Pentágono inicia expulsão de militares transgêneros
9 de maio de 2025
Forças Armadas dos EUA anunciam que vão começar a desligar mais de mil militares trans após governo Trump receber aval da Suprema Corte.
Presidente Donald Trump e secretário de defesa Pete Hegseth promovem exclusão das pessoas trans das Forcas Armadas Foto: Annabelle Gordon/AFP
Anúncio
As Forças Armadas dos EUA iniciarão em caráter imediato um processo para desligar dos seus quadros cerca de 1.000 militares que se identificam como transgêneros. Essa primeira leva, segundo informou o Pentágono nesta quinta-feira (08/05), aceitou sair voluntariamente.
O Pentágono também informou que vai conceder um prazo extra de 30 dias para que outros militares transgêneros se identifiquem e deixem voluntariamente as Forças Armadas. Depois do prazo, que se encerra em 6 de junho, eles vão ser formalmente expulsos, e arriscam perder benefícios
Em janeiro, o presidente Donald Trump emitiu uma ordem proibindo o serviço militar para pessoas transgênero. Nesta semana, a Suprema Corte dos EUA deu aval à medida, determinando que a proibição poderia entrar em vigor, mesmo sendo alvo de um litígio em andamento na Justiça americana.
A ordem executiva afirma que "expressar uma falsa 'identidade de gênero' diferente do sexo de um indivíduo não pode satisfazer os rigorosos padrões necessários para o serviço militar".
"Os departamentos militares iniciarão imediatamente o processo de separação de militares que se autoidentificaram para separação voluntária antes de 26 de março de 2025", afirmou um memorando do secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth.
"Após a conclusão do período de elegibilidade para autoidentificação, os departamentos militares iniciarão os processos de separação involuntária", diz o documento.
O Pentágono, a sede do Departamento de Defesa dos Estados UnidosFoto: Brittany Chase/USAF/CNP/picture alliance
"Incompatíveis com altos padrões mentais e físicos"
Autoridades do Pentágono, em um memorando anterior, defenderam a proibição, afirmando que "as restrições médicas, cirúrgicas e de saúde mental impostas a indivíduos que tenham um diagnóstico atual ou histórico de, ou apresentem sintomas consistentes com, disforia de gênero são incompatíveis com os altos padrões mentais e físicos necessários para o serviço militar".
Disforia de gênero é um termo utilizado para descrever a inequação vivenciada por pessoas transgênero com as características feminina ou masculina de seu corpo.
O Pentágono emitiu um memorando no final de fevereiro, afirmando que removeria os soldados transgênero, a menos que essas pessoas obtivessem isenções, caso a caso. O documento também anunciou a proibição ao ingresso de pessoas transgênero nas Forças Armadas.
Anúncio
"Chega dessa merda", disse Hegseth
Autoridades disseram que, em 9 de dezembro de 2024, havia 4.240 soldados diagnosticados com disforia de gênero na ativa, na Guarda Nacional e na reserva, mas reconheceram que o número pode ser maior. No total, há cerca de 2,1 milhões de soldados servindo nas Forças Armadas.
Após a decisão da Suprema Corte, Hegseth deixou bem claras suas opiniões sobre o tema "Chega de Trans no Departamento de Defesa", escreveu o secretário e postagem no X.
Antes da determinação dos juízes, Hegseth disse que seu departamento estava deixando para trás a cultura "woke" e a fraqueza. "Chega de pronomes", afirmou durante uma conferência das forças de operações especiais
Os americanos transgêneros têm enfrentado altos e baixos nas políticas referentes ao serviço militar nos últimos anos. Governos liderados pelos democratas – como os ex-presidentes Barck Obama e Joe Biden – agiram para permitir que eles pudessem servir abertamente, enquanto Trump tenta mantê-los fora das fileiras.
O governo Trump vem promovendo uma verdadeira cruzada contra os direitos LGBTQ+ e para anular as políticas de diversidade implementadas pelos democratas. Essas ações vem sendo alvo de fortes críticas por parte de inúmeras entidades de direitos humanos, dentro e fora dos EUA.
rc (AP, AFP)
O mês de maio em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês
Foto: Francesco Sforza/REUTERS
Alemanha prende três por planejarem atos de sabotagem
O Ministério Público da Alemanha anunciou a prisão de três cidadãos ucranianos, dois deles na Alemanha e um na Suíça, por suspeita de atuarem como agentes da Rússia para realizar atos de sabotagem com explosivos no transporte de cargas alemão. (14/05)
Foto: Uli Deck/dpa/picture alliance
Morre "Pepe" Mujica, o presidente mais humilde do mundo
O ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica morreu aos 89 anos. Ele estava em estágio terminal de um câncer de esôfago e recebia cuidados paliativos. Sua morte foi informada pelo atual líder do país sul-americano, Yamandu Orsi. Líderes do mundo inteiro se despediram do ex-guerrilheiro uruguaio. (13/05)
Foto: Gerardo Vieyra/NurPhoto/IMAGO
Hamas anuncia libertação de refém israelense-americano
O braço armado do Hamas informou que libertou o soldado israelense-americano Edan Alexander, de 21 anos, que havia sido mantido como refém em Gaza desde 7 de outubro de 2023. A libertação ocorreu "após contatos com a administração dos EUA, no âmbito dos esforços dos mediadores para chegar a um cessar-fogo", disse a organização terrorista palestina em comunicado (12/05).
