Peru declara estado de emergência por poluição ambiental
24 de maio de 2016
Níveis nocivos de mercúrio são detectados na região da fronteira com o Brasil. Metal é usado em garimpo ilegal de ouro e pode causar graves danos à saúde. Contaminação afeta ainda rios e fauna da Amazônia peruana.
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O presidente peruano, Ollanta Humala, declarou nesta segunda-feira (23/05) estado de emergência em 11 distritos da região amazônica, após níveis elevados de mercúrio terem sido detectados nas águas da região. O metal é usado em garimpos ilegais para extrair ouro. A contaminação de rios e da fauna estaria causando danos à saúde da população.
De acordo com um relatório ambiental, na região de Madre de Dios foi detectada a contaminação de mercúrio, com níveis acima do limite permitido, nas águas dos rios e em espécies marinhas. Vários grupos étnicos apresentaram ainda níveis nocivos do metal do organismo, o que pode causar graves problemas de saúde, inclusive morte.
O relatório afirma que a contaminação foi causada por práticas inadequadas no garimpo clandestino. A região de Madre de Dios, na fronteira com o Brasil e a Bolívia, produz cerca de 20% do ouro extraído no Peru. A maioria é retirada de forma ilegal em floresta e no leito de rios.
Segundo o ministro do Meio Ambiente, Manuel Pulgar-Vidal, 41% da população de Madre de Dios está exposta à poluição do mercúrio. Além de declarar estado de emergência por 60 dias, o governo pretende fornecer peixes aos moradores dos distritos afetados, criar postos de saúde móveis e centros de monitoramento.
Estima-se que o garimpo ilegal despeje cerca de 40 toneladas de mercúrio nos rios amazônicos por ano e destrua mais de 100 mil hectares de floresta na região de Madre de Dios, de acordo com o Ministério peruano do Meio Ambiente. O metal é usado para separar o ouro da rocha.
A mineração é uma atividade chave para a economia do país e representa quase 60% de suas exportações. O Peru é o sétimo produtor mundial de ouro.
CN/rtr/lusa/ap
Alarmantes mortes em massa de animais
Milhares de animais selvagens vêm morrendo mundo afora. Ainda que as causas não tenham sido esclarecidas, a poluição e as mudanças climáticas são parte do mistério.
Foto: picture-alliance/dpa/Scorza
Tragédia no Rio de Janeiro
Somente este ano já foram registrados pelo menos 35 incidentes isolados de mortandade de peixes. Mais de 33 toneladas de peixes mortos foram retirados da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro (foto), locação dos Jogos Olímpicos de 2016. A poluição priva os animais do oxigênio de que necessitam para sobreviver.
Foto: picture-alliance/dpa/Scorza
Pássaros famintos
A costa oeste da América do Norte registrou morte sem precedentes de pássaros marinhos em 2015. Foram contadas até 10 mil aves tombadas. Depois de descartados doenças e traumas, o aquecimento global foi responsabilizado. Em fevereiro de 2016, recolheram-se por volta de 8 mil aves marinhas mortas no Alasca. Elas morreram de fome – embora seu alimento principal seja peixe.
Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Thiessen
Herpes mortal em tartarugas
A ameaçada tartaruga-verde é uma das maiores tartarugas marinhas do mundo. Um vírus fatal do herpes – que impede a visão, a alimentação e o movimento – está afetando um crescente número desses animais. Os especialistas ainda estão investigando por que e como o vírus está se espalhando. Mais uma vez, a poluição e o aquecimento global parecem ser os principais culpados.
Foto: cc-by-Peter Bennett & Ursula Keuper-Bennett
Antílopes quase extintos
No início do ano passado, cientistas estimaram que mais da metade de todos os antílopes saiga, uma espécie seriamente ameaçada, tenham morrido em menos de duas semanas. Os pesquisadores advertiram que a espécie estava sofrendo as consequências das mudanças climáticas e poderia se extinguir no prazo de um ano. Até agora, não houve relatos sobre novas mortes em massa.
Foto: Imago/blickwinkel
Lulas em decomposição
No início de 2016, milhares de lulas gigantes foram encontradas mortas na costa do Chile – para a preocupação dos moradores e de cientistas. Embora esse fenômeno não seja novo na área, a enorme escala em que ocorreu é. Mais uma vez, o aquecimento global e o El Niño parecem ser os mais prováveis responsáveis pelas mortes.
Foto: Getty Images/AFP/Stringer
Calor demais para morcegos
Em 2015, milhares de morcegos caíram do céu em Bhopal, na Índia. Um ano antes, por volta de 100 mil dessas criaturas foram encontrada mortas no estado de Queensland, na Austrália. As ruas, árvores e quintais estavam cobertos com morcegos mortos ou moribundos. Esses mamíferos voadores são muito sensíveis ao calor e não conseguem suportar temperaturas elevadas.
Foto: Berlinale
Baleias cometem suicídio
As baleias naturalmente encalham e morrem, mas a poluição e as mudanças climáticas estão causando, provavelmente, um aumento desse fenômeno. Está acontecendo em todo o mundo: na Alemanha, nos EUA, na Nova Zelândia. No Chile, ao menos 400 baleias encalhadas foram registradas em 2015. Na foto, veem-se algumas das 29 cachalotes que foram encontradas mortas no norte europeu desde o início deste ano.