Peru bane da política ex-presidente que furou fila da vacina
17 de abril de 2021
Congresso proíbe Martín Vizcarra de exercer cargos públicos por dez anos. Político foi acusado de integrar grupo de quase 500 pessoas que se vacinou contra a covid-19 antes do início oficial da campanha de imunização.
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O Congresso do Peru decidiu proibir o ex-presidente Martín Vizcarra de ocupar cargos públicos pelos próximos dez anos, após seu envolvimento num escândalo de vacinação.
Vizcarra, que foi presidente peruano entre 2018 e 2020, foi acusado de fazer parte de um grupo de 470 pessoas que foram secretamente vacinadas contra a covid-19 antes do início oficial da campanha de imunização no país. O político alega que estava participando de um ensaio clínico.
A decisão do Congresso de bani-lo da política foi tomada durante uma sessão virtual que durou cinco horas na sexta-feira (16/04). Ela foi aprovada por 86 votos, sem votos contra nem abstenções, ultrapassando assim os 80 votos necessários. Vários dos 130 parlamentares da Casa não puderam votar na sessão virtual, e outros não compareceram.
Isso significa que o ex-presidente, que foi o mais votado nas eleições legislativas peruanas do último domingo com mais de 165 mil votos, não poderá ocupar seu assento no próximo parlamento.
Nem Vizcarra nem seu advogado Fernando Ugaz compareceram à sessão do Congresso. Após a votação, o ex-presidente chamou o parlamento de "deslegitimado" e prometeu apelar da decisão perante os tribunais.
"Não temos dúvidas de que essa situação será revertida. Este Congresso está deslegitimado, vamos recorrer a órgãos nacionais e internacionais", disse Vizcarra ao deixar sua casa em Lima. "Já apresentamos um recurso de amparo diante do Judiciário, e uma medida também foi apresentada na Corte Interamericana de Direitos Humanos."
O Congresso também proibiu de ocupar cargos públicos a ex-ministra da Saúde Pilar Mazzetti, por oito anos, e a ex-ministra das Relações Exteriores Elizabeth Astete, por um ano. Elas faziam parte do governo do atual presidente interino do Peru, Francisco Sagasti, e renunciaram em fevereiro após se tornar público que elas também teriam sido vacinadas irregularmente.
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O escândalo das vacinas
O escândalo, apelidado de "Vacunagate", envolveu centenas de funcionários públicos, diplomatas, empresários e seus parentes. Vizcarra admitiu ter recebido duas doses da vacina da empresa chinesa Sinopharm antes de ela ter sido aprovada em dezembro pelas autoridades de saúde do país, mas nega ter feito isso de forma irregular.
Segundo o ex-presidente, ele, sua esposa e seu irmão foram voluntários de um ensaio clínico. Contudo, essas declarações foram rejeitadas pelo chefe do ensaio clínico da Sinopharm no Peru, o doutor Germán Málaga, que também é alvo de apurações e foi afastado de seu cargo.
"Vizcarra estava sendo vacinado quando o Peru registrava sua mais alta taxa de mortalidade e contágios. Ele merece a maior sanção porque mentiu e abusou de seu cargo de presidente", afirmou na sexta-feira o legislador Alí Mamani, durante a sessão no Congresso.
O Ministério Público do Peru abriu um processo em fevereiro contra Vizcarra e outras pessoas envolvidas no escândalo das vacinas.
Acusado de corrupção
Vizcarra, que inicialmente era vice-presidente, assumiu o comando do país em março de 2018 após a renúncia do então presidente Pedro Pablo Kuczynski, conhecido como PPK, que havia sido acusado de receber propinas da Odebrecht e enfrentado duas tentativas de impeachment.
Pouco mais de dois anos depois, em novembro de 2020, o próprio Vizcarra sofreu um impeachment por acusações de corrupção e teve que deixar o cargo. O Congresso concluiu que ele era moralmente incapaz de exercer o posto devido a acusações de que teria recebido propina quando era governador da região de Moquegua, entre 2011 e 2014.
Vizcarra é alvo de uma investigação também por esse caso. O Ministério Público solicitou prisão preventiva contra ele, mas a Justiça considerou o pedido "infundado", embora o tenha proibido de sair de Lima sem autorização e imposto uma fiança de 27 mil dólares. O ex-presidente insiste em sua inocência.
ek (DPA, AFP, Lusa)
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.