Foto: Ohad Zwigenberg/AP/dpa/picture alliance
Primeira bênção dominical do papa Leão 14
Em sua primeira bênção dominical na Praça de São Pedro, o papa Leão 14 pediu uma paz genuína e justa na Ucrânia e um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. "Depois desse cenário dramático de uma terceira guerra mundial em pedaços, como tantas vezes afirmou o papa Francisco, eu me dirijo também aos grandes do mundo, repetindo o apelo sempre atual: nunca mais a guerra", afirmou o pontífice. (11/05)
Foto: Vatican Media/ZUMA Press/IMAGO
Macron, Merz, Starmer e Tusk visitam Kiev
Os líderes do Reino Unido, Keir Starmer, da França, Emmanuel Macron, da Alemanha, Friedrich Merz, e da Polônia, Donald Tusk, se encontraram com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em Kiev, uma demonstração conjunta de apoio à Ucrânia. A visita ocorre um dia após o presidente russo, Vladimir Putin, receber aliados no evento que marcou os 80 anos do fim da Segunda Guerra em Moscou. (10/05)
Foto: LUDOVIC MARIN/POOL/AFP/Getty Images
Leão 14 celebra sua 1ª missa como novo papa
O papa Leão 14 celebrou sua primeira missa após ter sido escolhido como o novo líder da Igreja Católica. O missionário agostiniano retornou à Capela Sistina, onde ocorreu o conclave, para celebrar a missa na presença dos cardeais. Na homilia, disse que foi eleito para que a Igreja possa ser um "farol" para iluminar as regiões do mundo onde haja falta de fé. (09/05)
Foto: VATICAN MEDIA/Handout/AFP
Cardeal americano Robert Prevost é eleito novo papa
O conclave elegeu o cardeal americano Robert Prevost, de 69 anos, como o 267º papa da Igreja Católica. Missionário agostiniano, ele é o primeiro pontífice nascido nos EUA da história. Em seu primeiro discurso aos fiéis, homenageou o papa Francisco, pediu construção de pontos e paz a todos os povos. (08/05)
Foto: Guglielmo Mangiapane/REUTERS
Começa o conclave que irá eleger o novo papa
Cardeais de todo o mundo estão reunidos no Vaticano para eleger o próximo líder da Igreja Católica.133 cardeais de 71 países estão aptos a votar no maior e mais geograficamente diverso conclave em 2 mil anos de história. Ao fim do primeiro dia, fumaça preta na chaminé da Capela Sistina indicou que não houve consenso em torno de um novo nome. (07/05)
Foto: Gregorio Borgia/AP/picture alliance
Merz toma posse após tropeço histórico no Bundestag
O Bundestag (Parlamento) elegeu oficialmente, em segunda votação, o conservador Friedrich Merz, da União Democrata Cristã (CDU), como o novo chanceler federal do país Ele é o terceiro membro da CDU a chefiar o governo alemão desde a reunificação do país, em 1990. O conservador conseguiu o feito inédito de não conseguir se eleger na primeira rodada de votação (06/05).
Foto: Lisi Niesner/REUTERS
Israel se prepara para ampliar ofensiva militar em Gaza
O gabinete de segurança de Israel aprovou um plano para expandir as operações militares em Gaza, incluindo a "conquista" do território palestino e a pressão para que residentes se desloquem para o sul. No domingo, militares israelenses já haviam iniciado uma convocação em massa de reservistas para ampliar a ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza. (05/05)
Foto: Omar Ashtawy/ZUMAPRESS.com/picture alliance
Míssil disparado do Iêmen cai perto do aeroporto de Tel Aviv
O Aeroporto Internacional de Ben Gurion, na região de Tel Aviv, foi alvo de um ataque de míssil. Os rebeldes Houthis, do Iêmen, grupo aliado do Hamas, reivindicaram a autoria do ataque, que causou interrupção no tráfego aéreo. O exército israelense reconheceu que não conseguiu interceptar o míssil. (04/05)
Foto: Ohad Zwingenberg/AP/dpa/picture alliance
Austrália: esquerda reelege premiê em meio a onda anti-Trump
O primeiro-ministro da Austrália, o trabalhista Anthony Albanese, proclamou a vitória de seu partido nas eleições gerais. Ele se tornou, assim, o primeiro chefe de governo a conquistar um segundo mandato consecutivo de três anos em 21 anos. "Os australianos escolheram enfrentar os desafios globais do jeito australiano, cuidando uns dos outros e construindo o futuro", disse Albanese. (03/05)
Foto: Rick Rycroft/AP Photo/picture alliance
Inteligência alemã classifica AfD como extremista de direita
A inteligência interna da Alemanha classificou sigla de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD) como uma "organização comprovadamente extremista de direita" que ameaça a democracia e viola a dignidade humana ao tentar excluir grupos populacionais, como os imigrantes. A medida permite às agências de segurança monitorarem de forma mais incisiva o partido. (02/05)
Foto: dts Nachrichtenagentur/IMAGO
Trabalhadores ao redor do mundo protestam no 1º de Maio
Redução de jornada, garantia de direitos e melhoria do ambiente de trabalho foram algumas das reivindicações de manifestações em todo o mundo no Dia do Trabalhador, como nesta em Daca, capital de Bangladesh. A data remonta ao início de uma greve em Detroit ocorrida em 1886, que resultou na prisão e morte de trabalhadores. (01/05)