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Pequim decreta alerta máximo devido à poluição

7 de dezembro de 2015

Após nuvem de poeira cobrir cidade há uma semana, autoridades elevam nível de perigo ao máximo pela primeira vez, desde a criação da escala em 2013. Aulas são suspensas e população deve permanecer em locais fechados.

Autoridades chinesas recomendam uso de máscara para proteçãoFoto: picture-alliance/epa/H. Hwee

Pela primeira vez, as autoridades de Pequim decretaram nesta segunda-feira (07/12) alerta vermelho devido à poluição atmosférica e determinaram medidas para reduzir a fumaça e proteger a população. O alerta é o maior de uma escala de quatro níveis – vermelho, laranja, amarelo e azul – criada em 2013.

O Serviço Municipal de Proteção Ambiental de Pequim alertou a população para permanecer em locais fechados a partir das 7h (horário local) desta terça-feira até ao meio-dia de quinta-feira. Jardins de infância e escolas foram aconselhados a suspender as aulas.

Além disso, as autoridades determinaram a suspensão temporária de obras públicas e o fechamento de fábricas ou a redução de produção. Apenas metade da frota de veículos privados de Pequim poderá circular na região, o sistema de controle será o mesmo adotado durante as Olimpíadas de 2008. Diante a redução do tráfego, o transporte público foi reforçado.

O governo proibiu ainda churrascos e fogos de artifício. "As pessoas devem fazer o máximo que podem para reduzir as atividades ao ar livre. Quem estiver envolvido nessas atividades, deve utilizar uma máscara ou tomar medidas adequadas de proteção", afirmou o decreto ambiental.

O alerta é válido por 72 horas. Apesar das frequentes situações graves de poluição, das quais a cidade é alvo, Pequim nunca tinha elevado o nível perigo ao máximo.

Névoa poluente

O alerta vermelho foi decretado depois de a cidade passar uma semana coberta por uma densa névoa cinzenta, com a concentração de PM2,5 – partículas microscópicas que penetram os pulmões – chegando a 678 microgramas por metro cúbico.

Os níveis ultrapassam largamente o máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 25 microgramas por metro cúbico. Um estudo do Instituto Max Planck revelou que cerca de 1,4 milhão de pessoas morrem prematuramente na China, devido aos efeitos nocivos da poluição.

A maioria das emissões poluentes na China vem da queima do carvão, que sobe no inverno, com o aumento da procura por aquecimento, gerando nuvens de poluição. O governo anunciou na quarta-feira que pretende reduzir 60% as emissões de suas usinas movidas a carvão até 2020.

Estima-se que a China tenha emitido entre 9 bilhões e 10 bilhões de toneladas de dióxido de carbono em 2013, quase o dobro dos Estados Unidos e cerca de duas vezes e meia mais do que a União Europeia.

CN/dpa/ap/afp/rtr/lusa

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