadando no canal da Ilha de Heron. Já no lado direito, nota-se a densa presença de corais. Para Joyce, a tecnologia do drone oferece a grande vantagem de poder monitorar regiões perigosas ou de difícil acesso. Isso permite aos cientistas estudar áreas muito maiores do que por meio do snorkeling ou mergulho.
Foto: Karen Joyce/James Cook University
Informações em alta resolução
Com a ajuda de drones, cientistas podem obter imagens muito mais detalhadas do que as fornecidas por um satélite. Esta imagem mostra um mosaico em alta resolução formado por centenas de fotos do recife de Heron tiradas pelo drone de Joyce.
Foto: Karen Joyce/James Cook University
Proteção necessária
A Grande Barreira de Corais sofre com o branqueamento. Neste fenômeno, os corais expulsam as algas, com as quais vivem em simbiose e que lhes dão suas cores características, e morrem. Pesquisadores como Joyce poderiam ajudar a descobrir o que está por trás do branqueamento. Cientistas acreditam que a principal razão seja o aumento das temperaturas das águas causado pelas mudanças climáticas.