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Peritos suíços confirmam sinais de que Arafat foi envenenado

6 de novembro de 2013

Testes nos restos mortais do líder palestino "apoiam moderadamente a ideia de que a morte foi consequência de envenenamento com polônio 210", afirma relatório divulgado pela emissora árabe Al Jazeera.

Foto: Getty Images

Um grupo de cientistas suíços encontrou evidências que sugerem que o líder palestino Yasser Arafat possa ter sido envenenado, noticiou nesta quarta-feira (06/11) a rede de televisão árabe Al Jazeera.

A notícia reacendeu as especulações sobre a morte de Arafat. Líderes palestinos reiteraram as acusações – sempre refutadas pelo país – de que ele teria sido envenenado por Israel.

Raanan Gissin, antigo porta-voz do governo israelense, reforçou nesta quarta-feira que seu país não tem nada que ver com a morte de Arafat. "Foi uma decisão do governo não encostar em Arafat de forma alguma", afirmou, acrescentando que, se ele foi envenenado, pode ter sido por alguém de seu círculo íntimo.

Os resultados dos testes nos restos mortais de Arafat "apoiam moderadamente a ideia de que a morte foi consequência de envenenamento com polônio 210", um elemento radioativo, afirma o relatório de 108 páginas que a Al Jazeera publicou em seu website.

"Novas investigações toxicológicas e radio-toxicológicas foram conduzidas, demonstrando níveis inesperadamente altos de atividade de polônio 210 e chumbo 210 em muitas das amostras analisadas", lê-se no relatório dos cientistas suíços.

O documento, subscrito por dez peritos do Centro Hospitalar Universitário de Vaudois, especifica que as concentrações de polônio encontradas nos ossos e tecidos moles do corpo de Arafat eram "até 20 vezes superiores" ao esperado, excluindo que se devam ao fumo de tabaco respirado passivamente durante sua vida.

Cerca de 60 amostras dos restos mortais do líder palestino foram recolhidas em novembro de 2012 para uma série de análises, entre as quais a dos peritos suíços – além de outras investigações por cientistas russos e franceses.

Yasser Arafat morreu na França, em 11 de novembro de 2004, aos 75 anos, mas os médicos não identificaram a causa da morte e não houve autópsia, correspondendo à vontade da viúva do líder palestino. Ela queria um funeral rápido, conforme a tradição islâmica.

AS/lusa/ap/afp

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